LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISUnidos reduziu-se, de 30,6 milhões <strong>para</strong> 25,9 milhões de hectares, na safra 2007/08,em função da expansão da área de milho. Com isto, a expectativa é de que o preçointernacional da soja deverá seguir em alta também em 2008.Monocultivo de árvoresPor razões um tanto óbvias, os monocultivos de árvores não possuem a mesmamobilidade geográfica, em curto espaço de tempo, das demais culturas aqui analisadas.Além disso, sua localização está associada à das indústrias de papel e celulose,siderúrgicas e produtoras de ferro gusa, principalmente.Por isso, é esperado que, em médio prazo, as principais áreas de expansãopermaneçam sendo aquelas mesmas que apresentaram crescimento expressivo nosanos recentes. Elas estão localizadas, em ordem de importância, nos estados deMinas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Mato Grosso do Sul. Em menor grau,destacam-se ainda os cultivos em São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Amapá.Destaca-se também o fato de que o Rio Grande do Sul tem a previsão de sediaro mais novo pólo de produção de celulose no Brasil. Novos empreendimentos estãosendo implantados também no Mato Grosso do Sul, no Piauí e no Rio de Janeiro.Além disso, a pressão <strong>para</strong> que o Pólo Siderúrgico de Carajás deixe de destruirflorestas nativas <strong>para</strong> a produção de carvão vegetal faz crer que também no Pará oplantio de eucaliptos deverá seguir em trajetória de expansão.Agrocombustíveis e outras atividadesagropecuáriasDe modo direto ou indireto, a ampliação do uso dos agrocombustíveis está estimulandoo crescimento das três culturas até aqui analisadas. No caso da cana-de-açúcar,a relação é direta, ou seja, a maior parte do cultivo adicional é destinada à produçãode etanol. No caso das florestas plantadas, a produção de carvão vegetal é apenasum componente a mais do aumento contínuo, em termos mundiais, do consumo deoutros subprodutos, como papel, celulose e madeira.Quanto à soja, a utilização de seu óleo como combustível não requer, atualmente,a ampliação do cultivo. Mas alguns fatores decorrentes da utilização crescentedos agrocombustíveis em todo o mundo contribuem <strong>para</strong> a forte expansão docultivo de soja no Brasil que se dá atualmente. A redução da área plantada com sojanos Estados Unidos, seu maior produtor mundial, decorre justamente de sua substituiçãopela cultura do milho destinada à produção de etanol. Pelas mesmas razões,a produção de milho no Brasil também vem crescendo de forma acelerada e disputandoespaço com outras culturas. A utilização, em diversos países, de óleos vegetaisem geral como combustíveis também pressiona a procura pelo óleo de soja, emsubstituição aos demais. Este conjunto de fatores vem fazendo dis<strong>para</strong>r o preço doóleo de soja, estimulando o aumento da produção do grão no Brasil.94
SÍNTESE E CONCLUSÕESSubstituição de culturasAfinal, os agrocombustíveis estão ou não substituindo culturas alimentares? Buscamosagora respostas a esta pergunta, analisando os dados sobre as culturas em algunsestados onde ocupam parcelas expressivas da produção. Algumas conclusões sãopossíveis, apesar da insuficiência dos dados existentes, sobretudo no que diz respeito àprodução pecuária brasileira. Os últimos dados oficiais, do IBGE, são relativos aoano de 2005.Em abril de 2008, a Conab, através da publicação Perfi-l do Setor do Açúcar edo Álcool no Brasil, revelou dados de uma pesquisa pioneira sobre a área das lavouraserradicadas em decorrência da expansão dos canaviais. A publicação revela que, nasafra 2007/08, na região Centro-Sul, onde a expansão ocorre com grande força, osnovos canaviais ocu<strong>para</strong>m áreas de diversas lavouras pré-existentes, embora a maiorparte delas (64,7%) refira-se a áreas antes dedicadas à pastagem de bovinos.TABELA 1Participação das lavouras no total da expansãoEstado/RegiãoLavoura substituida na expansão da safra 2007/08(participação percentual)ÁreasMilho Soja Café Laranja Pasto <strong>nova</strong>s Outros TotalSão Paulo 4,9 12,0 0,6 8,6 68,8 2,3 2,8 100,0Paraná 6,3 32,7 - - 55,4 - 5,6 100,0Minas Gerais 7,1 20,9 0,4 0,4 64,0 0,3 6,9 100.0Mato Grosso do Sul 1,6 7,8 - - 90,6 - - 100,0Goiás 7,1 32,1 - - 54,7 1,0 5,1 100,0Mato Grosso - 68,1 - - 30,6 1,3 - 100.0Rio de Janeiro - - - - - - 100,0 100,0Espírito Santo - - 1,7 1,6 93,2 - 3,4 100,0CENTRO-SUL 5,2 17,9 0,4 5,0 66,4 1,4 3,7 100,0Alagoas - - - - 46,6 - 53,4 100,0Pernambuco - - - - 32,0 - 68,0 100,0Paraíba - - - - 45,6 - 54,4 100,0Rio Grande do Norte - - - - 33,5 46.3 20,2 100,0Bahia - - - - 78,8 - 21,2 100,0Maranhão - - - - 10,5 34.8 54,7 100,0Piauí - - - - - 100,0 - 100,0Sergipe - - - - 100,0 - - 100.0Ceará - - - - - - - 0,0Amazonas - - - - - - - 0,0Tocantins - - - - - - 100,0 100,0NORTE-NORDESTE 0,0 0,0 0,0 0,0 37,3 18,4 44,3 100,0BRASIL 4,9 16,9 0,4 4,7 64,7 2,4 6,0 100,0Fonte: Conab(2008).95
- Page 1:
SERGIO SCHLESINGER
- Page 4 and 5:
Lenha nova para a velha fornalhaA f
- Page 7 and 8:
INTRODUÇÃOO esgotamento das reser
- Page 9 and 10:
INTRODUÇÃOo Brasil como o grande
- Page 11 and 12:
1CANA-DE-AÇÚCARTradicionalmente u
- Page 13 and 14:
CANA-DE-AÇÚCARtoneladas, com cres
- Page 15 and 16:
CANA-DE-AÇÚCARNa safra brasileira
- Page 17 and 18:
CANA-DE-AÇÚCARvariar entre 20% e
- Page 19 and 20:
CANA-DE-AÇÚCARA medida reduziria
- Page 21 and 22:
CANA-DE-AÇÚCARExportaçõesAs exp
- Page 23 and 24:
CANA-DE-AÇÚCARFIGURA 1Novas Usina
- Page 25 and 26:
CANA-DE-AÇÚCARcarros com motores
- Page 27 and 28:
CANA-DE-AÇÚCARprocessamento de 90
- Page 29 and 30:
CANA-DE-AÇÚCARgrupos internaciona
- Page 31 and 32:
CANA-DE-AÇÚCARpara todo o process
- Page 33 and 34:
CANA-DE-AÇÚCARmesmo período. A e
- Page 35 and 36:
CANA-DE-AÇÚCAREm Pernambuco, segu
- Page 37 and 38:
CANA-DE-AÇÚCARSegundo o historiad
- Page 39 and 40:
2SOJA E BIODIESELA FASE produziu em
- Page 41 and 42:
SOJA E BIODIESELExportaçõesO volu
- Page 43 and 44:
SOJA E BIODIESELQuanto aos preços
- Page 45 and 46: SOJA E BIODIESELSegundo Marcelo Dua
- Page 47 and 48: SOJA E BIODIESELTABELA 4Tributacão
- Page 49 and 50: SOJA E BIODIESELPara Aluísio Sabin
- Page 51 and 52: SOJA E BIODIESELO destaque produtiv
- Page 53 and 54: SOJA E BIODIESELFIGURA 1Novas usina
- Page 55 and 56: SOJA E BIODIESELoleaginosa, o poten
- Page 57 and 58: SOJA E BIODIESELo meio ambiente, fa
- Page 59 and 60: SOJA E BIODIESELFrei Sérgio Antôn
- Page 61 and 62: SOJA E BIODIESELpleno funcionamento
- Page 63 and 64: 3PAPEL, CELULOSE ECARVÃO VEGETALN
- Page 65 and 66: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALEn
- Page 67 and 68: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALOs
- Page 69 and 70: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALA
- Page 71 and 72: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALTA
- Page 73 and 74: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETAL
- Page 75 and 76: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALOs
- Page 77 and 78: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALTA
- Page 79 and 80: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALEs
- Page 81 and 82: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALco
- Page 83 and 84: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALAg
- Page 85 and 86: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETAL
- Page 87 and 88: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALel
- Page 89 and 90: PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALDa
- Page 91 and 92: 4SÍNTESE ECONCLUSÕESA produção
- Page 93 and 94: SÍNTESE E CONCLUSÕESexpansão. Os
- Page 95: SÍNTESE E CONCLUSÕESEsta tendênc
- Page 99 and 100: SÍNTESE E CONCLUSÕES• O café t
- Page 101 and 102: SÍNTESE E CONCLUSÕEScrescendo de
- Page 103 and 104: SÍNTESE E CONCLUSÕESentre 1970 e
- Page 105 and 106: SÍNTESE E CONCLUSÕESprodução de
- Page 107 and 108: SÍNTESE E CONCLUSÕESO que fazer?A
- Page 109: SIGLASAIA - Avaliação do Impacto