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Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

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integrar e perceber os contextos, avalia os indivíduos em situação <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> comportamentoda esfera suicidária, assumindo-os enquanto seres únicos e <strong>de</strong>senvolvendo acompreensão global do risco <strong>de</strong> suicídio (Nunes, 2001, Peplau, 1987).Para Phaneuf (2005) existe uma questão importante que tem que ser clarificada e quejustifica a intencionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tornar um encontro terapêutico. O enfermeiro nem semprese encontra em contexto <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> ajuda. Po<strong>de</strong>rá respon<strong>de</strong>r com benevolênciaao doente, querer ser-lhe útil, conferir um carácter humanista através da escuta e compreensão,mas estas ações, ainda que úteis e necessárias, não passam <strong>de</strong> boa prática <strong>de</strong>cuida<strong>dos</strong>. Nenhuma <strong>de</strong>ssas ações respon<strong>de</strong> a uma situação <strong>de</strong> sofrimento, in<strong>de</strong>cisãoou carga emocional, características próprias <strong>de</strong> situações que necessitam <strong>de</strong> relação <strong>de</strong>ajuda, ou seja, trata-se da principal diferença entre boa prática e intervenção terapêuticaatravés da relação interpessoal.A relação <strong>de</strong> ajuda visa dar ao doente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, sentir, saber escolhere <strong>de</strong>cidir se <strong>de</strong>ve mudar. Para Phaneuf (2005) é complexo explorar a relação <strong>de</strong> ajudae <strong>para</strong> que isso possa acontecer têm que estar presentes algumas condições prévias. Aprimeira condição consi<strong>de</strong>rada fundamental <strong>para</strong> implementar a técnica da relação <strong>de</strong>ajuda passa pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um conhecimento <strong>de</strong> si próprio enquanto pessoae enquanto profissional, <strong>de</strong> forma a ser capaz <strong>de</strong> fazer uma utilização terapêutica<strong>de</strong> si mesmo. As outras condições po<strong>de</strong>m ser relativas às atitu<strong>de</strong>s da pessoa que ajuda(presença e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> não julgar), relativas à relação a implementar (não diretivida<strong>de</strong>da entrevista e centralida<strong>de</strong> na pessoa a ajudar) ou relativas aos elementos do conteúdo<strong>de</strong>sta relação (escuta e consi<strong>de</strong>ração positiva).Tal como refere a NZGG (2003), o indivíduo com comportamento da esfera suicidárianão vai confiar as suas sensíveis informações a um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se não tiver aperceção <strong>de</strong> se sentir ouvido, respeitado e compreendido. O profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> precisa<strong>de</strong> transmitir uma sensação <strong>de</strong> aceitação, calor, ausência <strong>de</strong> julgamento e um forteinteresse em compreen<strong>de</strong>r a natureza e a causa do comportamento adotado.Os enfermeiros <strong>de</strong>vem ainda avaliar as circunstâncias específicas do contexto que po<strong>de</strong>mrepresentar <strong>de</strong>safios <strong>para</strong> o estabelecimento <strong>de</strong> uma relação terapêutica com indivíduoscom comportamentos da esfera suicidária. Circunstâncias relativas ao indivíduo,tais como esta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> agitação, po<strong>de</strong>m comprometer a participação <strong>de</strong>ste na relaçãoterapêutica. Circunstâncias relativas aos enfermeiros, tais como sentimentos negativosassocia<strong>dos</strong> à morte e ao suicídio, também po<strong>de</strong>m representar um obstáculo em si elevar a respostas <strong>de</strong>fensivas por parte <strong>dos</strong> enfermeiros, influenciando a habilida<strong>de</strong> <strong>para</strong>estabelecer uma relação terapêutica (RNAO, 2009).29GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIA6.3 - IDENTIFICAR FATORES PROTETORES E DE RISCOFatores ProtetoresDe acordo com vários estu<strong>dos</strong>, existem características e circunstâncias individuais e coletivasque, quando presentes e / ou reforçadas, estão associadas à prevenção <strong>de</strong> com-

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