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Como Nascem os Anjos

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Estam<strong>os</strong> no quintal, afastad<strong>os</strong> por uns cinco<br />

metr<strong>os</strong>, de frente um para o outro.<br />

—Hoje não estou disp<strong>os</strong>to, realmente — digo.<br />

—Eu sei que não, mas tem<strong>os</strong> que praticar assim<br />

mesmo. Eu suspiro e olho para o relógio. São<br />

quatro horas da tarde.<br />

—Sarah vai chegar às seis.<br />

—Eu sei — Henri responde. — Por isso precisam<strong>os</strong><br />

n<strong>os</strong> apressar. Ele segura uma bola de tênis em cada<br />

mão.<br />

- Está pronto? — pergunta.<br />

—Nunca estive mais.<br />

Ele arremessa a primeira bola no ar, e, quando ela<br />

alcança seu ponto mais alto, tento conjurar dentro<br />

de mim um poder que a impeça de cair. Não sei<br />

como fazer, só sei que com o tempo e prática devo<br />

ser capaz de conseguir, diz Henri. Todo Garde<br />

desenvolve a capacidade de mover objet<strong>os</strong> com a<br />

mente. Telecinesia. E em vez de me deixar<br />

descobrir sozinho essa habilidade — como<br />

aconteceu com o brilho em minhas mã<strong>os</strong> —, Henri<br />

está determinado a arrancar esse poder do<br />

esconderijo onde ele hiberna dentro de mim.<br />

A bola cai, como caíram outras milhares antes<br />

dela, sem uma única interrupção, quica duas vezes,<br />

depois para na grama coberta de neve.<br />

Eu deixo escapar um suspiro.<br />

—Hoje não estou sentindo minha força<br />

—Mais uma vez — Henri insiste.<br />

Ele joga a segunda bola. Tento movê-la, ou pará-la,<br />

enfim, tudo em mim se esforça para movimentá-la

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