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Jornal das Oficinas 170

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Colaboração Centro ZARAGOZA<br />

www.centro-zaragoza.com<br />

A câmara frontal, que costuma estar<br />

instalada no para-brisas, é um dos<br />

sensores cruciais nesta função. As câmaras<br />

disponibilizam informação<br />

muito valiosa ao ADAS. Têm a vantagem<br />

de se adaptar a diferentes tarefas,<br />

reconhecer cores e ter um amplo alcance<br />

de 50 a 500 metros e de até<br />

180°. Têm a desvantagem de provocar<br />

problemas de visibilidade em condições<br />

climatéricas adversas ou quando<br />

estão sujas e de estar sujeitas a ilusões<br />

de ótica naturais. A câmara só “entende”<br />

o que for previamente classificado<br />

no seu software e apenas mede ângulos.<br />

Tudo o mais é calculado.<br />

Os sensores de vídeo mais modernos<br />

são “estéreo”, com um alcance de medição<br />

3D de mais de 50 metros. Estas<br />

câmaras registam os objetos espacialmente,<br />

determinando a sua<br />

distância, e reconhecem espaços vazios,<br />

graças a diferentes algoritmos e<br />

à utilização da Inteligência Artificial<br />

(IA). Com tudo isto, são capazes de<br />

oferecer um reconhecimento fiável<br />

de peões, animais e objetos, bem<br />

como de ler letras e números nos sinais<br />

de trânsito.<br />

enviam a informação correta aos sistemas<br />

de segurança. Apenas as oficinas<br />

que dispõem de equipamentos<br />

específicos para ADAS podem realizar<br />

a substituição dos para-brisas<br />

que integram esta tecnologia com<br />

to<strong>das</strong> as garantias de segurança.<br />

A calibragem destas câmaras consiste<br />

numa operação complexa e exige a<br />

utilização de instrumentos de alta<br />

precisão, além da formação adequada<br />

para os técnicos que os vão utilizar.<br />

Um sistema mal calibrado que<br />

recebe um sinal errado ou impreciso<br />

poderá transmitir indicações ou tomar<br />

decisões erra<strong>das</strong> que afetem a<br />

condução e a segurança. É da responsabilidade<br />

dos profissionais que<br />

trabalham com vidros para automóveis<br />

cumprir os requisitos estabelecidos<br />

pelos fabricantes. E é muito importante<br />

que os condutores e<br />

utilizadores estejam conscientes da<br />

importância deste componente dos<br />

seus veículos e exijam o máximo cuidado<br />

e atenção. Quando for necessária<br />

uma reparação ou substituição do<br />

para-brisas, a opção deve recair sobre<br />

peritos e especialistas na maté-<br />

QUANDO SE SUBSTITUI UM PARA-BRISAS COM ADAS, CÂMARAS E SENSORES<br />

TÊM DE SER ALVO DE CALIBRAÇÃO PARA QUE FUNCIONEM CORRETAMENTE<br />

garantia de segurança<br />

Quando se substitui um para-brisas,<br />

há que desmontar as câmaras e os<br />

sensores do ADAS do vidro partido e<br />

montá-los no novo. Uma vez instalados,<br />

estes sistemas têm de ser recalibrados<br />

para assegurar que funcionam<br />

com a máxima precisão e que<br />

ria, exigindo-se uma correta e perfeita<br />

instalação, para que se mantenham<br />

os parâmetros de segurança com os<br />

quais o veículo saiu de fábrica.<br />

CALIBRAGEM irá aumentar<br />

Em Portugal, muitos automóveis<br />

vendidos em 2019 estavam equipa-<br />

dos com travagem automática de<br />

emergência (AEB) e assistência de<br />

manutenção de faixa (LKA), dois dos<br />

sistemas que se mostraram mais eficazes<br />

na redução de acidentes. O aumento<br />

previsto da presença destes<br />

sistemas no parque automóvel vai<br />

resultar numa redução significativa<br />

de acidentes. Segundo um estudo da<br />

Associação de Companhias Seguradoras<br />

da Alemanha (General Association<br />

of German Insurance Companies,<br />

na sigla em inglês), as<br />

reclamações por sinistros vão diminuir<br />

25% em 2035 em relação aos<br />

números de 2015, graças à eficácia<br />

destes sistemas de segurança.<br />

A maior parte desta redução da sinistralidade<br />

será graças a duas <strong>das</strong> aju<strong>das</strong><br />

engloba<strong>das</strong> nos ADAS: os assistentes<br />

de estacionamento (40%) e a travagem<br />

automática de emergência (outros<br />

40%). Com esta última, será evitado<br />

um grande número de colisões<br />

com o veículo da frente. Com isso, irá<br />

reduzir-se o número de vítimas e de<br />

feridos por golpe de chicote cervical.<br />

Os assistentes de estacionamento não<br />

proporcionam mais segurança, mas<br />

reduzem, significativamente, os toques<br />

com outros veículos nas manobras de<br />

estacionamento. O terceiro sistema<br />

que mais redução de sinistros proporcionará<br />

consiste nos assistentes de<br />

mudança e manutenção de faixa, com<br />

10% do total em 2035. Graças a eles,<br />

serão evita<strong>das</strong> muitas colisões em vias<br />

rápi<strong>das</strong> devido a manobras de mudança<br />

de faixa sem sinalizar. Os 10% restantes<br />

são repartidos entre o controlo<br />

ativo da velocidade de cruzeiro e o reconhecimento<br />

de peões.<br />

Para além de uma redução da sinistralidade<br />

e dos seus custos económicos<br />

associados, a popularização dos<br />

ADAS também provocará outros fenómenos,<br />

como uma possível redução<br />

dos valores de seguro para os tomadores<br />

cujos automóveis estejam<br />

equipados com estes sistemas. Assim<br />

acontece, por exemplo, em Israel,<br />

onde o prémio do seguro pode baixar<br />

até 40% em função <strong>das</strong> características<br />

de segurança do veículo. l<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Janeiro I 2020 57

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