LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISA cana em São PauloVerificamos, ao longo deste estudo, que, na safra 2006/07, no estado de São Paulo,a área plantada com cana-de-açúcar foi ampliada em 362 mil hectares, enquanto aárea de plantio de árvores crescia 17 mil hectares. Já a área plantada com soja sofreuredução de 118 mil hectares. Para o ano de 2008, a Conab previa <strong>para</strong> a soja, noestado, pequena oscilação, positiva ou negativa. De toda forma, no conjunto daprodução brasileira de soja, a produção paulista já não ocupa posição expressiva.O Instituto de Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência TécnicaIntegral (Cati), órgãos da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo, publicaram, em setembro de 2007, os números da safra 2006/07.Foram analisadas as culturas do algodão, amendoim da seca, amendoim das águas,arroz, cana-de-açúcar, feijão da seca, feijão das águas, feijão de inverno, laranja,milho (de verão), milho safrinha e soja. 3O levantamento aponta que, além da cana-de-açúcar, a laranja (apenas +2%,cerca de 12 mil hectares) foi, dentre os produtos analisados, o único que apresentouaumento da área plantada. Quanto aos demais, passou-se o seguinte:• O milho sofreu redução de 11,3% na área de plantio e ficou com 678 milhectares (-86 mil hectares) e 3,4 milhões de toneladas produzidas – volume10% menor que a safra anterior.• A soja teve diminuída sua área em 28% e passou de 666 mil hectares, na safra2005/06, <strong>para</strong> 478 mil na safra 2006/07 (segundo a Conab, seriam 538 mil hectares).A produção caiu 17% e atingiu 1,2 milhão de toneladas (1,4 milhões,<strong>para</strong> a Conab).• As safras de feijão da seca e das águas apresentaram redução O primeiroficou em 45 mil hectares (13% menor) e produção em 65 mil toneladas (13%menor). Para o feijão das águas, a área totalizou 70 mil hectares, 4% menor, ea produção praticamente estável, em 124 mil toneladas.• A área e a produção do amendoim, tanto da safra da seca quanto das águas,apresentaram redução. Na primeira, a área ficou em 11 mil hectares (22%menor) e a produção em 20 mil toneladas (25% menor). Na das águas, são60 mil hectares de área cultivada (redução de 8,5% em relação à safra anterior),com produção em 148 mil toneladas (18% menor).• O algodão teve sua área de plantio reduzida em 41%. Ocupou 32 mil hectarese gerou 67 mil toneladas (em caroço).3 Agricultura paulista diminui a área plantada mas aumenta produtividade. Agência Imprensa Oficial doEstado de São Paulo, 13/09/07.96
SÍNTESE E CONCLUSÕES• O café teve área 2% menor em relação à safra anterior, perfazendo 229,7 milhectares. No conjunto da produção, devido à bianualidade da cultura, a quedafoi de 29%, com 201 mil toneladas.Quanto ao arroz, o levantamento de safra da Conab apontava <strong>para</strong> São Paulouma redução de 15% da área plantada, ou cerca de 5,3 mil hectares. Para o sorgo,houve redução de 30% da área, equivalentes a 31,4 mil hectares. Para o trigo, reduçãode 13%, ou 9,3 mil hectares. (Conab, 2007)Somadas as variações positivas, quase integralmente por conta da cana, temosum aumento da área total plantada no estado de 391 mil hectares. A estes, correspondeuuma redução dos cultivos acima listados de cerca de 280 mil hectares. Alémdisso, o recente estudo da Conab (2008) sobre o perfil do setor do açúcar e doálcool aponta uma redução de 242 mil hectares nas áreas de pastagem. Pode-sesupor, portanto, que a diferença (131 mil hectares) estaria, naquele período, emfase de preparo <strong>para</strong> a produção.Para Paulo Cavasin, engenheiro agrônomo do Escritório de DesenvolvimentoRegional Agrícola de Araraquara, “Onde tinha vaca hoje tem um mar de cana e issoacontecerá também com outras culturas. O Estado perdeu grandes bacias leiteiras<strong>para</strong> a cana-de-açúcar. Os pecuaristas saíram de São Paulo e foram <strong>para</strong> outros estados,como Goiás e Paraná. Quem perdeu foram os consumidores. Em São Carlosexistiam grandes produtores, hoje são poucos. Em Dourado, na década de 60, eramproduzidos mais de 60 mil litros de leite por dia. A partir da cana, isso foi diminuindo,passou <strong>para</strong> 12 mil litros por dia e hoje, se a produção chegar a mil litros pordia, já é muito. Todas as grandes fazendas de leite, sem exceção, que produziamcerca de 10 mil litros por dia, migraram <strong>para</strong> a cana. A troca foi muito vantajosa<strong>para</strong> a cultura sucroalcooleira, porque a cana tomou o espaço de grandes pastos,terras planas, logisticamente bem posicionadas. Ninguém tira 10 mil litros de leitede uma “biboca”. Os pastos eram os melhores lugares da fazenda.” 4A última Pesquisa sobre a Produção da Pecuária Municipal, publicada peloIBGE em dezembro de 2006, refere-se ao ano de 2005. Os números mostram que,enquanto o rebanho bovino brasileiro em seu conjunto aumentava em 1,3%, relativamentea 2004, o de diversos estados do Sul-Sudeste do Brasil se reduzia: São Paulo,Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.Os dados sobre exportação de carne de boi proveniente do Estado de São Paulotambém confirmam esta suposição. Até 2005, São Paulo respondia por 61% dacarne de boi exportada. Segundo a Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, estaparticipação caiu <strong>para</strong> 49,9%, no acumulado de janeiro a agosto de 2007.4 Fernanda Manécolo. Área de plantação de cana duplicou nos últimos sete anos. Tribuna Impressade Araraquara, 16/07/7.97
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