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Educação no Século XXI - Volume 39 – Matemática, Química, Física

Figura 3: Esquema com os elementos da relação ternária

Fonte: Santana e Lima (2017, p. 24).

Para resolver essa situação é necessário multiplicar a quantidade de lápis de cor que Ana possui pela

relação apresentada (x3) encontrando a quantidade 36 lápis de cor (quantidade que Pedro possui). As

autoras ressaltam que situações dessa natureza podem ser resolvidas por meio de adição de parcelas

iguais, no caso, 12 + 12 + 12 = 36. Entretanto, elas salientam a necessidade de ampliação do significado da

multiplicação não se reduzindo apenas a esse significado pois, de acordo com Gitirana et al. (2014) ao

considerar a multiplicação como adição de parcelas repetidas pode causar obstáculo no entendimento da

propriedade comutativa da multiplicação a qual garante que, em uma multiplicação, a ordem dos fatores

não altera o produto. As autoras apresentam o seguinte exemplo para esclarecer o obstáculo:

Em cada pacote de figurinhas vêm 3 figurinhas. Quantas figurinhas se obtêm

com 4 pacotes?

Pensando como adição de parcelas repetidas:

3 figurinhas + 3 figurinhas + 3 figurinhas + 3 figurinhas = (4 x 3 figurinhas)

4 pacotes + 4 pacotes + 4 pacotes = (3 x 4 pacotes)

(GITIRANA et al. 2014, p. 25).

Pela citação identificamos que no primeiro caso, encontramos 12 figurinhas e, no segundo 12 pacotes, o

que não possui significado na situação-problema apresentada.

Com base no que as autoras apresentam, é possível perceber que, ao resolver situações do Campo

Conceitual Multiplicativo empregando apenas a adição de parcelas repetidas, “é possível haver a troca de

significados do problema, o que pode limitar o raciocínio multiplicativo por parte do aluno, fazendo com

que a verdadeira estrutura conceitual da multiplicação tenda a ser mascarada/disfarçada” (PEROVANO,

2019, p. 134).

Uma das classes da relação ternária é a Configuração Retangular, nessa classe uma “nova grandeza é

obtida como produto de duas (ou mais) outras, como é o caso da área, do volume, das combinações – sem

que uma das grandezas dependa da outra” (GITIRANA et al., 2014, p. 73).

Conhecimentos de área de superfícies planas já eram empregados pelos egípcios no cultivo da agricultura

nas margens do Rio Nilo, observando o volume de irrigação, a necessidade de limitar os terrenos, dentre

outros (PEROVANO; CABRAL, 2015, p. 4016) e apesar do passar dos tempos, atualmente, pesquisas

apontam que o conceito de área é propenso a equívocos, não sendo claro até mesmo para os alunos de

escolaridade mais avançados, o que pode estar relacionado ao fato que este conceito é muitas vezes

restrito ao cálculo da área de um retângulo em que se deve multiplicar a medida dos lados (ROCHA et al.

2007; LOPES, 2013).

Vários estudos detetam [sic] confusão entre área e perímetro, que leva os

alunos a somar as medidas dos comprimentos dos lados do retângulo para

obter a área, a trocar as unidade de medidas do perímetro e áreas,

apresentando o perímetro em cm² ou a área em cm, a construir figuras com

determinada área quando é pedida uma figura com esse valor para o perímetro

ou a não saberem identificar numa figura o perímetro e a área. (LOPES, 2013, p.

17)

Como o conceito de área de superfícies planas é um dos mais importantes entre os abordados na escola

básica devido à sua aplicação a variadas situações práticas (PAVANELLO, 2004) e a literatura aponta para

dificuldades relacionadas a equívocos, o processo de ensino dele não é simples e exige do educador

comprometimento, conhecimentos acerca do conceito que está ensinando e envolve também escolhas

adequadas, como por exemplo, a escolha de matérias pedagógicos que colaborem na aprendizagem de

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