LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISGRÁFICO 2Distribuição da produção mundial de soja – 2007/08 e 2016/17Fonte: MAPA/FAPRI e USDADe acordo com estimativas da FAPRI (2007), a produção mundial de soja alcançará280 milhões de toneladas na safra 2016/17 (mais 27% sobre a safra 2005/06).Esta produção deve tornar-se ainda mais concentrada: Brasil, Estados Unidos eArgentina passarão a responder por 85% da produção mundial. O Brasil responderápor 33% e os Estados Unidos por 30% (ver Gráfico 2). Ainda de acordo com a FAPRI,a área plantada com soja no mundo deve aumentar de 93,4 milhões de hectaresem 2006/07 <strong>para</strong> 106,3 milhões de hectares em 2016/17. O aumento da produção,em toneladas, será da ordem de 60 milhões, em relação a 2006/07.Mais concentração de terras no Mato GrossoA expansão da agricultura no Mato Grosso – maior produtor nacional de soja –vem sendo marcada por um movimento que se acentuou nos últimos três anosde crise no setor: o de concentração crescente da terra nas mãos dos grandes gruposagropecuários, que arrendam áreas pertencentes a produtores de médio porte.A previsão da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) é queisso deverá ocorrer em ritmo acelerado, com contratos de arrendamento de terraspor período igual ou superior a dez anos.42
SOJA E BIODIESELSegundo Marcelo Duarte, diretor-executivo da Aprosoja, a saída de produtoresde médio porte da atividade se deve à sua menor capacidade de suportar ascrises provocadas por baixas no preço do produto e pela desvalorização do dólar,agravadas por problemas de logística, como o do transporte. Ele acredita que,apesar do alto nível de endividamento agrícola no estado – próximo de R$ 10 bilhõesem 2007 – a área plantada de soja não será reduzida. “Isto porque os grandesgrupos agropecuários, que têm vantagens logísticas e de aquisição de insumos, pormovimentarem grandes volumes, vão continuar arrendando áreas dos produtoresde menor porte, que estão endividados e não vislumbram recuperação diante doatual nível de rentabilidade oferecido pela cultura de grãos”, diz.O produtor de soja e presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste,José Nardes, foi um dos que arrendaram por dez anos duas de suas três terras, cadauma com cerca de 2 mil hectares, <strong>para</strong> um grande produtor da região. Segundoele, isso aconteceu com seus vizinhos e com a grande maioria dos produtores demédio porte do município, considerado um dos maiores produtores de grãos doestado. “Além das dívidas contraídas, a renda do produtor caiu pela metade”,lamenta Nardes. 6O Programa Nacional do BiodieselO Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, além de buscar uma alternativaaos combustíveis fósseis, foi lançado com o objetivo de incentivar a agriculturafamiliar como fornecedora de matérias-primas. O governo lançou um selo social egarantiu desoneração tributária <strong>para</strong> as usinas que comprarem estas matériasprimasdos pequenos produtores. No aspecto da balança comercial, o programavisa reduzir o dispêndio de divisas com o óleo diesel, que respondia em 2007 por56% do consumo nacional de combustíveis líquidos. (Vieira, 2007)O consumo interno de óleo diesel no Brasil foi, em 2007 da ordem de 42bilhões de litros por ano, sendo 80% utilizados em transportes, 16% consumidospela agricultura e 4% pela indústria e outros setores. Para atendimento dademanda nacional, abastecendo uma frota de 2,3 milhões de caminhões, ônibuse picapes, o Brasil importa de 6% a 8% do diesel consumido internamente – 2,5a 3,4 bilhões de litros por ano. A mistura de biodiesel na proporção de 2% (B2),obrigatória a partir do início de 2008, requereu a oferta anual de 840 milhões delitros <strong>para</strong> abastecer o mercado interno (Rodrigues, 2007). A produção necessáriaà mistura B3 – correspondente a 3% de biodiesel, volume a ser adicionado aoóleo diesel na segunda fase do Programa, a partir de julho de 2008 – é da ordem de1,68 milhões de litros/ano.6 Área avança, mas com concentração. Gazeta Mercantil, 15/06/07. Disponível em www.truman.com.br.43
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