LENHA NOVA PARA A VELHA FORNALHA – A FEBRE DOS AGROCOMBUSTÍVEISSegundo previsões feitas pelo Fapri (Food and Agricultural Policy ResearchInstitute, dos Estados Unidos) em 2007, já na safra 2008-2009 as exportações brasileirasde soja ficarão acima das norte-americanas, transformando o País no maiorexportador mundial. Ainda segundo esta fonte, a participação brasileira passará de40% do total exportado de soja <strong>para</strong> 59,5% em 2016-2017, enquanto os EstadosUnidos cairão dos atuais 41,3% <strong>para</strong> 29,4%.Por outro lado, as projeções de longo prazo divulgadas em janeiro de 2008pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que em dezanos as exportações de soja do Brasil serão quase o triplo das vendas americanas.De acordo com o Relatório de Projeções Agrícolas do USDA, as vendas de soja doBrasil deverão passar de 42,4 milhões de toneladas (na atual safra 2007/08, segundoas projeções da Abiove) <strong>para</strong> 62,9 milhões de toneladas em 2017/18. O volumeé maior que o total da atual safra 2007/08. Já as exportações norte-americanasdeverão recuar de 26,5 <strong>para</strong> 22,5 milhões de toneladas no período.De acordo com o governo dos Estados Unidos, a produção de soja do paísdeverá se estabilizar nos próximos anos, em favor da produção de milho, que deverácrescer. Ao mesmo tempo, haverá maior demanda interna por soja por conta docrescimento da produção de biodiesel.Na Argentina, as exportações deverão atingir 9,1 milhões de toneladas em2008/09 <strong>para</strong> depois se estabilizarem em torno de 8,5 milhões. O país é maisvoltado à exportação de farelo e óleo de soja do que de grão.Ainda segundo o USDA, a China, maior importador mundial de soja, deveráaumentar suas compras dos atuais 33,5 <strong>para</strong> 36,2 milhões de toneladas em 2008/09,chegando a 2017/18 com aquisições de 58,3 milhões de toneladas. A União Européia,segundo maior importador, deverá manter suas compras entre 14 e 15,5 milhões detoneladas, no mesmo período.Produção e consumo no mundoApesar dos Estados Unidos seguirem sendo o maior produtor mundial de soja, asmaiores taxas de expansão da produção continuam sendo as do Brasil e Argentina.No ano de 2007 elas foram, respectivamente, de 6,1%% e 16,5%, A produção norteamericanatambém teve aumento: 4,1%.O consumo de soja na China segue sendo o maior responsável pelo aumentodo consumo mundial. Segundo o USDA, além da crescente demanda naquele país, aqueda da oferta de rações à base de algodão e peixe impulsionou o consumo de farelode soja, resultando em aumento de 18,5% do consumo e 9,7% das importaçõeschinesas de grãos de soja em 2006. Sozinha, a China respondeu por 44% das importaçõesmundiais de soja, e por praticamente todo o aumento destas importações. 55 USDA. Oil crops yearbook, summary. Março de 2007.40
SOJA E BIODIESELQuanto aos preços mundiais, grão, farelo e óleo de soja sofreram aumentosde 2006 <strong>para</strong> 2007. Segundo a Abiove, estas elevações foram de 25,4% <strong>para</strong> os doisprimeiros e 41% <strong>para</strong> o último. Em 2008, no entanto, os preços da soja no mercadointernacional alcançaram seu maior nível dos últimos dez anos. No caso do óleo desoja, trata-se de um recorde histórico: US$ 900 a tonelada, em fevereiro de 2008,contra US$ 720, na média de 2007.Quanto ao grão e ao farelo, a expansão da área plantada com milho nosEstados Unidos, em função dos subsídios concedidos pelo governo americano àprodução do etanol, vem causando expressiva redução da área plantada com sojanaquele país. Esta redução é tida como o principal fator a contribuir <strong>para</strong> a elevaçãodos preços internacionais dos produtos do complexo soja.Os preços do óleo de soja contam ainda com outro fator de peso <strong>para</strong> suaelevação. O interesse mundial pela utilização dos óleos de colza, soja, dendê eoutros, também comestíveis, <strong>para</strong> a produção de biodiesel vem crescendo, emresposta à forte elevação dos preços do petróleo. Particularmente, a União Européiaampliou sua produção e consumo de combustíveis fabricados a partir de sementesoleaginosas. Como resultado, o preço do óleo de colza vem sofrendo sucessivosaumentos desde 2005, e foi fator determinante na elevação dos preços do óleo desoja e outros de origem vegetal.TABELA 3Soja – Principais produtores de 2002/03 a 2007/08Milhares de toneladas2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08*EUA 75.010 66.778 85.013 83.368 86.770 70.360Brasil 52.000 51.000 53.000 55.027 58.376** 61.000Argentina 35.500 33.000 39.000 40.500 47.200 47.000China 16.510 15.394 17.400 16.350 15.970 14.300Índia 4.000 6.800 5.850 6.300 7.690 9.300Paraguai 4.500 3.911 4.050 3.640 6.200 7.000Canadá 2.336 2.263 3.042 3.161 3.460 2.700Outros 6.933 7.385 8.391 11.374 11.604 8.190Total 196.789 186.531 215.746 216.559 237.270 219.850Fonte: USDA. World Agricultural Production. Janeiro, 2008* Previsão** Fonte: Conab (2008)41
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