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Volume 1 - Robert Bresson - Via: Ed. Alápis

O Cinema da Universidade de São Paulo (CINUSP “Paulo Emílio”), órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, e o Centro Cultural São Paulo apresentam retrospectiva integral dos longas-metragens de Robert Bresson, cineasta francês entre os mais importantes nomes do cinema. Juntamente à mostra de filmes, editamos este presente catálogo, o primeiro volume da Coleção CINUSP, que visa aprofundar a temática das mostras colaborando para a formação da cinefilia do público jovem.

O Cinema da Universidade de São Paulo (CINUSP “Paulo Emílio”), órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, e o Centro Cultural São Paulo apresentam retrospectiva integral dos longas-metragens de Robert Bresson, cineasta francês entre os mais importantes nomes do cinema. Juntamente à mostra de filmes, editamos este presente catálogo, o primeiro volume da Coleção CINUSP, que visa aprofundar a temática das mostras colaborando para a formação da cinefilia do público jovem.

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mostra a construção de um sonho a dois, e o que isso implica. Mergulha<br />

no negro da noite uma vida rodeada de sono. Afoga as personagens no<br />

abismo de estarem dentro do sonho do outro, levando-os a questionarem<br />

suas próprias realidades, o que você fez comigo?, diz Jacques a<br />

Marthe após declarar seu amor a ela. Marthe declara amor a Jacques,<br />

mas é de outra espécie, faz parte de um sonho diferente. No momento<br />

final quando o filme nos parte o coração, podemos pensar como Barthes<br />

a respeito do sono 5 (que aqui ampliamos para o sonho em sua<br />

medida corporal) de que não haveria separação entre mundos, mas<br />

entre corpos. Haveria um desequilíbrio entre um corpo gracioso, suspenso<br />

(como aqueles corpos diante da música) e um corpo profano,<br />

apaixonado (como os corpos do restante do filme). A utopia do sono<br />

a dois, como diz Barthes, seria um ato de amor absoluto, pois abole o<br />

medo através da união incondicional, na inconsciência de indivíduos<br />

que se confiam um ao outro. <strong>Bresson</strong> parece ver o amor como uma<br />

aporia, capaz de nos libertar através da prisão dos afetos. Resta despertar.<br />

5<br />

Roland Barthes se refere à figura do Sono em seu curso sobre O neutro (Martins <strong>Ed</strong>itora, São Paulo,<br />

2003)<br />

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