Dezembro2016
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MA<br />
É um conceito fácil de entender que o sucesso, em<br />
qualquer área da vida humana, provoque nos outros<br />
reações de respeito e admiração, assim como a<br />
vontade de o conseguir replicar. Os homens e<br />
mulheres bem-sucedidos são os heróis e heroínas<br />
dos nossos dias, sejam eles cantores ou atletas<br />
famosos, estrelas de cinema, empresários de<br />
grandes empresas ou mesmo cientistas, acabam por,<br />
pela extrema admiração e devoção que inspiram,<br />
subir à categoria de ídolos, o mais próximo que<br />
como humanos alguma vez chegaremos dos deuses.<br />
É impossível, assim, passar-nos despercebida a<br />
tendência dos nossos dias de equalizar a felicidade<br />
ao sucesso. Aprendemos desde cedo a fazer deste a<br />
medida do nosso valor, por outras palavras, a nossa<br />
autoestima. O problema, claro, é que é impossível<br />
que sejamos todos, em todos os momentos, acima<br />
da média, mais do que medianos. Este objetivo<br />
inatingível pode levar a que, para nos sentirmos<br />
melhor connosco mesmo, utilizemos estratégias<br />
para inflacionarmos as nossas autoavaliações e<br />
aumentarmos, assim, a nossa autoestima.<br />
Recapitulando, sendo a perfeição e o sucesso<br />
constante ilusões, nos dias de hoje as opções<br />
parecem ser negras: ou aceitamos que nunca nos<br />
sentiremos plenamente bem com quem somos ou,<br />
nas palavras de Tesser (1999), aprendemos a deitar<br />
os outros abaixo (na nossa mente ou na vida real)<br />
para manter, por apenas uns momentos mais, o<br />
nosso autoconceito protegido. No fundo, a grande<br />
maioria de nós reconhece (mesmo que apenas a si<br />
mesmo) que utiliza estas estratégias. Talvez nada<br />
tão sério como comportamentos de humilhação e<br />
incidência .<br />
Dezembro CONSCIENTE 71