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Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

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52GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIAdia, Sri Lanka e Reino Unido (Hagedorn e Omar, 2002; WHO, 2001). Este é um dadobastante alarmante, tornando-se uma preocupação em termos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública e Saú<strong>de</strong>Mental <strong>de</strong>stes jovens, que envolve repercussões sociais, familiares e económicas e causagran<strong>de</strong> comoção social (Souza et al., 2002; Borges et al., 2008).Apesar das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> por suicídio nos jovens em Portugal não terem umaexpressão muito significativa, alguns autores alertam <strong>para</strong> a fragilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes da<strong>dos</strong>. Asestatísticas oficiais po<strong>de</strong>m estar subestimadas, dado que alguns óbitos por suicídio sãonotifica<strong>dos</strong> como morte aci<strong>de</strong>ntal ou como morte com causa in<strong>de</strong>terminada (Saraiva,2006; Borges et al., 2008).O fenómeno atual que se pren<strong>de</strong> com a temática do suicídio e que é mais comum nosadolescentes e adultos jovens é o <strong>para</strong>-suicídio (Saraiva, 2006). Para este autor e também<strong>para</strong> a Socieda<strong>de</strong> Portuguesa <strong>de</strong> Suicidologia (2009), o <strong>para</strong>-suicídio refere-se ao atonão fatal, iniciado <strong>de</strong> livre vonta<strong>de</strong> pelo próprio, através do qual o indivíduo protagonizaum comportamento invulgar em que este se automutila ou toma uma <strong>dos</strong>agem que exce<strong>de</strong>a <strong>dos</strong>e terapêutica ou o seu habitual padrão <strong>de</strong> consumo e que o indivíduo acreditaser farmacologicamente ativa.Este comportamento ocorre com maior incidência em jovens do sexo feminino e está,regra geral, associado a um conjunto <strong>de</strong> perturbações emocionais, caracterizando-sepela prática <strong>de</strong> atos que simulam longinquamente a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> terminar a vida, mas coma peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar pistas <strong>para</strong> que o ato não resulte na própria morte.Procurando caracterizar e estudar a prevalência <strong>dos</strong> comportamentos <strong>para</strong>-suicidáriose i<strong>de</strong>ação suicida, Madge et al. (2008) <strong>de</strong>senvolveram um estudo que envolveu cerca<strong>de</strong> 30.000 jovens <strong>de</strong> sete países europeus com ida<strong>de</strong>s entre os 14 e os 17 anos. Os resulta<strong>dos</strong>obti<strong>dos</strong> revelaram que os comportamentos <strong>para</strong>-suicidários são mais comunsno sexo feminino: 8,9% das raparigas e 2,6% <strong>dos</strong> rapazes relataram um episódio <strong>para</strong>suicidano último ano e 13,5 % e 4,3%, respetivamente, reportaram um episódio durantea vida.Também a i<strong>de</strong>ação suicida foi significativamente mais comuns nas raparigas (21,5%) doque nos rapazes (9,9%). O fenómeno <strong>para</strong>-suicida, expresso por pensamentos ou ato, éconsi<strong>de</strong>ravelmente mais comum nas raparigas do que nos rapazes.Na maioria das vezes os comportamentos <strong>para</strong>-suicidas ocorrem em casa e os méto<strong>dos</strong>mais frequentes são as flebotomias (55,9%) e as over<strong>dos</strong>es (22,3%). Cerca <strong>de</strong> 10,2% <strong>dos</strong>jovens conjuga vários méto<strong>dos</strong>. Os rapazes recorrem a méto<strong>dos</strong> mais agressivos, comoo enforcamento, do que as raparigas (flebotomias e over<strong>dos</strong>es).A repetição <strong>de</strong> episódios <strong>de</strong> <strong>para</strong>-suicídio acontece em cerca <strong>de</strong> 50% da amostra, nãohavendo diferenças significativas entre os sexos. A repetição <strong>de</strong> episódios é mais comumna Irlanda e na Noruega e está associada a situações <strong>de</strong> múltiplos méto<strong>dos</strong> ou <strong>de</strong> apenasflebotomias. Em relação às razões dadas <strong>para</strong> estes comportamentos, cerca <strong>de</strong> 71%relataram a libertação <strong>de</strong> um terrível estado mental, 59% vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer e cerca<strong>de</strong> 44% referiram o castigo como razão. Cerca <strong>de</strong> 12,4% das situações justificaramassistência hospitalar. De realçar que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> episódios ocorre sem queninguém saiba e, também por isso, que o jovem não receba tratamento hospitalar.

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