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Revista HUGV 2011 n.1 - Hospital Universitário Getúlio Vargas - Ufam

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Santana et algerando obstrução nasal e hipersecreçãomucosa originando crostas, e, por últimas,as manifestações tardias, marcadas pelocomportamento mutilante da doença comulceração, infecção secundária e reduçãodo aporte sanguíneo ao pericôndrio levandoa perfuração do septo nasal, alterações dasensibilidade e do olfato. A destruição dosepto nasal caracteriza o nariz em sela,deformidade típica da hanseníase. 14 Nessaavaliação, somente um paciente multibacilarpossuía desabamento de pirâmide nasal, comdestruição de cartilagens alares superiores einferiores e septo nasal.Nessa série de casos, todos os pacientesrelataram alguma queixa nasal, sendo asmais frequentes obstrução e rinorreia,ambos em dois pacientes cada. Um dospacientes com obstrução nasal queixava-setambém de eliminação de crostas, epistaxee dor. Apenas um paciente queixou-se deprurido nasal e nenhum referiu alteraçõesno olfato. Todos esses achados foram citadospor outros estudos, sendo a obstrução nasale a eliminação de crostas os sintomas maisdescritos em um trabalho maior realizadonum centro de referência. 15 Nesse mesmoestudo, o exame físico nasal revelou apresença de hipertrofia de conchas nasaisem 36% dos casos, atrofia de conchas nasaise hiperemia mucosa em 22% dos pacientes,cada, e palidez mucosa em 20%. Não foramrelatados casos de desvio de septo. Emnossa casuística, a hipertrofia de conchasnasais também foi o principal achado emtrês pacientes. A atrofia de conchas nasais,hiperemia e palidez mucosas só foramencontrados em um paciente, cada. Foramobservados três casos de desvio de septonasal.É comum que alguns pacientes nãotenham queixas nasais e, quando as possui,não as relacionam à hanseníase, mostrandoa importância de um acompanhamentosistemático de um otorrinolaringologista numcentro de tratamento da hanseníase.Na cavidade oral, os locais afetadosem ordem de frequência são: palato duro,palato mole, gengiva, língua, lábios emucosa jugal. Os tecidos moles afetadosapresentam-se inicialmente como pápulasfirmes, amareladas ou vermelhas, sésseis,de tamanho crescente, que ulceram enecrosam, sendo seguidas por uma tentativade cicatrização por segunda intenção. Podeocorrer a perda completa da úvula e fixaçãodo palato mole. As lesões linguais surgemprincipalmente no terço anterior e muitasvezes começam como áreas de erosão, quepodem resultar em grandes nódulos. 16,2 Nopresente estudo, não foram detectadaslesões, ao exame físico, de cavidade orale orofaringe, muitas vezes, porque ospacientes já se encontravam em tratamento,na ocasião da consulta. A menor incidênciade lesões orais observadas recentemente,comparado com os relatos mais antigos,pode ser explicada pelo fato de o tratamentopoliquimioterápico vigente ser mais efetivoe iniciado precocemente, e, provavelmente,também pelo melhoramento da higiene oral. 7A mucosa oral oferece uma resistêncianatural para o surgimento da hanseníase e aslesões orais podem estar restritas a estágiosavançados da doença. A invasão da mucosaoral pode ocorrer quando há uma bacteremiade M. leprae. Entretanto, a mucosa oralpode ser um local para a localização do M.leprae, até mesmo sem sinais macroscópicose isso precisa ser confirmado usando técnicashistológicas e biologia molecular. 17Em pesquisas realizadas pela PCR, combiópsias em mucosa, aparentemente normalde palato duro e mole em sete pacientesmultibacilares, em tratamento, obteve-sepositividade em seis dos sete casos (85,7%)para detecção molecular do M. leprae. 18Dentre os nervos cranianos, o maisafetado pela hanseníase é o trigêmeo (V par)responsável pela sensibilidade da face, dos2/3 anteriores da língua e do palato duro emole, e, em seguida, o nervo facial (VII par)57revistahugv - <strong>Revista</strong> do <strong>Hospital</strong> Universitário Getúlio <strong>Vargas</strong>v.10. n. 1-2 jan./jul. – <strong>2011</strong>

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