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Revista HUGV 2011 n.1 - Hospital Universitário Getúlio Vargas - Ufam

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INVESTIGAÇÃO OTORRINOLARINGOLÓGICA EM PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASEulcers, crusts and synechia in the nasal cavity. Conclusion: The otorhinolaringologistphysician has important role to detect many cases of this disease and even for monitoringpatients who already have previous diagnostic, since the oral and nasal mucosa are involvedin disease transmission and manifestations.Key-words: Leprosy; Otolaryngology; Mucosa.IntroduçãoA hanseníase é uma doença infecciosacrônica causada pelo Mycobacterium leprae,que afeta principalmente pele, nervosperiféricos e mucosas. 1 Embora a forma detransmissão exata não seja conhecida, o altonúmero de microrganismos nas secreçõesnasais sugere que, em alguns casos, o sítioinicial de infecção possa ser a mucosa nasalou orofaríngea. 2A transmissão é direta do pacientebacilífero não tratado, que elimina osbacilos pelas vias aéreas superioresdurante convivência íntima e prolongada,principalmente intradomiciliar. Também sãocontaminantes os hansenomas ou qualquerlesão erosada da pele de pacientes bacilíferos.O M. leprae, apesar de altamente infectante,tem baixa patogenicidade e virulência. 3 Operíodo de incubação da doença é longo,variando com o estado imune do indivíduo,em média de três a sete anos ou mais. 4Dentre os exames laboratoriais, abaciloscopia é um procedimento de fácilexecução e de baixo custo, sendo um dosmétodos mais utilizados em nosso meio. Temcomo finalidade o diagnóstico e a classificaçãoclínica da doença pela identificação do baciloálcool-ácido resistente (BAAR). O materialexaminado é o raspado intradérmico colhidonos lóbulos das orelhas, dos cotovelos e dalesão cutânea com infiltração. O esfregaçocorado pela técnica de Ziehl-Neelsenpermite o achado do M. leprae em materialque contenha pelo menos 10 4 bacilos/mL. 3,5Para fins operacionais e instituiçãode tratamento poliquimioterápico, aOrganização Mundial de Saúde (OMS)recomenda o uso de classificação simplificada,sendo considerados paucibacilares (PB)os pacientes com baciloscopia negativa ecom até cinco lesões cutâneas disestésicasou multibacilares (MB), os pacientes combaciloscopia positiva e com mais de cincolesões cutâneas disestésicas. 6As lesões orais na hanseníasedesenvolvem-se insidiosamente, geralmenteassintomáticas e secundárias às alteraçõesnasais, porém, atualmente, por contados diagnósticos mais precoces e o uso dapoliquimioterapia, as lesões orais não sãofrequentemente observadas. Entretanto, amucosa oral sem lesões evidentes pode estarcomprometida nos pacientes em estágiosmenos avançados da doença, como constatadoem diferentes estudos anteriores. 7,8 A regiãomais frequentemente afetada é o palatoduro. 7 A infiltração da micobactéria namucosa e nas terminações nervosas dosnervos sensoriais e motores da laringe podemcausar paralisia ou paresia de pregas vocaise possível alteração na sensibilidade damucosa. 9 A deterioração sensorial ou motorapode causar aspiração e broncopneumonia,por conta da disfagia orofaríngea, o que podeser investigado por meio de videoendoscopiae videofluoroscopia da deglutição. 10 Autilização da videoendoscopia em pacientescom hanseníase oferece uma melhoracurácia na identificação de lesões mucosase precocidade no diagnóstico. 11Ao contrário das lesões cutâneas, quesão amplamente descritas na literatura,existem poucos estudos voltados paraas alterações otorrinolaringológicas nahanseníase. A maior parte dos trabalhos54revistahugv - <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v.10. n. 1-2 jan./jul. – <strong>2011</strong>

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