11.07.2015 Views

Lenha nova para a velha fornalha

Lenha nova para a velha fornalha

Lenha nova para a velha fornalha

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

CANA-DE-AÇÚCARmesmo período. A expansão da área plantada com cana em São Paulo, com aconseqüente valorização das terras, pressiona as demais lavouras e áreas de pastagens<strong>para</strong> <strong>nova</strong>s fronteiras. Segundo o IEA-SP (Instituto de Economia Agrícola),este crescimento foi de 54%, somente entre 2002 e 2008. 28 As regiões preferenciaissão o Triângulo Mineiro, o sul de Goiás e o leste do Mato Grosso do Sul.Além delas, apresentam-se como áreas de grande expansão o Paraná, Tocantins,Maranhão, Pará e Bahia.O espaço que a cana-de-açúcar ocupa na região de Araraquara dobrou entre2001 e 2007, chegando a algo em torno de 480 mil hectares, entre áreas <strong>nova</strong>se em produção, segundo levantamento preliminar feito pelo Escritório de DesenvolvimentoRegional (EDR) Agrícola de Araraquara, da Secretaria da Agricultura doEstado de São Paulo.Muitas culturas típicas da região, como laranja e café, além da pecuária, cederamespaço <strong>para</strong> a cana. Alguns reflexos deste avanço rápido e contínuo já são sentidosno varejo. É o caso do preço do leite, que subiu cerca de 50% até meados de 2007,somente naquele ano. O consumidor já está pagando mais caro também por outrosalimentos básicos, como arroz, feijão e milho. “A elevação do preço do leite ocorreporque está faltando pasto no Estado. Onde tinha vaca hoje tem um mar de cana eisso acontecerá também com outras culturas”, avalia Paulo Cavasin, do EDR. 29O avanço do plantio da cana-de-açúcar em São Paulo vem provocando tambémo aumento da concentração da produção nas mãos de usinas e grandes fornecedores,e eliminando pequenos produtores. Segundo estudo promovido por PedroRamos, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),apenas 25% da cana moída pelas usinas é, hoje, proveniente de fornecedores independentes.Os demais 75% são produzidos pelas próprias usinas. 30No conjunto dos produtores independentes, os pequenos também perderamespaço. Na safra 1995/96, 27,6% dos fornecedores de cana às usinas produziam até4.000 toneladas. Na safra 2005/06, este percentual recuou 18%. Já os fornecedorescom volume superior a 10 mil toneladas tiveram sua participação aumentada de53,2% <strong>para</strong> 64,9%, no mesmo período. O que se pode prever também é que acrescente mecanização vai acelerar ainda mais este processo de concentração.Com os anúncios de investimentos em <strong>nova</strong>s usinas em todo o País, cerca de90 projetos, os plantadores de cana estão migrando de suas regiões de origem <strong>para</strong>acompanhar a expansão das usinas, de acordo com Manoel Ortolan, presidente da28 Área agrícola ocupada pela cana-de-açúcar no Estado de São Paulo cresceu 54% desde 2002 e expansãoainda continua em SP. Folha de São Paulo, 01/06/08.29 Fernanda Manécolo. Área de plantação de cana duplicou nos últimos sete anos. Tribuna Impressade Araraquara, 16/07/07.30 Mauro Zafalon. Pressionado a produzir mais, trabalhador atua cerca de 12 anos, como na épocada escravidão. Folha de São Paulo, 01/05/07.31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!