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Diagnóstico Social do Porto | 1 - Universidade do Porto

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efere ao plano financeiro, mas não só. Nesta medida, as condições gerais de<br />

vida, de autonomia e de bem-estar destas famílias constituem um indica<strong>do</strong>r de<br />

vulnerabilidade que importa assinalar. A conciliação entre vida familiar,<br />

pessoal e profissional, por exemplo, torna-se particularmente difícil nestes<br />

casos. Os pais e/ou outros cuida<strong>do</strong>res familiares vêem-se com frequência<br />

obriga<strong>do</strong>s a desistir das respectivas carreiras profissionais, o que, além <strong>do</strong><br />

mais, contribuiu para agravar as sua dificuldades de natureza financeira.<br />

Justifica-se neste senti<strong>do</strong> a necessidade de medidas de apoio específicas<br />

para este tipo de famílias de forma a garantir condições de bem-estar e de<br />

organização da vida familiar compatíveis com os direitos de desenvolvimento<br />

humano e de cidadania de to<strong>do</strong>s. As famílias reclamam apoio, desde logo, no<br />

que se refere a mais e melhor informação, formação e aconselhamento.<br />

«Sou mãe de uma criança de 13 anos de idade. Tenho a experiência desde o<br />

início, desde o diagnóstico. Este diagnóstico da deficiência nem sempre acontece<br />

no perío<strong>do</strong> de gestação. Nenhum filho traz livro de instruções, muito menos os<br />

meninos especiais. Precisei de ajuda e tive que procurar respostas. (…) Demorei<br />

seis anos a pedir abono complementar porque não sabia que existia. (…) Pus a<br />

minha filha numa escola normal mas ela esteve num gueto. Agora tenho que<br />

pagar um ordena<strong>do</strong> para a ter numa escola de ensino especial. É uma batalha<br />

enorme e penso que se houvesse um media<strong>do</strong>r que pudesse ajudar as famílias<br />

estaríamos melhor».<br />

(Mãe de uma criança com deficiência, Sessão temática de auscultação DSP – Deficiência, Maio<br />

2009)<br />

«Não nos podemos esquecer que quan<strong>do</strong> um jovem começa a trabalhar, a<br />

família perde o direito ao subsídio de apoio à terceira pessoa, mesmo que<br />

ainda precise de uma pessoa que o leve ao trabalho. E se falta a família, o que<br />

acontece? Não há saídas e isso provoca uma angústia muito grande nos<br />

familiares. A minha mulher ia ser sujeita a uma intervenção e ficou logo aflita<br />

sem saber como ia ser com o nosso filho. Não há respostas para isto».<br />

(Pai de uma criança com deficiência / membro de uma associação de apoio a pessoas com<br />

deficiência, Sessão temática de auscultação DSP – Deficiência, Maio 2009)<br />

<strong>Diagnóstico</strong> <strong>Social</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> | 215

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