10.07.2015 Views

Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

38GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIAfacto <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rarmos que o suicídio se dá, na gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> casos, num estado<strong>de</strong> grave perturbação mental – reversível na gran<strong>de</strong> maioria das situações, quando atempadae corretamente abordado.Alguns autores <strong>de</strong>signam este estado <strong>de</strong> perturbação mental por angústia intensa, dorpsíquica intensa, sofrimento psíquico extremo, entre outros. Importa reforçar que háum reconhecimento cada vez mais generalizado <strong>de</strong> que o suicídio se dá num contexto<strong>de</strong> alteração do funcionamento mental e que, sobretudo, se existir intervenção especializadaatempada é possível reverter a i<strong>de</strong>ação suicida. Acreditarmos que o suicídio nãoé, na gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> casos, propriamente uma livre-escolha do indivíduo. Estu<strong>dos</strong>têm <strong>de</strong>monstrado que o diagnóstico e tratamento corretos <strong>dos</strong> transtornos mentais sãomedidas fundamentais com vista à redução do suicídio (Mann et al., 2005; WHO, 2004).A <strong>de</strong>pressão não tratada ou incorretamente tratada leva frequentemente à cronicida<strong>de</strong>(Botega et al., 2006). Este aspeto assume importância acrescida quando se percebe quea maioria <strong>dos</strong> casos não tem diagnóstico e tratamento corretos. Mitchell et al. (2009)conduziram uma meta-análise com 41 estu<strong>dos</strong> e 50.371 doentes sobre o diagnóstico <strong>de</strong><strong>de</strong>pressão por médicos generalistas. Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> em média apenas 47% <strong>dos</strong> casos<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão e <strong>para</strong> cada dois diagnósticos corretos foram feitos três diagnósticos <strong>de</strong><strong>de</strong>pressão na ausência da mesma, ou seja, falsos positivos. O tratamento farmacológicoda <strong>de</strong>pressão, por sua vez, é tecnicamente mais acessível aos generalistas, já que cerca<strong>de</strong> dois terços das pessoas tratadas com <strong>dos</strong>e e tempo corretos respon<strong>de</strong>m ao primeiroanti<strong>de</strong>pressivo prescrito (Schatzberg, 2003). Diagnóstico precoce e tratamento corretoda <strong>de</strong>pressão são, comprovadamente, uma das maneiras mais eficazes <strong>de</strong> se prevenirsuicídio (Mann et al., 2005; WHO, 2004).Para Steele e Doey (2007), a criança ou adolescente com comportamento da esferasuicidária que recorra a um serviço <strong>de</strong> urgência requer uma avaliação psicossocial minuciosae exame do estado mental. Para estas autoras, a avaliação po<strong>de</strong> ser realizada porum médico do serviço <strong>de</strong> urgência, médico psiquiatra, enfermeiro especialista ou porum assistente social, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam treina<strong>dos</strong> na avaliação <strong>de</strong> crianças e jovens comperturbações mentais. As autoras ressalvam que as avaliações psicossociais realizadaspor profissionais médicos não especializa<strong>dos</strong> nos serviços <strong>de</strong> urgência ten<strong>de</strong>m a ser <strong>de</strong>variável qualida<strong>de</strong>.Griffin e Bisson (2001) concluíram que a intervenção psicossocial após um comportamento<strong>para</strong>-suicidário po<strong>de</strong> ser efetuada por um enfermeiro especialista em Saú<strong>de</strong> Mentale <strong>de</strong>verá ter início no serviço <strong>de</strong> urgência (Crawford e Wessely, 1998; Stanley et al.,2009).A utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> rastreio e <strong>de</strong> avaliação psicossocial inicial po<strong>de</strong> ser útil<strong>para</strong> os profissionais <strong>dos</strong> serviços <strong>de</strong> urgência. Steele e Doey (2007) referenciam oinstrumento <strong>de</strong> triagem <strong>de</strong>senvolvido por Horowitz et al. (2001), no qual se avalia ocomportamento da esfera suicidária atual, a i<strong>de</strong>ação suicida anterior ao comportamentoatual, os comportamentos auto<strong>de</strong>strutivos anteriores e «fatores <strong>de</strong> stresse» atuais. Esteinstrumento <strong>de</strong> triagem foi aplicado por enfermeiros no momento da triagem no serviço<strong>de</strong> urgência. Foi consi<strong>de</strong>rado útil pela sua precisão na <strong>de</strong>teção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ação suicida na

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!