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Saberes Necessarios para uma Educação Inclusiva

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No final da roda de conversa, todos os participantes<br />

puderam deixar sua impressão sobre<br />

as atividades vivenciadas, contando com<br />

a participação da professora da sala de aula.<br />

Nesse momento, realizei minhas considerações<br />

finais sobre este trabalho, pontuando<br />

a importância das atividades <strong>para</strong> todos os<br />

alunos, qual foi meu objetivo, onde eu queria<br />

chegar ao propô-las. Unanimemente, todos<br />

concordaram que cada pessoa tem suas dificuldades,<br />

suas limitações, mas que todos<br />

nós temos condições de superá-las.<br />

A experiência e as aprendizagens<br />

Durante a realização do projeto percebi o<br />

quanto foi construtivo a realização das atividades<br />

<strong>para</strong> avanço no objetivo da ação que<br />

priorizava “sensibilizar”, “refletir” e “proporcionar<br />

vivências”, desde o ato de sair da sala<br />

de aula (que já torna a ação menos rotineira),<br />

quanto mudar o espaço, oportunizar aos<br />

alunos um novo ambiente de vivências, sem<br />

formato de sala de aula.<br />

Durante as tarefas que os alunos executaram,<br />

muitos perceberam que existem muitas<br />

habilidades requeridas nas atividades,<br />

tornando-se as tarefas mais simples quase<br />

que impossíveis com a privação de algum<br />

sentido. Todas as experiências visaram a superação<br />

do medo, de insegurança, capacidade<br />

em confiar e depender do outro e oportunizar<br />

a criação de momento de vivências<br />

“a flor da pele”. As experiências vivenciadas<br />

causaram <strong>uma</strong> reflexão sobre as situações<br />

vividas pelos alunos com deficiência em sala<br />

de aula.<br />

No relatar das experiências, muitos alunos<br />

informaram que se sentiram mal e que ficaram<br />

nervosos e apavorados ao perceber<br />

que não poderiam usar a visão, mesmo que<br />

momentaneamente. Outros disseram sentir<br />

muita dificuldade com a redução de mobilidade,<br />

na execução das tarefas. Muitos falaram<br />

que foi possível entender o que o outro<br />

aluno sentia ao não conseguir realizar as<br />

atividades, e que puderam compreender o<br />

quanto é frustrante querer fazer e não conseguir<br />

e tentar várias vezes. Essa reflexão é<br />

<strong>uma</strong> maneira de criar situações <strong>para</strong> transformar<br />

as relações entre os participantes do<br />

projeto, em ações futuras.<br />

Toda a aprendizagem nova do projeto foi<br />

<strong>para</strong> os alunos, <strong>uma</strong> experiência que causou<br />

medo e às vezes irritabilidade, mas todos<br />

estavam muito curiosos e ansiosos que chegasse<br />

logo a sua vez. Eles foram apreensivos,<br />

receptivos e abertos aos novos desafios. Nenhum<br />

aluno negou-se a participar. Ao final<br />

das atividades, alguns agradeceram a oportunidade<br />

e questionaram se a experiência se<br />

repetiria.<br />

As professoras que partici<strong>para</strong>m do projeto<br />

também se envolveram e deram continuidade<br />

às ações em suas atividades de sala<br />

de aula <strong>para</strong> construir textos, fazer relatos,<br />

montar painéis e outras produções com os<br />

alunos participantes. Muitos alunos conheceram<br />

meu trabalho e o da Sala Multifuncional,<br />

e, atualmente, me visitam. Foi <strong>uma</strong><br />

experiência muito dinâmica, com <strong>uma</strong> troca<br />

muito grande de informações e novas aprendizagens.<br />

Para finalizar, ficou claro que necessitamos<br />

de momentos de sair da rotina, viver outras<br />

experiências, usar outros sentidos, sentir e<br />

tocar diferentes texturas, conhecer o nosso<br />

corpo e tudo aquilo que ele nos proporciona,<br />

aprender a nos conhecer, inventar novas<br />

possibilidades, aprender com o outro, observar<br />

e sentir. Vale ressaltar o quanto ficou<br />

perceptível que todos temos limitações, que<br />

todos nós temos ou podemos ter deficiências,<br />

que não somos perfeitos e que juntos<br />

somos muito melhores.<br />

Referência<br />

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar - O que<br />

é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna,<br />

2006.<br />

Janine Calixto<br />

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