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Guia Orientador de Boas Práticas para a Prevenção - Ordem dos ...

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60GUIA ORIENTADOR DE BOAS PRÁTICAS PARA A PREVENÇÃODE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA E COMPORTAMENTOS DA ESFERA SUICIDÁRIA• Acessibilida<strong>de</strong> ao método suicidaOs méto<strong>dos</strong> utiliza<strong>dos</strong> por quem pensa suicidar-se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muitas vezes da disponibilida<strong>de</strong><strong>dos</strong> meios e das características pessoais e situacionais, po<strong>de</strong>ndo variar muito noseu grau <strong>de</strong> fatalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> reversibilida<strong>de</strong>.Acresce a estes fatores o facto <strong>de</strong> os adolescentes com história <strong>de</strong> comportamentossuicidários representarem um grupo <strong>de</strong> risco elevado quer <strong>para</strong> a repetição do comportamento,quer <strong>para</strong> o consumar do ato (Stanley et al., 2009), pelo que a acessibilida<strong>de</strong> aométodo suicida se assume como uma variável importante no que se refere à prevençãoou gestão <strong>de</strong> crise suicidária.Aten<strong>de</strong>ndo a que os comportamentos suicidários são caracteriza<strong>dos</strong> por gran<strong>de</strong> impulsivida<strong>de</strong>,a disponibilida<strong>de</strong> do método suicida representa um fator acrescido <strong>de</strong> risco <strong>de</strong>suicídio (Saraiva, 2006). A disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios altamente letais, nomeadamente <strong>de</strong>armas <strong>de</strong> fogo ou <strong>de</strong> medicação potencialmente perigosa, aumenta a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>tentativas <strong>de</strong> suicídio consumadas, isto é, que resultem na morte autoprovocada do indivíduo(Prieto e Tavares, 2005; Saraiva, 2006; King et al., 2006; Araújo et al., 2010).• Desfazer-se <strong>de</strong> bens pessoais significativosOs jovens ten<strong>de</strong>m a expressar o seu sofrimento e dor, e até mesmo a sua vonta<strong>de</strong> morrer,por ações e comportamentos. Estas expressões indiretas do tipo comportamentale não verbal passam muitas vezes <strong>de</strong>spercebidas aos olhos <strong>dos</strong> pais, professores eprofissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Vários autores referem que <strong>de</strong>vem ser entendidas como sinais <strong>de</strong>alarme situações como oferecer bens valiosos ou com gran<strong>de</strong> valor sentimental, fazerum testamento ou doar o corpo <strong>para</strong> a ciência (NZGG, 2003; King et al., 2006; Tsai etal., 2010; Bycroft, 2010).• Comportamentos agressivos e impulsivida<strong>de</strong>Fordwood et al. (2007) mencionam a externalização <strong>de</strong> comportamentos, traduzida pelaagressivida<strong>de</strong> e impulsivida<strong>de</strong>, como sendo frequente em jovens com comportamentosuicidários e não raras as vezes confundida com atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> revolta e rebeldia.Walsh e Eggert (2007) mencionam um estudo <strong>de</strong> Walrath et al. (2001) que incidiu numaamostra com 4.677 jovens, em que <strong>de</strong>stes, 21% já tinham feito uma tentativa <strong>de</strong> suicídioe, com<strong>para</strong>tivamente com os que não tinham tido tentativa <strong>de</strong> suicídio anterior, registavamcom frequência comportamentos agressivos e violentos.Num outro estudo, Esposito et al. (2003) com<strong>para</strong>ram os níveis <strong>de</strong> fúria entre um grupo<strong>de</strong> 74 adolescentes com história <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> suicídio e um grupo <strong>de</strong> 47 adolescentescom múltiplas tentativas <strong>de</strong> suicídio. Concluíram que os níveis <strong>de</strong> fúria eram significativamentemais eleva<strong>dos</strong> no último grupo. Também Saraiva (2006), Tsai et al. (2010) eBycroft (2010) reforçam esta associação.

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