Revista Newslab Edição 176
Revista Newslab Edição 176 - Março 2023
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INFORME DE MERCADO<br />
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO (TEA):<br />
DOS PRIMEIROS SINAIS AO DIAGNÓSTICO<br />
Entre tantos sintomas, o TEA pode ser um desafio aos profissionais da Saúde na hora do diagnóstico correto.<br />
Com diferentes graus de necessidade de apoio e<br />
de suporte nas atividades diárias, os pacientes<br />
com TEA podem apresentar características<br />
comportamentais e/ou comorbidades<br />
associadas que se assemelham, porém, com<br />
manifestações de quadro clínico de gravidade<br />
variada. Isso porque, como a denominação da<br />
condição já diz, trata-se de um espectro.<br />
Mas, independentemente da gravidade, é<br />
perceptível que o desenvolvimento da criança<br />
é atípico desde cedo. Geralmente, são bebês<br />
que não se acalmam com o colo dos pais ou<br />
de seu cuidador, não se incomodam de ficarem<br />
sozinhos no berço e não respondem às tentativas<br />
de interação. Também é possível perceber que<br />
não emitem muitos sons e nem se expressam<br />
com sorrisos ou caretas. Já nas primeiras fases<br />
de desenvolvimento, comportamentos como:<br />
bater palmas, dar tchau, fazer contato visual<br />
direto e brincar de esconder o rosto entre as<br />
mãos, são ausentes nessas crianças. Quando<br />
começam a andar podem caminhar de um<br />
lado para o outro o tempo todo sem propósito.<br />
Algumas andam nas pontas dos pés.<br />
Crianças com TEA também não demonstram<br />
curiosidade por outras crianças. Algumas vezes,<br />
até se mostram incomodadas em um ambiente<br />
com muitas delas. Podem apresentar respostas<br />
exacerbadas a barulhos, balançam as mãos<br />
quando agitadas e não gostam de mudanças<br />
em sua rotina. A partir dos dois anos, é notável<br />
a falta da fala de palavras funcionais, como<br />
mamãe e papai, e não costumam pedir o<br />
que querem. É comum a fala ser apenas uma<br />
repetição de frases ou pedaços de músicas.<br />
Foto: Cíntia Ribeiro, doutora em Genética Humana e Assessora Científica do DB Molecular.<br />
A Dra. Cíntia Ribeiro, assessora científica do<br />
laboratório DB Molecular (especializado em<br />
exames genéticos), explica que não é necessário<br />
que todo o conjunto dos sinais descritos acima<br />
estejam presentes para concluir o diagnóstico de<br />
TEA. Da mesma maneira, a presença de um ou<br />
outro sinal não significa que a criança está dentro<br />
do espectro. É importante ressaltar que existem<br />
exemplo, indicam alta concordância do TEA<br />
entre os irmãos, ou seja, geralmente ambos<br />
manifestam a condição. Casos prévios na<br />
família também é sinal de alerta para as<br />
futuras gerações. Casais que tiveram filhos<br />
em idades mais avançadas devem ficar mais<br />
atentos, pois as taxas de erros e falhas no<br />
material genético podem ser maiores.<br />
diversas condições, genéticas e psiquiátricas, que<br />
se expressam com sobreposição clínica ao TEA<br />
ou tem o comportamento autista como parte<br />
de um quadro sindrômico. Assim, todo caso tem<br />
sua particularidade e deve ser investigado por<br />
profissionais qualificados.<br />
Mesmo com o avanço da Medicina Laboratorial,<br />
ainda não há testes que possam afirmar com<br />
assertividade o diagnóstico de TEA. Porém, a<br />
Dra. Cíntia cita como os testes laboratoriais<br />
podem ajudar na conduta médica: “Os exames<br />
genéticos podem excluir outras condições que<br />
TEA: Diagnóstico genético ou diagnóstico<br />
clínico?<br />
O diagnóstico do TEA é clínico. O profissional<br />
têm o comportamento autista como parte<br />
de um quadro sindrômico. Como exemplo,<br />
o exame de Cariótipo que exclui anomalias<br />
se embasa em uma série de comportamentos cromossômicas, a pesquisa da síndrome<br />
dos pacientes, porém, a Genética sempre<br />
rodeou o transtorno devido a várias evidências.<br />
Estudos realizados em gêmeos idênticos, por<br />
do X Frágil e o Array que pode descartar a<br />
presença de síndromes de microduplicação ou<br />
microdeleção”, explica a especialista.<br />
<strong>176</strong> <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>176</strong> | Março 2023