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Colaboração Centro ZARAGOZA<br />
www.centro-zaragoza.com<br />
A câmara frontal, que costuma estar<br />
instalada no para-brisas, é um dos<br />
sensores cruciais nesta função. As câmaras<br />
disponibilizam informação<br />
muito valiosa ao ADAS. Têm a vantagem<br />
de se adaptar a diferentes tarefas,<br />
reconhecer cores e ter um amplo alcance<br />
de 50 a 500 metros e de até<br />
180°. Têm a desvantagem de provocar<br />
problemas de visibilidade em condições<br />
climatéricas adversas ou quando<br />
estão sujas e de estar sujeitas a ilusões<br />
de ótica naturais. A câmara só “entende”<br />
o que for previamente classificado<br />
no seu software e apenas mede ângulos.<br />
Tudo o mais é calculado.<br />
Os sensores de vídeo mais modernos<br />
são “estéreo”, com um alcance de medição<br />
3D de mais de 50 metros. Estas<br />
câmaras registam os objetos espacialmente,<br />
determinando a sua<br />
distância, e reconhecem espaços vazios,<br />
graças a diferentes algoritmos e<br />
à utilização da Inteligência Artificial<br />
(IA). Com tudo isto, são capazes de<br />
oferecer um reconhecimento fiável<br />
de peões, animais e objetos, bem<br />
como de ler letras e números nos sinais<br />
de trânsito.<br />
enviam a informação correta aos sistemas<br />
de segurança. Apenas as oficinas<br />
que dispõem de equipamentos<br />
específicos para ADAS podem realizar<br />
a substituição dos para-brisas<br />
que integram esta tecnologia com<br />
to<strong>das</strong> as garantias de segurança.<br />
A calibragem destas câmaras consiste<br />
numa operação complexa e exige a<br />
utilização de instrumentos de alta<br />
precisão, além da formação adequada<br />
para os técnicos que os vão utilizar.<br />
Um sistema mal calibrado que<br />
recebe um sinal errado ou impreciso<br />
poderá transmitir indicações ou tomar<br />
decisões erra<strong>das</strong> que afetem a<br />
condução e a segurança. É da responsabilidade<br />
dos profissionais que<br />
trabalham com vidros para automóveis<br />
cumprir os requisitos estabelecidos<br />
pelos fabricantes. E é muito importante<br />
que os condutores e<br />
utilizadores estejam conscientes da<br />
importância deste componente dos<br />
seus veículos e exijam o máximo cuidado<br />
e atenção. Quando for necessária<br />
uma reparação ou substituição do<br />
para-brisas, a opção deve recair sobre<br />
peritos e especialistas na maté-<br />
QUANDO SE SUBSTITUI UM PARA-BRISAS COM ADAS, CÂMARAS E SENSORES<br />
TÊM DE SER ALVO DE CALIBRAÇÃO PARA QUE FUNCIONEM CORRETAMENTE<br />
garantia de segurança<br />
Quando se substitui um para-brisas,<br />
há que desmontar as câmaras e os<br />
sensores do ADAS do vidro partido e<br />
montá-los no novo. Uma vez instalados,<br />
estes sistemas têm de ser recalibrados<br />
para assegurar que funcionam<br />
com a máxima precisão e que<br />
ria, exigindo-se uma correta e perfeita<br />
instalação, para que se mantenham<br />
os parâmetros de segurança com os<br />
quais o veículo saiu de fábrica.<br />
CALIBRAGEM irá aumentar<br />
Em Portugal, muitos automóveis<br />
vendidos em 2019 estavam equipa-<br />
dos com travagem automática de<br />
emergência (AEB) e assistência de<br />
manutenção de faixa (LKA), dois dos<br />
sistemas que se mostraram mais eficazes<br />
na redução de acidentes. O aumento<br />
previsto da presença destes<br />
sistemas no parque automóvel vai<br />
resultar numa redução significativa<br />
de acidentes. Segundo um estudo da<br />
Associação de Companhias Seguradoras<br />
da Alemanha (General Association<br />
of German Insurance Companies,<br />
na sigla em inglês), as<br />
reclamações por sinistros vão diminuir<br />
25% em 2035 em relação aos<br />
números de 2015, graças à eficácia<br />
destes sistemas de segurança.<br />
A maior parte desta redução da sinistralidade<br />
será graças a duas <strong>das</strong> aju<strong>das</strong><br />
engloba<strong>das</strong> nos ADAS: os assistentes<br />
de estacionamento (40%) e a travagem<br />
automática de emergência (outros<br />
40%). Com esta última, será evitado<br />
um grande número de colisões<br />
com o veículo da frente. Com isso, irá<br />
reduzir-se o número de vítimas e de<br />
feridos por golpe de chicote cervical.<br />
Os assistentes de estacionamento não<br />
proporcionam mais segurança, mas<br />
reduzem, significativamente, os toques<br />
com outros veículos nas manobras de<br />
estacionamento. O terceiro sistema<br />
que mais redução de sinistros proporcionará<br />
consiste nos assistentes de<br />
mudança e manutenção de faixa, com<br />
10% do total em 2035. Graças a eles,<br />
serão evita<strong>das</strong> muitas colisões em vias<br />
rápi<strong>das</strong> devido a manobras de mudança<br />
de faixa sem sinalizar. Os 10% restantes<br />
são repartidos entre o controlo<br />
ativo da velocidade de cruzeiro e o reconhecimento<br />
de peões.<br />
Para além de uma redução da sinistralidade<br />
e dos seus custos económicos<br />
associados, a popularização dos<br />
ADAS também provocará outros fenómenos,<br />
como uma possível redução<br />
dos valores de seguro para os tomadores<br />
cujos automóveis estejam<br />
equipados com estes sistemas. Assim<br />
acontece, por exemplo, em Israel,<br />
onde o prémio do seguro pode baixar<br />
até 40% em função <strong>das</strong> características<br />
de segurança do veículo. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Janeiro I 2020 57