genes formado por genes parcialmentecompartilhados e genes cepa-específicos(genoma dispensável), ou seja, constituídopela soma dos genes que representama essência (centrais) e a diversidade(dispensáveis) desta espécie. Resultadossimilares foram obtidos analisando-seisolados provenientes de outrasespécies (Streptococcus pyogenes,Bacillus anthracis, Escherichia coli eHaloquadratum walsbyi) e modelosmatemáticos baseados nos dados obtidospara os diferentes grupos analisadosmostraram que, enquanto para algumasespécies (Bacillus anthracis) opan-genoma pode ser completamentedescrito com o seqüenciamento dosgenomas de apenas alguns poucos representantes,em outras espécies(Streptococcus pyogenes, Escherichia colie Haloquadratum walsbyi), genes novoscontinuarão a emergir mesmo apóso seqüenciamento dos genomas de centenasou milhares de cepas, sugerindoque o pool de genes disponíveis no universomicrobiano é muito maior do quese imaginava (Tettelin et al 2005; Mediniet al 2005; Chen et al 2006; Legault et al2006). Embora o significado do pangenomaainda não seja bem compreendido(uma possibilidade seria a deque ele estaria envolvido na adaptaçãoa diferentes nichos ecológicos), estesestudos demonstram claramente a necessidadede se analisar genomas demúltiplos isolados, e não apenas um oudois representantes de cada espécie,para que se tenha uma compreensãoglobal da complexidade das espéciesbacterianas.Comparações envolvendoregiões não codificantesO processo de regulação transcricionalé um importante mecanismo de adaptaçãoem procariotos, no qual proteínasregulatórias e sinais regulatórioslocalizados nas regiões extra-gênicassão elementos-chaves envolvidos. Nestesentido, comparações entre regiõesnão codificantes de genomas de diferentesespécies procarióticas têm auxiliadograndemente a identificação e caracterizaçãode segmentos genômicoscom papéis regulatórios (Pareja et al2006), contribuindo para a elucidaçãodos circuitos genéticos de regulaçãotranscricional nestes organismos. Estasabordagens baseiam-se na suposição deque regiões funcionalmente importantesencontram-se sob pressão seletivae, portanto, tendem a evoluir com umataxa menor do que regiões sem nenhumpapel funcional (Wei et al 2002).Por outro lado, comparações entre proteínasjá caracterizadas e regiões nãocodificantes em inúmeras espécies deprocariotos têm sido usadas na identificaçãoe caracterização de cópias obsoletasde genes ou, em outras palavras,fósseis moleculares chamadospseudogenes (Liu et al 2004; Lerat &Ochman 2005). Tais seqüências podemser reconhecidas por apresentarem rupturasem seus marcos de leituraprovocadas por mudanças de fase e porcódons de parada prematuros (Lerat &Ochman 2005). Por possuírem umgenoma muito compacto, rico em genese contendo muito pouco DNA nãocodificante, acreditava-se que a formaçãode pseudogenes em microrganismosprocarióticos era mínima (com algumasraras exceções bem conhecidas).Entretanto, atualmente, pseudogenes sãoreconhecidos como um atributo normalde genomas procarióticos, encontradosem virtualmente todos os genomasprocarióticos já analisados, particularmenteem bactérias patogênicas quesurgiram recentemente, nas quais a presençadestes fósseis moleculares ocorreem grande número (Lerat & Ochman2005; Ochman & Davalos 2006). Estudosenvolvendo a identificação e a caracterizaçãoda origem e função primitivade genes extintos são muito importantespara a compreensão da evoluçãodo proteoma e da natureza e dinâmicados genomas procarióticos(Ochman & Davalos 2006).Conclusões e perspectivaspara o futuroA análise comparativa de genomas possuivariadas aplicações em diferentescampos do conhecimento, desde a análiseda estrutura, organização e evoluçãodos genomas até o desenvolvimentode métodos mais eficientes de prevenção,tratamento e diagnóstico de doençasparasitárias, por exemplo. Além disso,por envolver análises em larga escala,exigindo, portanto, métodoscomputacionais para sua realização, osdesafios impostos pela necessidade dese comparar grandes, diversificados ecomplexos volumes de dados, oriundosdos inúmeros projetos genoma, têmestimulado o desenvolvimento de novosmétodos, algoritmos e ferramentascomputacionais e também o aprimoramentode técnicas já existentes.Sem dúvida, a análise comparativa degenomas constitui um campo fértil parapesquisas envolvendo diversos aspectosda biologia dos organismosprocarióticos (e também eucarióticos),como a genética, a bioquímica, a evoluçãoe, ainda, os mecanismosmoleculares da patogênese, do espectrode hospedeiros e das diferençasfenotípicas entre alguns de seus representantes.Neste sentido, diferentes abordagenstêm sido desenvolvidas e empregadas nacomparação de seqüências genômicas, oferecendoassim múltiplas perspectivas acercados organismos estudados.Com o constante aprimoramento dos métodosde seqüenciamento em larga escalaocorrido nos últimos anos, aumentandosubstancialmente a rapidez e a eficiênciacom que genomas inteiros são seqüenciados(Shendure et al 2008), e a recente possibilidadede se obter seqüências genômicas(completas ou parciais) de comunidades inteirasde microrganismos diretamente deamostras ambientais (metagenômica), novase importantes descobertas científicas eavanços tecnológicos podem ser antecipadospara o futuro.Referências bibliográficasAbby S, Daubin V. Comparative genomicsand the evolution of prokaryotes. TrendsMicrobiol 2007 March;15(3):135-141.Altschul SF, Gish W, Miller W, Myers EW,Lipman DJ. Basic local alignment searchtool. J Mol Biol 1990 Oct 5;215(3):403-10.Altschul SF, Madden TL, Schaffer AA, ZhangJ, Zhang Z, Miller W, et al. Gapped BLASTand PSI-BLAST: a new generation of proteindatabase search programs. Nucleic Acids Res1997 Sep 1;25(17):3389-402.Batzoglou S, Pachter L, Mesirov JP, BergerB, Lander ES. Human and mouse genestructure: comparative analysis andapplication to exon prediction. Genome Res2000 Jul;10(7):950-8.Behr MA, Wilson MA, Gill WP, Salamon H,Schoolnik GK, Rane S, et al. Comparativegenomics of BCG vaccines by wholegenomeDNA microarray. Science 1999 May28;284(5419):1520-3.Binneck E. As ômicas: integrando abioinformação - O papel da bioinformáticaem expansão. Biotecnol Ciênc Des 2004 Janeiro/Junho;32:28-<strong>37</strong>.Binnewies TT, Motro Y, Hallin PF, Lund O,Dunn D, La T, Hampson DJ, Bellgard M,Wassenaar TM, Ussery DW. Ten years ofbacterial genome sequencing: comparativegenomics-baseddiscoveries. Funct IntegrGenomics 2006 July;6(3):165-185.Blanchette M. Computation and Analysis ofGenomic Multi-Sequence Alignments.Annual Review of Genomics and HumanGenetics 2007 September 24;8(1):193-213.Bray N, Dubchak I, Pachter L. AVID: A globalalignment program. Genome Res 2003Jan;13(1):97-102.Bray N, Pachter L. MAVID: constrained ancestralalignment of multiple sequences.Genome Res 2004 Apr;14(4):693-9.Brosch R, Pym AS, Gordon SV, Cole ST. The26 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong>
evolution of mycobacterialpathogenicity: clues from comparativegenomics. Trends Microbiol 2001Sep;9(9):452-8.Brudno M, Chapman M, Gottgens B,Batzoglou S, Morgenstern B. Fast andsensitive multiple alignment of largegenomic sequences. BMCBioinformatics 2003a Dec 23;4(1):66.Brudno M, Do CB, Cooper GM, Kim MF,Davydov E, Green ED, et al. LAGAN andMulti-LAGAN: efficient tools for largescalemultiple alignment of genomicDNA. Genome Res 2003b Apr;13(4):721-31.Carraro DM, kitajima JP.Seqüenciamento e bioinformática degenomas bacterianos. Biotecnol CiêncDes 2002 Setembro/Outubro;28:16-20.Catanho M, Miranda AB, Degrave W.Comparing genomes: databases andcomputational tools for comparativeanalysis of prokaryotic genomes. RECIIS:R. Eletr. De Com. Inf. Inov. Saúde Suppl2007 Jul-Dec;1(2):Sup334-Sup355.Chen SL, Hung CS, Xu J, Reigstad CS,Magrini V, Sabo A, Blasiar D, Bieri T,Meyer RR, Ozersky P, Armstrong JR,Fulton RS, Latreille JP, Spieth J, HootonTM, Mardis ER, Hultgren SJ, Gordon JI.Identification of genes subject to positiveselection in uropathogenic strains ofEscherichia coli: A comparativegenomics approach. Proceedings of theNational Academy of Sciences 2006 April11;103(15):5977-5982.Ciero L, Bellato CM. Proteoma: AvançosRecentes em Técnicas deEletroforese Bidimensional eEspectrometria de Massa. BiotecnolCiênc Des 2002 Novembro/Dezembro;29:158-164.Clark MS. Comparative genomics: thekey to understanding the HumanGenome Project. Bioessays 1999February;21(2):121-130.Coenye T, Gevers D, Van de PY,Vandamme P, Swings J. Towards aprokaryotic genomic taxonomy. FEMSMicrobiol Rev 2005 April;29(2):147-167.Cole ST. Comparative mycobacterialgenomics as a tool for drug target andantigen discovery. Eur Respir J Suppl2002 Jul;36:78s-86s.Cordwell SJ. Microbial genomes and“missing” enzymes: redefiningbiochemical pathways. Arch Microbiol1999 November;172(5):269-279.Delcher AL, Kasif S, Fleischmann RD,Peterson J, White O, Salzberg SL.Alignment of whole genomes. NucleicAcids Res 1999 Jun 1;27(11):2369-76.Delcher AL, Phillippy A, Carlton J,Salzberg SL. Fast algorithms for largescalegenome alignment andcomparison. Nucleic Acids Res 2002 Jun1;30(11):2478-83.Delsuc F, Brinkmann H, Philippe H.Phylogenomics and the reconstruction ofthe tree of life. Nat Rev Genet 2005May;6(5):361-<strong>37</strong>5.Dutilh BE, van N, V, van der Heijden RT,Boekhout T, Snel B, Huynen MA.Assessment of phylogenomic andorthology approaches for phylogeneticinference. Bioinformatics 2007 April1;23(7):815-824.Felsenstein J. Evolutionary trees from DNAsequences: a maximum likelihoodapproach. J Mol Evol 1981;17(6):368-76.Felsenstein J. PHYLIP — PhylogenyInference Package (Version 3.2). Cladistics1989; 5: 164-6.Feng DF, Doolittle RF. Progressivesequence alignment as a prerequisite tocorrect phylogenetic trees. J Mol Evol1987;25(4):351-60.Fitch WM. Distinguishing homologousfrom analogous proteins. Syst Zool. 1970,19(2):99-113.Fitch WM. Homology a personal view onsome of the problems. Trends Genet 2000May;16(5):227-31.Fitzgerald JR, Musser JM. Evolutionarygenomics of pathogenic bacteria. TrendsMicrobiol 2001 Nov;9(11):547-53.Francke C, Siezen RJ, Teusink B.Reconstructing the metabolic network ofa bacterium from its genome. TrendsMicrobiol 2005 November;13(11):550-558.Fraser CM, Eisen J, Fleischmann RD,Ketchum KA, Peterson S. Comparativegenomics and understanding of microbialbiology. Emerg Infect Dis 2000Sep;6(5):505-12.Gabaldon T, Huynen MA. Prediction ofprotein function and pathways in thegenome era. Cell Mol Life Sci 2004April;61(7-8):930-944.Galperin MY, Koonin EV. Functionalgenomics and enzyme evolution.Homologous and analogous enzymesencoded in microbial genomes. Genetica.1999;106(1-2):159-70.Galperin MY, Koonin EV. Who’s yourneighbor? New computational approachesfor functional genomics. Nat Biotechnol2000 June;18(6):609-613.Galperin MY, Walker DR, Koonin EV.Analogous enzymes: independentinventions in enzyme evolution. GenomeRes. 1998, 8(8):779-90.Ginalski K. Comparative modeling forprotein structure prediction. Curr OpinStruct Biol 2006 April;16(2):172-177.GOLD. Genomes Online Database. Disponívelem: Acesso em: 26mar. 2008.Gordon SV, Brosch R, Eiglmeier K,Garnier T, Hewinson RG, Cole ST. RoyalSociety of Tropical Medicine andHygiene Meeting at Manson House,London, 18th January 2001. Pathogengenomes and human health.Mycobacterial genomics. Trans R SocTrop Méd Hyg 2002 Jan;96(1):1-6.Henz SR, Huson DH, Auch AF, Nieselt-Struwe K, Schuster SC. Whole-genomeprokaryotic phylogeny. Bioinformatics2005 May 15;21(10):2329-35.HGP. HUMAN GENOME PROGRAM(USA). U.S. Department of Energy.Genomics and Its Impact on Medicineand Society: A 2001 Primer; 2001.Huynen MA, Dandekar T, Bork P.Variation and evolution of the citric-acidcycle: a genomic perspective. TrendsMicrobiol 1999 July;7(7):281-291.Huynen MA, Gabaldon T, Snel B.Variation and evolution of biomolecularsystems: Searching for functionalrelevance. FEBS Lett 2005 March21;579(8):1839-1845.Jareborg N, Birney E, Durbin R.Comparative analysis of noncodingregions of 77 orthologous mouse andhuman gene pairs. Genome Res 1999Sep;9(9):815-24.Jensen RA. Orthologs and paralogs - weneed to get it right. Genome Biol2001;2(8):INTERACTIONS1002.Karp PD, Krummenacker M, Paley S,Wagg J. Integrated pathway-genomedatabases and their role in drugdiscovery. Trends Biotechnol 1999July;17(7):275-281.Kato-Maeda M, Rhee JT, Gingeras TR,Salamon H, Drenkow J, Smittipat N, etal. Comparing genomes within thespecies Mycobacterium tuberculosis.Genome Res 2001 Apr;11(4):547-54.Kent WJ, Zahler AM. Conservation,regulation, synteny, and introns in alarge-scale C. briggsae-C. elegansgenomic alignment. Genome Res 2000Aug;10(8):1115-25.Kondrashov AS. Comparative genomicsand evolutionary biology. Curr OpinGenet Dev 1999 Dec;9(6):624-9.Koonin EV, Aravind L, Kondrashov AS.The impact of comparative genomics onour understanding of evolution. Cell2000 Jun 9;101(6):573-6.Koonin EV, Mushegian AR, Bork P. Nonorthologousgene displacement. TrendsGenet 1996 September;12(9):334-336.Koonin EV. Comparative genomics,minimal gene-sets and the last universalcommon ancestor. Nat Rev Microbiol2003 November;1(2):127-136.Kunin V, Ahren D, Goldovsky L, JanssenP, Ouzounis CA. Measuring genome<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong> 27
- Page 1 and 2: Biotecnologia Ciência & Desenvolvi
- Page 3 and 4: BC&D - Como o senhor avalia aposiç
- Page 5 and 6: dicamentos.Os anticorpos monoclonai
- Page 8 and 9: PesquisaLUCIFERASES DE VAGALUMESPes
- Page 10 and 11: ger & McElroy, 1965; Hastings,1995)
- Page 12 and 13: ciferases de elaterídeos e fengod
- Page 14 and 15: utilizados como marcadores sensíve
- Page 16: 5,5-dimethyloxyluciferin. JACS 124:
- Page 19 and 20: Rev. Bras. Entom. 33: 359-366..Vivi
- Page 21 and 22: vimento de pesquisas científicas (
- Page 23 and 24: ubíquos) é inferior a 100, envolv
- Page 25: (tais como genes, operons, grupos[c
- Page 29 and 30: GLOSSÁRIOAlgoritmo. Procedimento o
- Page 31 and 32: oócito e melhora o posterior desen
- Page 33 and 34: Figura 7: Ilustração de resultado
- Page 35 and 36: 10. COELHO, L. A.; ESPER, C. R.;GAR
- Page 37 and 38: - permitir a rápida liberação do
- Page 39 and 40: de crescimento, quatro grupos de mi
- Page 41 and 42: skovia xanthineolytica LL-G109 (And
- Page 43 and 44: Tabela 1. Purificação da β-1,3 g
- Page 45 and 46: depende em parte, da venda dos subp
- Page 47 and 48: tipo poro-canal-G1pF atua por sensi
- Page 49 and 50: eutilização de células imobiliza
- Page 51 and 52: ANP - AGENCIA NACIONAL DE PETROLEO
- Page 53 and 54: inantes, incluindo eritropoetinas,
- Page 55 and 56: proteínas terapêuticas como, por
- Page 57 and 58: capsuladas, a redução de efeitos
- Page 59 and 60: Zhang W, Rong Z, Chen H, Jiang X.Br
- Page 61 and 62: FIGURA 1. Estrutura “Markush”Ma
- Page 63 and 64: Figura 2, todos os compostos origin
- Page 65 and 66: Figura 2. O filo Porifera é dividi
- Page 67 and 68: Figura 4. Microscopia eletrônica d
- Page 69 and 70: plication of genomics to uncultured
- Page 71 and 72: viabilidade celular (1) a técnica
- Page 73 and 74: Gráfico 02: Média das viabilidade
- Page 75 and 76: Tabela 04: Análise das médias de
- Page 77 and 78:
icus blazei. Atualmente é também
- Page 79:
5. Agaricus sylvaticus é sinônimo