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Lenha nova para a velha fornalha

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PAPEL, CELULOSE E CARVÃO VEGETALOs planos de expansão da indústria siderúrgica têm reflexos diretos sobre aprodução de carvão vegetal, atualmente utilizado em cerca de um terço da produçãode aço no Brasil. Além disso, há o fato de que cerca da metade do carvão vegetalqueimado pelas indústrias siderúrgicas é hoje proveniente de matas nativas. Nestecenário, a Abraf estima que, em 2010, o volume adicional de carvão vegetal consumidoseria de 34 milhões de metros cúbicos, que correspondem a três quartos daprodução atual.“A grande maioria das usinas integradas utiliza o coque como redutor.A produção de ferro-gusa à base de carvão vegetal persiste em escala relevanteapenas no Brasil. Na década de 60, o governo brasileiro impôs severastaxas de importação ao coque, o que levou algumas siderúrgicas a fundarempresas <strong>para</strong> a produção própria de carvão vegetal. A eliminação das restriçõesà importação de coque mineral a partir do final dos anos 80 desencadeouum processo de redução do uso de carvão vegetal em algumasdas siderúrgicas que dependiam desse insumo, como a Belgo-Mineira.Entretanto, importantes siderúrgicas brasileiras, como a Acesita e a V&MTubes ainda empregam carvão-vegetal, assim como produtores independentesde ferro-gusa.” (Oliveira, 2007)As denúncias e campanhas que vêm sendo desenvolvidas pela sociedade civilbrasileira resultaram em duas iniciativas recentes, de grande porte, <strong>para</strong> que nofuturo a siderurgia passe a utilizar apenas o carvão vegetal proveniente de florestasartificiais. (Abraf, 2008)A primeira é do Governo de Minas Gerais, em parceria com a iniciativa privada,que visa ampliar a atual área de florestas artificiais plantadas no estado de 1,2 <strong>para</strong>1,8 milhões de hectares, promovendo um incremento de 50% em um período deoito anos. A segunda é a ação das mineradoras e siderúrgicas dos estados do Pará edo Maranhão, que estão investindo e incentivando o plantio de eucaliptos na regiãodo pólo siderúrgico de Carajás, Destaca-se o projeto Vale Florestar Amazônia, daVale do Rio Doce que, com orçamento de US$ 200 milhões até 2010, pretendepromover o plantio de 150 mil hectares de eucalipto em áreas degradadas na regiãoe recuperar 50 mil hectares de mata nativa.Segundo o IBGE (2007), o extrativismo do carvão caiu 15,7% em 2007,relativamente a 2006, revertendo a tendência de crescimento observada desde 1998.O aumento da demanda internacional por ferro e aço, no entanto, tem feito crescera pressão pelo desmatamento, <strong>para</strong> obtenção de carvão vegetal. Esta pressão vemsendo exercida, principalmente, sobre a vegetação nativa de Mato Grosso do Sul(Cerrado e Pantanal), Minas Gerais, Piauí e Pará.A lista inclui também carvão vegetal obtido ilegalmente de florestas do Paraguaie da Bolívia. Alfredo Molinas, ministro do Meio Ambiente do Paraguai, afirmaque contrabandistas brasileiros são os responsáveis por grande parte da devastação73

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