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Educação no Século XXI - Volume 39 – Matemática, Química, Física

pesquisa de Silva (2014) indicam que predominam as representações gráficas de triângulos equiláteros ou

isósceles e, relativamente, poucos escalenos. Quanto às medidas dos ângulos, os ditos triângulos

obtusângulos são raros. Sobre a representação na página, eles predominam com um dos lados paralelos à

margem inferior do livro e o terceiro vértice fica acima desse lado.

Isto nos mostra que ainda há lacunas no ensino de geometria a serem preenchidas, principalmente em seu

estudo em livros didáticos. Muitas vezes em sala de aula o professor é levado a representar de diferentes

formas as figuras geométricas, reforçando assim o aprendizado de seus alunos, pois “dispor de várias

representações semióticas para o mesmo objeto possibilita maior compreensão do mesmo” (SOUSA,

2016).

4. DIVERSIDADE DE REPRESENTAÇÕES

O objetivo principal ao se colocar em discussão em sala de aula conhecimentos matemáticos,

principalmente geométricos, é que os alunos compreendam os conceitos por trás das figuras, tornando os

exemplos apenas exemplos, desconectando uma falsa impressão de que estes são os próprios objetos.

Dessa forma,

Parece coerente que o ensino de matemática não restrinja o desenvolvimento

das atividades didáticas às possibilidades oferecidas por um ou outro sistema

semiótico. Ao contrário, que possa usufruir da diversidade existente, uma vez

que essa diversidade contribui com o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos

envolvidos no processo (SOUSA, 2016. p.16)

Vemos em Silva (2014) que a apresentação de triângulos escalenos e obtusângulos são minoria nos livros

didáticos, revelando que ao aluno é apresentado uma variedade limitada de representações gráficas,

podendo ser este um dos principais problemas para aprendizagem de conteúdos e procedimentos

próprios da geometria.

Um quadrado é sempre um quadrado, independentemente da sua posição e sentido apresentado em um

livro, assim como triângulos, losangos e quaisquer outras figuras geométricas. Partindo desta premissa,

surge uma dúvida: será que em outras condições que não sejam a habitual, estes alunos identificariam tais

objetos? Como explica Duval (2009), a aquisição de conhecimentos limitado a um só registro conduz a

uma compreensão limitada do objeto, pois quando aquele mesmo objeto é apresentado por meio de uma

outra representação o sujeito não consegue compreender. Ou seja, caso os estudantes tenham adquirido

conhecimento destes objetos por meio de uma apresentação simplória e sem a exploração devida,

dificilmente identificariam esses objetos em registros diferentes daqueles aos quais foram apresentados.

Segundo Bueno (2009), quando desenhos de triângulos foram apresentados em posições nas quais um dos

lados destes não está paralelo à margem inferior não houve um reconhecimento imediato. De fato isso

ocorre quando é proposto que se converta uma figura à sua língua natural (materna). Mas isso também

acontece quando é pedido que se converta da língua natural à figura, como mostra o estudo de Pirola

(1995), por meio do qual se verificou que, quando se solicita o desenho de um exemplo de triângulo

qualquer, 90,6% dos alunos desenham conforme está na Figura 1.

Figura 1 – Triângulo equilátero

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Fonte: Os autores

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