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Lenha nova para a velha fornalha

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LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISAs expectativas são também provocadas pela possibilidade de expansão do consumode álcool no Brasil e em diversos outros países, sobretudo nos Estados Unidos, onde,nos próximos dez anos, a demanda por etanol pode atingir 132 bilhões de litros porano. Este volume representa cerca de três vezes a atual produção mundial de etanol.Pelos cálculos do BNDES, a produção brasileira de álcool terá de passar dosatuais 17,5 <strong>para</strong> 24 bilhões de litros em 2011, somente <strong>para</strong> atender a demandainterna. Para o mercado externo, a previsão é de que as exportações se multipliquempor três entre 2007 e 2012, quando devem atingir cerca de 9 bilhões de litros.A Petrobras também investirá pesadamente na produção e comercialização doetanol. Pretende fechar contrato com o Japão, que em 2010 estará substituindopelo etanol 3% da gasolina consumida. A empresa participará também de projetosde construção de usinas de álcool e de alcooldutos. Além disso, terá participaçãoentre 10 e 20% no capital de cinco <strong>nova</strong>s usinas, que deverão produzir um total deum bilhão de litros de etanol por ano. 10A indústria do açúcar e do álcool no Brasil encontra-se atualmente, em suaquase totalidade, em mãos de empresas de capital nacional. Segundo estimativas daconsultoria Datagro, o capital estrangeiro detinha, em agosto de 2006, apenas 5,7%do capital das indústrias do setor. No mesmo mês de 2007, este percentual mais quedobrou, atingindo 12%. 11 As promessas de lucros que a produção do etanol a partirda cana-de-açúcar vêm representando atualmente têm atraído volume extraordináriode capital estrangeiro. Assim, entre 2000 e a metade de 2007, foram investidos2,2 bilhões de dólares na produção de álcool.Segundo o anuário da revista Exame, há duas formas distintas de atuação docapital estrangeiro: “de um lado estão consórcios de empresários e fundos de investimentointernacionais, interessados em aplicar recursos num negócio promissor,mas sem envolvimento direto na operação; de outro estão empresas que já atuamno setor sucroalcooleiro lá fora e tradings que participam ou querem participar maisativamente do comércio internacional de álcool”.Do primeiro grupo, o melhor exemplo é o megainvestidor húngaro GeorgeSoros, dono de uma fortuna estimada em 8,5 bilhões de dólares. Ele se tornou umdos sócios da Adecoagro, que comprou a Usina Monte Alegre, em Minas Gerais, em2006, e está construindo uma <strong>nova</strong> usina no Mato Grosso do Sul. Com sócios comoo ex-presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, e os fundadores da SunMicrosystems, Vinod Khosla, e da America Online, Steve Case, a Brenco investiráUS$ 2,2 bilhões na construção de dez usinas.Pelo lado das empresas, o interesse de grupos estrangeiros foi despertadoantes mesmo da explosão da demanda interna de etanol, graças ao sucesso dos10 Petrobras: Brasil será Arábia Saudita do etanol. O Globo, 24/06/07.11 Setor sucroalcooleiro tem o dobro de estrangeiros. Folha de São Paulo, 25/09/2007.22

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