Padrões β-1,3 glucanasePadrões: a- fosforilase b (94,0 KDa); b- albumina bovina (67,0KDa); c- ovoalbumina (43,0 KDa); d- anidrase carbônica (30,0KDa); e- inibidor de tripsina de soja (20,1 KDa); f- α-lactoalbumina (14,0 KDa)Figura 4. Eletroforese da β-1,3 glucanase purificada em gel SDS-poliacrilamidadestilada e liofilizadas. A concentração de proteínadas soluções enzimáticas foi determinada comodescrito por Lowry et al. (1951), usando ovoalbuminacomo padrão. A atividade de β-1,3 glucanasefoi determinada como descrito anteriormente.Eletroforese da β-1,3 glucanase em gelSDS-poliacrilamidaAs frações com atividade de β-1,3 glucanase foramconcentradas por liofilização, ressuspendidas e aplicadasem gel de dodecil sulfato de sódio-poliacrilamidaa 12% (SDS-PAGE), como descrito por Laemmli(1970). A eletroforese foi desenvolvida emduas etapas: a 80 V por aproximadamente 30 mine a 120 V por aproximadamente 2 h.Após a corrida eletroforética, os géis foram lavadostrês vezes por 20 min com uma solução fixadorade etanol (30%) e ácido acético (10%) emágua destilada. Em seguida, o gel foi corado comCoomassie Blue R250.A mistura padrão de proteínas, utilizada como parâmetropara determinar a massa molecular da β-1,3 glucanase, continha fosforilase b (94,0 KDa),albumina bovina (67 KDa), ovoalbumina (43,0KDa), anidrase carbônica (30,0 KDa), inibidor detripsina de soja (20,1 KDa) e α-lactoalbumina (14,0KDa).RESULTADOS E DISCUSSÃOProdução de β-1,3 glucanaseem frascos agitadosFoi obtido 1,12 U/mL de β-1,3 glucanase atravésda fermentação da linhagem C. cellulans 191, emfrascos agitados aletados, em meio de cultivoem tampão fosfato 0,2 M, pH 7,5, a 30 o C e200 rpm, após 24 h de incubação.Produção de β-1,3 glucanase em fermentador de 5L, em diferentes condições de aeraçãoA produção de β-1,3 glucanase pela linhagemC. cellulans 191 em meio de cultivo contendo1% de parede celular de levedura em tampãofosfato 0,2 M, pH 7,5, em fermentadorde 5 L, foi estudada em diferentes tempos defermentação; a 30 o C, 200 rpm e 1,5 e 3 vvmde aeração.Na fermentação da linhagem C. cellulans 191em fermentador de 5 L com 1,5 vvm deaeração, foi obtido máxima produção de β-1,3 glucanase após 24 h de fermentação (0,34U/mL). O pH do meio de cultivo praticamentenão apresentou variação durante afermentação.No cultivo do microrganismo em fermentadorde 5 L com 3 vvm de aeração, a β-1,3 glucanasefoi produzida no final da fase exponencial decrescimento atingindo atividade máxima de0,72 U/mL de β-1,3 glucanase após 24 h defermentação. O pH do meio de cultivotambém não apresentou variação significativadurante a fermentação.O presente estudo demonstra que maioresaerações são favoráveis para a produção daenzima. O aumento da aeração de 1,5 vvmpara 3 vvm na produção de β-1,3 glucanasepela linhagem C. cellulans 191 provocou umaumento de aproximadamente 2,12 vezes naatividade enzimática. No estudo com aeração de1,5 vvm foi obtido 0,34 U/mL de β-1,3 glucanaseapós 24 h de fermentação do microrganismo C.cellulans 191, indicando uma produçãoaproximadamente 3,1 vezes maior que a obtidanos estudos descritos por Ferro (2002); enquantoque no estudo de produção com aeração de 3vvm, foi obtida uma produção 5 vezes maior quea obtida por Ferro (2002).Nota-se também que a produção de β-1,3glucanase em frascos aletados foi superior 1,5vezes quando comparada à produção emfermentador. O tipo de agitação em frascosaletados e em fermentador são diferentes eparecem interferir diretamente na produção daenzima pela bactéria C. cellulans 191.Resultados similares foram relatados por Beshayet al. (2003) que estudou a produção de β-1,3glucanase por Bacillus sp. utilizando umalinhagem de E. coli recombinante. Foi obtidouma produção enzimática 1,03 vezes menor emfermentador de 3 L, quando comparado com oestudo de produção da enzima em frascosagitados.Purificação parcial de β-1,3 glucanaseEm estudo preliminar foi testado ofracionamento enzimático por precipitação comsulfato de amônio (40, 60 e 80% de saturação)da preparação bruta de β-1,3 glucanase obtidaatravés do cultivo de C. cellulans 191 em frascosagitados aletados. Nesta etapa a atividadeespecífica da preparação enzimática final foiinferior à atividade específica da preparaçãoenzimática inicial. Dessa forma, para apurificação da β-1,3 glucanase o extratoenzimático bruto foi aplicado diretamente nacoluna de troca iônica sem concentração préviacom sal.A purificação da β-1,3 glucanase da linhagem C.cellulans 191 foi conduzida em coluna de DEAE-Sephadex A50 equilibrada em tampão fosfato0,01 M, pH 6,5. A enzima foi eluída da resinautilizando tampão contendo 0,6 M de NaCl. Foiobtido um pico de β-1,3 glucanase (Figura 3), aqual foi purificada 11,92 vezes com umrendimento de 25% (Tabela 1).Diferentes métodos de purificação de β-1,3glucanases têm sido relatados. A β-1,3 glucanasede Oerskovia xanthineolytica TK-1 foi purificadaem coluna de DEAE-Sephacel, DEAE-Toyopearl650M e Bio-Gel P-2. A enzima foi purificada 21vezes e apresentou massa molecular estimadaem 40 KDa (Saeki et al., 1994).A β-1,3 glucanase de Oerskovia xanthineolyticaLL-G109 foi purificada em coluna HR 16/10 Q-Sepharose FF. Em eletroforese em gel SDS, aenzima apresentou massa molecular deaproximadamente 27,19 KDa (Parrado et al.,1996). Ferrer et al. (1996) prosseguiram osprocedimentos de purificação desta enzimaatravés de ultrafiltração e duas colunasconsecutivas de HR 16/10 Q-Sepharose FF emdiferentes valores de pH (pH 8,5 e 5,0).Thrane et al. (1997) purificou uma endo-β-1,3glucanase do filtrado de uma cultura deTrichoderma harzanium através de filtração emgel utilizando coluna Sephacryl S-300R e42 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong>
Tabela 1. Purificação da β-1,3 glucanase em coluna de DEAE-Sephadex A50ExtratosBrutoPurificadoVolume(mL)2050U/mL1,120,112U total22,45,6Proteínas(mg/mL)9,180,078ProteínasTotais (mg)183,63,9Atividade Específica(U/mg)0,121,43Rendimento(%)10025Fator dePurificação111,92focalização isoelétrica, sendo obtido fator depurificação de 12,5 vezes e rendimento de 13%.Em eletroforese em gel SDS, a enzima apresentoumassa molecular em torno de 17 KDa.Noronha e Ulhoa (2000) purificaram uma β-1,3glucanase de Trichoderma harzianum através devárias etapas cromatográficas utilizando colunaSephacryl S-200, coluna Fenil-Sepharose ecoluna CM-Sepharose. A enzima foi purificada65 vezes e foi obtido 0,32% de rendimento.Através de SDS-PAGE a massa molecular foiestimada em aproximadamente 29 KDa.Uma β-1,3 glucanase da linhagemCellulosimicrobium cellulans de 17,1 KDa foipurificada e caracterizada. A β-1,3 glucanase foipurificada do sobrenadante do meio de cultivoatravés de ultrafiltração e cromatografia emcoluna de CM-Sepharose CL6B (purificação de78,2 vezes e rendimento de 5,53%) (Ferro, 2002).Outra β-1,3 glucanase de massa molecular de 57KDa da linhagem Cellulosimicrobium cellulans191 foi purificada do sobrenadante do meio decultivo através de ultrafiltração (membrana deexclusão de 10 KDa) e cromatografia de trocaiônica em coluna de DEAE-Sepharose equilibradaem pH 5,5. A enzima foi purificada 1,18 vezesquanto à atividade de β-1,3 glucanase e 5,1 vezesquanto à atividade de liticase (Soares, 2002).A β-1,3 glucanase alcalina produzida por Bacillusclausii NM1 foi purificada 124 vezes porprecipitação com sulfato de amônio,cromatografia de troca iônica com DEAE-Sepharose FF e filtração em gel com SephacrylS-200HR com rendimento de 41,8%. A massamolecular da enzima purificada foi estimada em71 KDa por eletroforese em gel de SDS-PAGE(Miyanishi et al., 2003).Thichoderma asperellum produz pelo menos duasβ-1,3 glucanases extracelulares na presença deparede celular de Rhizoctonia solani como indutor.A β-1,3 glucanase foi purificada por filtração emgel em coluna Sephacryl S-100 e cromatografiade troca iônica em coluna de Q-Sepharose FastFlow, sendo obtido fator de purificação de 35,7vezes e rendimento de 9,5%. A massa molecularda exo-β-1,3 glucanase purificada foi estimadaem 83,1 KDa utilizando eletroforese SDS-PAGE(Bara et al., 2003).No presente estudo a β-1,3 glucanase (45 KDaem SDS-PAGE) da linhagem C. cellulans 191 pôdeser purificada através de uma única etapacromatográfica, utilizando a coluna de troca iônicaDEAE-Sephadex A50.CONCLUSÕESA maior produção de β-1,3 glucanase (1,12 U/mL) foi obtida através do cultivo da bactéria C.cellulans 191 em frascos agitados aletados, emcomparação com a produção em fermentador.Em fermentador a maior produção da enzimafoi obtida com 3 vvm de aeração, emcomparação com a produção utilizando 1,5vvm. A β-1,3 glucanase foi purificada 11,92vezes em coluna de DEAE-Sephadex A50 comrendimento de 25% e apresentou massamolecular de 45 KDa em SDS-PAGE.REFERÊNCIASAndrews, B. A.; Asenjo, J. A. Continuousculturestudies of synthesis and regulation ofextracellular β-1,3 glucanase and proteaseenzymes from Oerskovia xanthineolytica.Biotechnol. Bioeng. v. 30, p. 628, 1987.Andrews, B. A.; Asenjo, J. A. Enzymatic lysisand disruption of microbial cells. Tibtech. v.5, p. 273, 1987.Bara, M. T. F.; Lima, A. L.; Ulhoa, C. J.Purification an characterization of an exo-β-1,3 glucanase produced by Trichodermaasperellum. FEMS Microbiol. Lett. v. 219,p. 81, 2003.Beshay, U.; El-Enshasy, H.; Ismail, I. M. K.;Moawad, H.; Ewa, W.; Abd-El-Ghany, S. β-Glucanase production from geneticallymodified recombinant Escherichia coli:Effect of growth substrates and developmentof a culture medium in shake flasks and stirredtank bioreactor. Process Biochem. v. 39, p.307, 2003.Ferrer, P.; Hedegaard, L.; Halkier, T.; Diers,I.; Savva, D.; Asenjo, J. A. Molecular cloningof a lytic β-1,3 glucanase gene from Oerskoviaxanthineolytica LLG109. Ann. N. Y. Acad.Sci. v. 782, p. 555, 1996.Ferro, L. A. Produção, Purificação eCaracterização da enzima β-1,3 glucanase deCellulomonas cellulans YLM-B191-1 e açãoda enzima na parede celular de leveduras. Tesede Doutorado - FEA - Universidade Estadualde Campinas, Brasil, 2002, p. 175.Fleuri, L. F. β-1,3 glucanases, protease equitinases: produção, purificação e aplicação.Tese de Doutorado - FEA - UniversidadeEstadual de Campinas, Brasil, 2006, p. 95.Fleuri, L. F. Produção de β-1,3 glucanases,proteases líticas e quitinases pormicrorganismos e aplicação na lise deleveduras. Dissertação de Mestrado - FEA -Universidade Estadual de Campinas, Brasil,2003, 141 p.Fleuri, L. F; Sato, H. H. Produção, purificação,clonagem e aplicação de enzimas líticas.Quim. Nova. v. 28, n. 5, p. 871, 2005.Klis, F. M. Review: Cell wall assembly in yeast.Yeast. v.10, p.851, 1994.Kim, K. S.; Chang, J. E,; Yun, H. S. Estimation ofa soluble β-glucan content of yeast cell wall by thesensitivity to Glucanex 200G treatment. EnzymeMicrob. Technol. v, 35, n.6, p.672, 2004.Laemmli, U. K. Cleavage of structural proteinsduring assembly of the head of bacteriophage T4.Nature. v. 227, p. 680, 1970.Lowry, O. H.; Rosebrough, N. J.; Farr, L. A.; Randall,R. J. Protein measurement with the folin phenolreagent. J. Biol. Chem. v. 193, p. 265, 1951.Miyanishi, N; Hamada, N.; Kobayashi, T.; Imada,C.; Watanabe, E. Purification and characterizationof a novel extracelular β-1,3 glucanase produced byBacillus clausii NM1 isolated from ezo abaloneHaliotis discus hannai. J. Biosci. Bioeng. v. 95, p.45, 2003.Noronha, E. F.; Ulhoa, C. J. Characterization of a29-KDa β-1,3 glucanase from Trichodermaharzianum. Microbiol. Lett. v. 183, p. 119, 2000.Parrado J.; Escudero, P. R.; Conejero-Lara, F.;Kotik, N.; Ponting, C. P.; Asenjo, J. A.; Dobson, C.M. Molecular characterization of a thermoactiveβ-1,3-glucanase from Oerskovia xanthineolytica.Biochim. Biophys. Acta. v. 1296, p. 145, 1996.Rowley, B. I., Bull, A. T. Isolation of a yeast-lysingArthrobacter species and the production of the lyticenzyme complex in batch and continuous-flowfermentors. Biotech. Bioeng. v. 19, p.879-899,1977.Saeki, K.; Iwata, J.; Yamazaki, S.; Watanabe, Y.;Tamai, Y. Purification and characterization of ayeast lytic β-1,3-glucanase from Oerskoviaxanthineolytica TK-1. J. Ferment. Bioeng. v. 78,p. 407, 1994.Santos, L. F. Caracterização bioquímica da proteaselítica produzida por Cellulomonas cartae n o 191 eestudo da lise enzimática de leveduras. Dissertaçãode Mestrado - FEA - Universidade Estadual deCampinas, Brasil, 2000, p. 71.Shimoi, H.; Muranaka, Y.; Sato, S.; Saito, K;Tadenuma, M. Purification of the enzymesresponsible for the lysis of yeast cell by Rarobacterfaecitabidus. Agr. Biol. Chem. v. 55, p. <strong>37</strong>1, 1991.Soares, G. A. M. Enzimas que lisam a parede celularde leveduras – Clonagem e sequenciamento do geneda β-1,3 glucanase lítica de Cellulomonas cartae191. Tese de Doutorado - FEA - UniversidadeEstadual de Campinas, Brasil, 2002, p. 113.Somogyi, N. A new reagent for the determinationof sugars. J. Biol. Chem. v. 195, p. 19, 1952.Thrane, C.; Tronsmo, A; Jensen, D. F. Endo-1,3-βglucanaseand cellulase from Trichodermaharzianum: purification and partialcharacterization, induction of biological activityagainst plant pathogenic Pythium spp. Eur. PlantPathol. v. 103, p. 331, 1997.Ventom, A. M.; Asenjo, J. A. Purification of themajor glucanase of Oerskovia xanthineolytica LL-G109. Biotech. Tech. v. 4, n. 3, p. 165, 1990.<strong>Biotecnologia</strong> Ciência & <strong>Desenvolvimento</strong> - nº <strong>37</strong> 43
- Page 1 and 2: Biotecnologia Ciência & Desenvolvi
- Page 3 and 4: BC&D - Como o senhor avalia aposiç
- Page 5 and 6: dicamentos.Os anticorpos monoclonai
- Page 8 and 9: PesquisaLUCIFERASES DE VAGALUMESPes
- Page 10 and 11: ger & McElroy, 1965; Hastings,1995)
- Page 12 and 13: ciferases de elaterídeos e fengod
- Page 14 and 15: utilizados como marcadores sensíve
- Page 16: 5,5-dimethyloxyluciferin. JACS 124:
- Page 19 and 20: Rev. Bras. Entom. 33: 359-366..Vivi
- Page 21 and 22: vimento de pesquisas científicas (
- Page 23 and 24: ubíquos) é inferior a 100, envolv
- Page 25 and 26: (tais como genes, operons, grupos[c
- Page 27 and 28: evolution of mycobacterialpathogeni
- Page 29 and 30: GLOSSÁRIOAlgoritmo. Procedimento o
- Page 31 and 32: oócito e melhora o posterior desen
- Page 33 and 34: Figura 7: Ilustração de resultado
- Page 35 and 36: 10. COELHO, L. A.; ESPER, C. R.;GAR
- Page 37 and 38: - permitir a rápida liberação do
- Page 39 and 40: de crescimento, quatro grupos de mi
- Page 41: skovia xanthineolytica LL-G109 (And
- Page 45 and 46: depende em parte, da venda dos subp
- Page 47 and 48: tipo poro-canal-G1pF atua por sensi
- Page 49 and 50: eutilização de células imobiliza
- Page 51 and 52: ANP - AGENCIA NACIONAL DE PETROLEO
- Page 53 and 54: inantes, incluindo eritropoetinas,
- Page 55 and 56: proteínas terapêuticas como, por
- Page 57 and 58: capsuladas, a redução de efeitos
- Page 59 and 60: Zhang W, Rong Z, Chen H, Jiang X.Br
- Page 61 and 62: FIGURA 1. Estrutura “Markush”Ma
- Page 63 and 64: Figura 2, todos os compostos origin
- Page 65 and 66: Figura 2. O filo Porifera é dividi
- Page 67 and 68: Figura 4. Microscopia eletrônica d
- Page 69 and 70: plication of genomics to uncultured
- Page 71 and 72: viabilidade celular (1) a técnica
- Page 73 and 74: Gráfico 02: Média das viabilidade
- Page 75 and 76: Tabela 04: Análise das médias de
- Page 77 and 78: icus blazei. Atualmente é também
- Page 79: 5. Agaricus sylvaticus é sinônimo