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Educação no Século XXI - Volume 39 – Matemática, Química, Física

1.INTRODUÇÃO

Investigando o bloco de conteúdos números e operações é uma das pesquisas que está vinculada ao

projeto guarda-chuva “As Estruturas Multiplicativas e a formação de professores que ensinam Matemática

na Bahia” (PEM) desenvolvida em rede entre seis núcleos da Sociedade Brasileira de Educação Matemática

– Regional Bahia SBEM/BA, a saber: Ilhéus, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Amargosa, Salvador e

Senhor do Bonfim. Neste texto, traremos um recorte dos dados do núcleo de Vitória da Conquista em que

procuramos identificar as estratégias erradas empregadas por estudantes do 5º ano do Ensino

Fundamental ao responderem situações-problema de Configuração Retangular (área de superfícies

planas).

Os documentos oficiais recomendam que o ensino da multiplicação e divisão não deve ser limitado apenas

ao cálculo com algoritmo, “é necessário acrescentar, à realização dos algoritmos das operações, a

habilidade de efetuar cálculos mentalmente, fazer estimativas, usar calculadora e, ainda, para decidir

quando é apropriado usar um ou outro procedimento de cálculo.” (BRASIL, 2017, p. 274). Dessa forma, o

cabe ao professor durante o ensino dessas operações dar ênfase na compreensão dos diferentes

significados de cada operação, na relação entre elas bem como permitir que os estudantes lacem não de

diferentes estratégias de cálculo. É pertinente também ter clareza que, abordar o ensino da multiplicação

apenas como adição de parcelas repetidas não é suficiente para a aquisição do pensamento multiplicativo

(MAGINA; SANTOS; MERLINI, 2014). Ou seja, embora a abordagem aditiva dê conta de solucionar alguns

problemas multiplicativo é fundamental que o docente permita que os alunos percebam a ruptura entre

esses dois campos conceituais.

Santana e Lima (2017, p. 16) afirmam que

A ideia de a multiplicação ser tratada apenas como soma de parcelas iguais,

reduz o significado dessa operação. É necessário que o estudante compreenda

que a adição de parcelas iguais não é suficiente para compreender e resolver

algumas situações que envolvam a multiplicação, mas é essencial ter rupturas

para que o estudante possa compreender o conceito de multiplicação e suas

relações. (SANTANA; LIMA, 2017, p. 16)

Assim, é importante que os alunos vivenciem situações que os levem a perceber que somar parcelas iguais

não se aplica a todas as situações envolvendo o raciocínio multiplicativo e além disso, é fundamental

oferecer situações que evidencie a ruptura entre o Campo Aditivo do Multiplicativo uma vez que ambos os

campos envolvem raciocínio diferenciados.

As atividades propostas pelo docente têm que favorece a compreensão dos estudantes acerca de um dado

campo conceitual, conferir a eles possibilidade de desenvolvimento da habilidade de resolver uma

variedade de situações envolvendo o campo multiplicativo e os diferentes raciocínio que esse campo

abrange, uma vez que, conforme o pontuado por Gitirana et al (2014, p. 42) ao repetir a mesma classe de

problemas que solicitam o mesmo modo de pensamento por parte dos alunos, “o professor pode levar o

aluno a desenvolver concepções ou mesmo estratégias, que dificultam a aquisição do próprio conceito em

foco, assim como de outros, limitando sua competência à resolução de problemas daquele tipo”.

(GITIRANA, et al., 2014, p. 42).

Dessa forma, entendemos que se faz necessário apresentar para os alunos uma pluralidade de situações

entrelaçadas aos conceitos para que eles atribuam significados quando constroem seu pensamento

multiplicativo.

2.TEORIA DOS CAMPOS CONCEITUAIS

A Teoria dos Campos Conceituais, desenvolvida por Gerárd Vergnaud, objetiva proporcionar um quadro

coerente e alguns princípios de sustentação para o estudo do desenvolvimento e da aprendizagem das

competências complexas, sobretudo às relacionadas com as ciências e as técnicas (VERGNAUD, 1990).

Para o autor, a competência é entendida como a capacidade de que o sujeito dispõe para enfrentar e

resolver um determinado problema.

A premissa proposta pela Teoria dos Campos Conceituais é que o conhecimento está organizado em

campos conceituais cujo domínio, por parte do sujeito, ocorre ao longo de um largo período, por meio de

experiência, maturidade e aprendizagem (VERGNAUD, 1982). Para o autor, campo conceitual é um

conjunto informal e heterogêneo de problemas, situações, conceitos, relações, estruturas, conteúdos e

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