O ASSOCIATIVISMO NO SETOR SUPERMERCADISTA - UnP

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importante para a modernização da comercialização e controle da inflação, cujas altas taxas preocupavam o país (CIRYLLO, 1987). O governo estimulou a regulamentação da atividade (Lei n° 7.208 de 13/11/1968), o que diminiui as incertezas quanto ao futuro dos investimentos em novas lojas, que associadas às políticas públicas de controle da inflação, modernização dos mercados de capitais e atração do capital estrangeiro, surtiram efeito e aumentaram a credibilidade do novo governo junto aos capitalistas nacionais e estrangeiros, atraindo novos investidores (ABRAS, 1993). Os resultados da diminuição das barreiras ao desenvolvimento do setor surgiram rapidamente, pois o número de lojas de auto-serviço e sua participação no faturamento total do varejo aumentaram substancialmente entre 1965 e 1970. Em 1966 haviam 992 supermercados no Brasil, dez anos depois, o número aumentou para 7.823 lojas (ABRAS, 1993). Durante o período, o formato de loja que mais se desenvolveu foi o hipermercado, o qual apresentava economias de escala devido ao seu maior tamanho e oferecimento de uma grande variedade de produtos, pois o tempo de compra de consumidor passava a se tornar cada vez mais escasso. Outras características das novas lojas eram o estacionamento próprio, funcionários que levavam as compras até o carro e música ambiente dentro da área de vendas de forma a atrair clientes (CYRILLO, 1987). O primeiro hipermercado foi instalado também em São José dos Campos, no ano de 1971 pela empresa Peg-Pag. Seguiram-se outros construídos por empresas nacionais, normalmente grandes redes devido ao alto investimento necessário, como o Jumbo Eletro, em Santo André (primeiro hipermercado do grupo Pão de Açúcar), o Porção, da Casa da Banha, no Rio de Janeiro, o Kastelão, no Rio Grande do Sul (JOHN, 2000). Em 1975, a empresa Carrefour se instalou no País, trazendo para a realidade nacional um novo conceito de comercialização, no qual cada loja tinha autonomia para tomar suas próprias decisões. Esse sistema administrativo era oposto ao tradicional das redes de supermercados, com gerência centralizada. A gestão destes seria modificada apenas no final da década de 80, período no qual as grandes redes reestruturariam toda a administração (ABRAS, 1993). PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 60
No final da década de 1970, a situação econômica, urbana e social condicionaria a atuação dos supermercados como uma forma de comercialização de alimentos para a classe média, sendo que a periferia das cidades apenas seria atingida pelas grandes redes com lojas mais simples, sem muitos produtos e serviços. Na década de 80, a rentabilidade do setor vinha diminuindo, resultado das crises econômicas que o Brasil enfrentava. A população passou a reduzir o consumo, levando muitas redes a apresentar dificuldades financeiras. Também se pôde perceber um aumento da concorrência entre as redes supermercadistas, assim como, o enxugamento das grandes instituições e a proliferação dos pequenos, que descobriram novos nichos de mercado para atuação. Nesse período, também surgiram as lojas de conveniência e farmácias especializadas. No intervalo histórico compreendido entre 1988 e 1992, foram registradas perdas de competitividade e eficiência dos supermercados (FOX,1992). Vários supermercadistas tiveram redução nas margens de lucro, motivada principalmente pelo acirramento da competição e a procura por preços baixos por parte dos consumidores, resultando numa pressão maior para as empresas otimizarem o controle de seus custos e a qualidade dos serviços prestados aos clientes (FLEURY et al., 2000). Nesse período, o que destacava no setor supermercadista era a baixa margem, favorecimento a concentração do controle acionário em poucos grupos e dificuldade nas relações com clientes e fornecedores. O contexto econômico comercial brasileiro à época registrava abertura de mercado às importações e a conseqüente elevação da concorrência interna. Como em outros segmentos econômicos, em especial, a indústria, este fator trouxe importantes mudanças de concepção, haja vista, que a entrada do capital estrangeiro sem restrições, com novos modelos de gestão e operacionalização, forçou as empresas nacionais a evoluírem em termos de profissionalização de sua administração e implementação de importantes e decisivas alterações em suas estratégias comerciais. PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 61
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