Revista eMOBILIDADE+ #02
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
A revista eMobilidade + Dedica-se, em exclusivo, à mobilidade de pessoas e bens, nos seus vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, aéreo, fluvial e marítimo), conferindo deste modo espaço aos mais proeminentes “stakeholders” do setor, sejam eles indivíduos, empresas, instituições ou entidades académicas.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
construído, identificando um conjunto<br />
de ações que é preciso desenvolver, a<br />
partir de uma lógica estratégica, esse é<br />
o elemento central: ter um horizonte<br />
estratégico, uma linha traçada e simultaneamente<br />
ao longo do tempo, programas<br />
de financiamento.”<br />
Pedro Moreira, da CP - Comboios<br />
de Portugal, referiu que a CP está a<br />
agir investindo em material circulante<br />
face a esta transformação que está em<br />
curso na ferrovia: “A CP adjudicou, no<br />
último trimestre de 2021, mais de duas<br />
dezenas de unidades regionais das quais<br />
dez são totalmente elétricas e 12 são<br />
bimodais, que podem ser transformadas<br />
em unidades completamente elétricas<br />
assim que for concluída a eletrificação<br />
da rede ferroviária nacional. Estamos<br />
ainda na fase final de um concurso para<br />
aquisição de 117 novas unidades, das<br />
quais são 102 para comboios urbanos<br />
e 55 para comboios regionais. Parecendo<br />
muitas unidades, apenas 28 são<br />
para reforço da oferta e as restantes são<br />
Pedro Moreira, CP Combios de Porugal<br />
para substituição de material circulante<br />
muito antigo.”<br />
Pedro Moreira enalteceu ainda outros<br />
investimentos que têm vindo a ser feitos<br />
pela CP no que toca à recuperação,<br />
modernização e colocação novamente<br />
ao serviço de materiais que estavam<br />
abandonados. “Normalmente é uma<br />
critica apontada à CP, mas se não o<br />
tivéssemos feito não tínhamos capacidade<br />
para o número de passageiros que<br />
temos atualmente. O ano passado, a CP<br />
aumentou em 3,2 milhões o número de<br />
passageiros, que é o maior número dos<br />
últimos 22 anos”, expressou.<br />
A visão do operador privado veio<br />
através da intervenção de Carlos Vasconcelos,<br />
da Medway, que classifica o<br />
Plano Ferroviário Nacional existente de<br />
“excelente”, mas espera que “haja um<br />
consenso natural alargado do poder<br />
político para que nos dê um plano para<br />
as próximas décadas.”Outro dos desejos<br />
da Medway é também a eletrificação total<br />
da rede ferroviária, uma vez que têm<br />
como objetivo “eliminar definitivamente<br />
o diesel”, contribuindo assim para uma<br />
mobilidade cada vez mais sustentável.<br />
Falou também Paulo Duarte, da Plataforma<br />
Ferroviária Portuguesa (PFP),<br />
uma associação sem fins lucrativos:<br />
“neste momento, o Cluster da Ferrovia<br />
tem 108 associados, sendo 72 empresas<br />
entre pequenas, médias e grandes<br />
empresas, conta com os operadores e os<br />
gestores de infraestruturas, as universidades,<br />
institutos e centros de investigação<br />
e algumas associações ligados ao<br />
setor. Os objetivos são de tal maneira<br />
grandiosos e ambiciosos que só poderão<br />
ser alcançados com o trabalho em<br />
Miguel Cruz, Infraestruturas de Portugal<br />
CARLOS SILVA<br />
EMEL<br />
“Reunir para falar de mobilidade urbana é<br />
fundamental. A mobilidade é o tema do<br />
século, vamos ter de alterar paradigmas da<br />
nossa vivência em sociedade, nomeadamente<br />
na forma como nos comportamos,<br />
portanto o tema da mobilidade cabe neste<br />
fórum de forma muito sustentada, diria<br />
mesmo. Tem de haver novas soluções de<br />
mobilidade. Não podemos continuar a<br />
assistir à entrada de 350 mil veículos na cidade<br />
de Lisboa, portanto tem de haver um<br />
planeamento entre todas as entidades que<br />
contribuem para este tema, nomeadamente<br />
autarquias, operadores e transportes<br />
públicos... Penso que foi um bom fórum<br />
para vislumbrarmos novos caminhos para<br />
a sustentabilidade do planeta e nomeadamente<br />
da região de Lisboa.”<br />
equipa”, vincou.<br />
O debate prosseguiu com David Torres,<br />
Diretor Geral da Alstom Portugal, uma<br />
empresa cujos principais pilares passam<br />
pela sustentabilidade, eficiência energética<br />
e inovação.<br />
”Quanto a objetivos, a Alstom Portugal<br />
espera ter uma frota zero emissões<br />
até 2050, ter comboios 100 por cento<br />
ecodesign (impacto zero no ambiente),<br />
ter 20% menos de consumo energético<br />
nos nossos comboios e reedificar até<br />
95% dos materiais ferroviários”, expôs<br />
David Torres.<br />
OS DESAFIOS DA MOBILIDADE<br />
URBANA<br />
Manuel Relvas introduziu o tema “os<br />
desafios da mobilidade urbana” focando<br />
especificamente no MaaS (Mobility as<br />
a Service), um sistema que pretende<br />
suprir as necessidades de mobilidade<br />
recorrendo a serviços públicos de<br />
mobilidade.<br />
A discussão do tema continuou com<br />
a mesa redonda moderada por Nuno<br />
+<br />
e-MOBILIDADE 35