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Empresa<br />
ONESHOP<br />
A APOSTA NAS PESSOAS<br />
É PRIMORDIAL<br />
A FORD TRUCKS ENTROU NO MERCADO PORTUGUÊS PELAS MÃOS DA ONESHOP, EM OUTUBRO ÚLTIMO.<br />
BRUNO OLIVEIRA, DIRETOR-GERAL DA EMPRESA PERTENCENTE AO GRUPO HYDRAPLAN, REFERE QUE<br />
“A APOSTA NAS PESSOAS É PRIMORDIAL PARA ESTE NEGÓCIO” E QUE O PROJETO VAI ESTABELECER<br />
UM NOVO PLAYER NO MERCADO DE PESADOS, PROMETENDO DAR MUITO TRABALHO À CONCORRÊNCIA<br />
por Ricardo Carvalho<br />
Bruno Oliveira é um homem do<br />
setor automóvel. E a sua experiência<br />
na área é grande. Já<br />
trabalhou na Scania, onde ganhou<br />
tarimba no mercado de pesados, e,<br />
depois, no retalho, quando abriu um<br />
concessionário da Volkswagen Veículos<br />
Comerciais e da Mazda. Agora,<br />
o gestor tem pela frente mais um<br />
desafio. Fazer crescer a “nova” Ford<br />
Trucks no mercado nacional, marca<br />
que regressa a Portugal depois<br />
de vários anos de ausência com um<br />
produto (F-Max) que foi eleito “Camião<br />
Internacional do Ano 2019” e<br />
que tem um nível de qualidade igual<br />
ao <strong>das</strong> marcas já instala<strong>das</strong>. Como<br />
vai a OneShop, com Bruno Oliveira<br />
ao leme, conseguir integrar a Ford<br />
Trucks e conquistar 5% de quota de<br />
mercado, objetivo que não é para<br />
atingir em 2020, mas que vai ser trabalhado<br />
para que não aconteça em<br />
cinco anos? A resposta a esta e outras<br />
questões é dada pelo diretor-geral.<br />
Investimento q.b.<br />
Foram 3,9 milhões de euros de investimento,<br />
valor que permitiu, com toda<br />
a ajuda da Ford Otosan, a marca que<br />
produz os camiões na Turquia, trazer<br />
a Ford Trucks para Portugal. Mas,<br />
para Bruno Oliveira, o investimento<br />
financeiro não é tudo. O diretor-geral<br />
reforça mesmo que, mais importante<br />
do que isso, são as pessoas que estão<br />
por detrás do projeto. “Todos me<br />
perguntam como se arranca com o<br />
dinheiro, qual o valor do investimento,<br />
mas ainda ninguém me perguntou<br />
qual o investimento humano, ou seja,<br />
com que equipa se arranca para um<br />
projeto destes”, começa por referir.<br />
“A verdade é que, para uma marca de<br />
pesados que é muito específica, é mais<br />
complicado. É um ponto importante,<br />
porque se trata de um negócio que,<br />
nesta fase inicial, vai depender mais<br />
ainda <strong>das</strong> pessoas. É um negócio para<br />
pessoas, feito por pessoas. Por isso, temos<br />
de ter uma equipa muito motivada.<br />
Senão, não conseguimos transpor<br />
essa motivação para os clientes e eles<br />
não acreditam no produto”, explica o<br />
responsável.<br />
Depois de revelar que foram já vendi<strong>das</strong><br />
mais de 15 unidades do novo<br />
F-Max e que a OneShop começou a<br />
entregar veículos aos clientes, Bruno<br />
Oliveira volta à questão <strong>das</strong> pessoas e<br />
da sua importância neste negócio. “O<br />
maior desafio é sermos vistos ao pé<br />
dos nossos clientes. Porque não vendemos<br />
preço, vendemos uma solução.<br />
E, sobretudo, vendemos uma solução<br />
na qual nós confiamos. Mas temos de<br />
conseguir transmitir estes good feelings<br />
aos clientes. Não temos o camião<br />
mais barato do mercado, temos, sim,<br />
o camião com o melhor value for money”,<br />
explica. O feedback do público<br />
tem sido enorme. A este facto não é<br />
alheia a imagem da marca trazida dos<br />
anos 80 e início dos anos 90, altura<br />
em que se vendiam camiões Ford em<br />
Portugal. O interesse demonstrado<br />
por todos tem deixado Bruno Oliveira<br />
e os seus parceiros extremamente<br />
otimistas e com boas perspetivas de<br />
futuro. A outra forma de conferir<br />
maior visibilidade à marca, de acordo<br />
com o diretor-geral, é “dar” o veículo<br />
às pessoas para que elas o testem.<br />
“O cliente vem conduzir e aquilo que<br />
testa é precisamente aquilo que leva<br />
para a empresa no caso de comprar o<br />
camião. E, aí, vão sobressair as qualidades<br />
do produto, tanto do lado de<br />
dentro como do lado de fora. Este<br />
veículo tem tudo: conforto, Internet a<br />
bordo ilimitada, para que o motorista<br />
se sinta em casa, além de uma excelente<br />
insonorização”, salienta.<br />
Ganhar mercado<br />
Mas como chegou a Ford Trucks<br />
ao mercado nacional de forma tão<br />
ONESHOP – DISTRIBUIÇÃO<br />
AUTOMÓVEL, S.A.<br />
Diretor-geral Bruno Oliveira<br />
Sede Estrada Nacional 10, km 127,<br />
2615 - 701 Alverca do Ribatejo<br />
Telefone 219 589 850<br />
Email geral@oneshop.pt<br />
Site www.fordtrucks.pt<br />
rápida? “Tem a ver com o mind set<br />
da fábrica e com a nossa forma de<br />
trabalhar”, refere Bruno Oliveira.<br />
As reuniões entre a Ford Otosan e a<br />
OneShop começaram em março de<br />
2019. A empresa sempre esteve interessada<br />
no projeto Ford Trucks desde<br />
que viu o stand da marca no IAA<br />
2018. A partir daí, o acompanhamento<br />
do processo e do projeto foi<br />
constante. Até porque a Ford Otosan<br />
estava à procura de candidatos em<br />
Portugal. Depois do “sim”, a motivação<br />
tratou de fazer o resto.<br />
Em relação à disposição da rede<br />
no território nacional, a estratégia<br />
já está delineada. Neste momento,<br />
existe o distribuidor (importador)<br />
e o concessionário de Lisboa, tudo<br />
centralizado no Sobralinho, perto<br />
de Alverca do Ribatejo. Em seguida,<br />
será aberto o concessionário de Leiria,<br />
onde será a OneShop diretamente<br />
representada no retalho. Depois,<br />
seguir-se-ão Viseu e Algarve. Para o<br />
final, ficará o Porto. Mas à velocidade<br />
a que tudo tem acontecido, as localizações<br />
deverão abrir logo no início<br />
de 2020, sendo que as três últimas<br />
acontecerão sempre com parceiros<br />
locais acostumados a lidar com veículos<br />
pesados. “Depois, como este é<br />
um negócio de proximidade, vamos<br />
trabalhar em alguns pontos estratégicos<br />
com sub dealers, onde temos<br />
apenas reparadores autorizados.<br />
Mas, isso, é um projeto para 2021”,<br />
conclui o diretor-geral. l<br />
46 Janeiro I 2020 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com