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Lenha nova para a velha fornalha

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LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISEm 2005, das dez maiores indústrias de celulose do país, quatro já tinhamcontrole acionário estrangeiro. A maior delas, a Cenibra, é 100% japonesa, após oconsórcio JBP adquirir a parte que pertencia à Companhia Vale do Rio Doce. A InternationalPaper adquiriu a antiga Champion e hoje é dona dos papéis Chamex,Chamequinho, Chambril e HP. Já a norueguesa Norske Skog Pisa, maior fabricantemundial de papel de imprensa, é dona da única fábrica deste papel no país e produzcerca de um terço do consumo nacional. 4Em 2006, com a entrada em operação da Veracel em sua capacidade total, de900 mil toneladas anuais, da qual participa a sueco-finlandesa Stora Enso, a parcelado capital estrangeiro na produção de celulose já se situava próxima a 20%: 2,203milhões, de um total de 11,1 milhões de toneladas (produção brasileira em 2006).No setor de papel, as empresas americanas International Paper, Rigesa, Sonocoe Kimberly-Clark, a franco-americana Schweitzer-Mauduit, as finlandesas Norske Skog,Huhtamaki e Ahlstrom e a franco-inglesa Arjo Wiggins foram responsáveis por umaprodução de 1,356 milhão de toneladas de papéis em 2004, o correspondente a16,0% do total da produção nacional daquele ano, de 8,452 milhões de toneladas.(Valor Econômico, 2006).Florestas artificiais, problemas ambientaisComo grande exportadora de papel e celulose, a indústria brasileira sofre pressões dospaíses importadores, onde a legislação, organizações de consumidores e ambientalistasexigem que sejam cumpridas normas ambientais vigentes em seu território. São exemplos,na década de 1990, as exigências relativas à adoção de práticas sustentáveis demanejo florestal e a extinção do uso de cloro elementar no processo de branqueamento.Segundo Laschefski e Assis (2006), o consumo elevado de água na produçãode papel e celulose representa um dos impactos mais contundentes do setor, queutiliza em média 57 m³ de água <strong>para</strong> produzir uma tonelada de pasta celulósica.Assim, <strong>para</strong> atingir o montante transformado em 2005, foram gastos aproximadamente577.191.063 m³ de água. Considerando que o padrão médio de consumodas residências e estabelecimentos comerciais do estado de São Paulo é da ordem de168 m³/ano, o volume gasto pelas empresas produtoras de celulose seria suficiente<strong>para</strong> abastecer mais de 3 milhões e 400 mil domicílios, ou cerca de 11 milhões e 900mil pessoas, em um mesmo período de tempo.Problemas com a água estão presentes também nas áreas de cultivo, juntamentecom outros impactos ambientais, característicos das atividades fundadas nagrande monocultura. O volume de água disponível tende a diminuir, em decorrênciado alto consumo característico de espécies como as do eucalipto, durantea fase de crescimento.4 Lia Hama. O avanço dos estrangeiros. Portal Exame, 11/08/05.70

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