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Educação no Século XXI - Volume 39 – Matemática, Química, Física

operações de pensamento, conectados uns aos outros e, provavelmente, entrelaçados durante o processo

de aquisição.

Nessa perspectiva, para a construção de um conceito se faz necessário um contato com diferentes

situações que envolvam esse conceito. É também necessário, que cada situação traga consigo mais de um

conceito e se reconheça que a aquisição de um conhecimento, por mais simples que seja, não pode ser

adquirido a partir da vivência de uma única situação (GITIRANA et al., 2014).

Vergnaud se debruçou em discutir dois Campos Conceituais: Aditivo e Multiplicativo. O Campo Conceitual

Multiplicativo ou Estruturas Multiplicativas é o conjunto das situações que podem ser resolvidas com o

uso de uma ou de várias multiplicações ou divisões e os conceitos e teoremas que permitem analisar e

resolvê-las, como, por exemplo: proporção simples, proporção múltipla, fração, múltiplo, divisor, entre

outros (VERGNAUD, 1996).

Santana e Lima (2017) asseveram que, para se entender as relações envolvidas nas situações

multiplicativas é importante compreender a grandeza e as suas medidas.

As grandezas são atributos de objetos, isto é, características ou qualidades de

objetos, que não pertencem à essência do objeto, porém é determinada por essa

essência. Escolhido um atributo, é possível comparar objetos conforme esse

atributo (MORAIS; TELES, 2014). Por exemplo, comprimento, largura, altura

são atributos de uma caixa. Para comparar as grandezas é preciso que elas

tenham a mesma natureza: comprimento com comprimento, temperatura com

temperatura, unidades com unidades, etc. (SANTANA; LIMA, 2017, p. 17).

Na visão das autoras, para comparar dois objetos escolhemos um atributo:

Ao observar dois terrenos podemos escolher o atributo área e comparar:

quantas vezes a área de um terreno é maior que a outra, qual a maior área ou

qual a menor área. A medida de uma grandeza é determinada por meio da

comparação com uma unidade de medida e o resultado de cada medição é

expresso por um número indicando a unidade de medida (MORAIS; TELES,

2014). Para a representação numérica de grandeza, podemos assumir que é um

par formado pelo número (medida) e a unidade de medida escolhida

(SANTANA; LIMA, 2017, p. 17).

As autoras evidenciam que é possível observar relações ternárias e quaternárias quando consideramos

que elementos como números, pessoas, conjuntos, pacotes, entre outros, podem ser relacionados entre si.

Nas palavras das autoras, “a relação ternária é definida como uma ligação de ‘três elementos entre si’ e, a

quaternária, de quatro elementos entre si. A relação quaternária tem frequentemente a forma ‘a está para

b assim como c está para d’ (VERGNAUD, 2014, p. 57 – 72)” (SANTANA; LIMA, 2017, p. 18), ou seja, uma

proporção. Vejamos um exemplo de relação quaternária apresentado pelas autoras a seguir:

Se em uma caixa tem seis lápis, quantos lápis terão em oito caixas iguais a essa? Este exemplo trata-se de

uma típica situação da relação quaternária em que um caixa está para seis lápis assim como oito caixas

estará para a quantidade de lápis que se quer descobrir. O esquema de resolução dessa situação pode ser

determinado pela utilização do operador escalar e o operador funcional,

O operador escalar permite a transformação entre as medidas de uma mesma

grandeza e é representado por um número (operador escalar – porque não tem

a unidade de medida). [...] O operador funcional expressa a passagem das

medidas de uma grandeza para outra (grandezas distintas). (SANTANA; LIMA,

2017, p. 20 – 21).

A Figura 1 a seguir ilustra a resolução da situação-problema proposta apresentando os esquemas de

resolução empregando o operador escalar e funcional.

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