O ASSOCIATIVISMO NO SETOR SUPERMERCADISTA - UnP

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marcado por fortes concorrentes – mais qualificados a enfrentar as mudanças do ambiente, devido a estrutura e recursos disponíveis – e acabam encontrando, no associativismo, uma alternativa para a sua sustentabilidade em vários aspectos (GHISI, 2005). O objetivo de formar redes de empresas, parcerias ou alianças é, acima de tudo, obter vantagens que de outra maneira não seriam possíveis, reduzir o risco existente e, ao mesmo tempo, aumentar o retorno sobre os investimentos. Uma vez que as empresas unem suas forças por meio do associativismo, elas se tornam mais representativas para as indústrias, pois passam a assumir maior poder de compra, principalmente considerando as empresas de pequeno porte. Atuando isoladas, essas empresas não possuem poder na negociação com as indústrias, notadamente as de grande porte, já que o volume de compras é quase insignificante quando comparado às compras feitas pelas grandes instituições empresariais. Nessa linha, Cândido e Abreu (2000), destacam algumas atividades potenciais que podem ser desenvolvidas em conjunto, considerando as práticas administrativas, conforme demonstradas no Quadro 9, a seguir: QUADRO 9 – Atividades potenciais a serem desenvolvidas pelas redes de empresas Práticas administrativas Ações potenciais Marketing Marketing comum, pesquisas de mercado, marcas próprias, serviços de exportação Abastecimento Aquisições e compras conjuntas, coordenação de fornecedores Gestão de estoques Armazenagem e estocagem conjunta Treinamento Profissionalização e capacitação conjunta, compartilhamento de habilidades e conhecimentos Pesquisa e desenvolvimento Desenvolvimento conjunto de produtos e serviços, processos e compartilhamento de pesquisas e inovações Gerenciamento de tecnologia Transferência, aprimoramento e difusão de novas tecnologias Padronização Programa conjunto de qualidade, benchmarking, compartilhamento de Fonte: Cândido e Abreu (2000, p. 97) padrões internos, layout de loja, fardamento Embora existam vários motivos para a união de esforços entre empresas de pequeno porte, a dificuldade de mudança cultural tem sido um dos maiores empecilhos para muitas organizações que visam os ganhos que essa ação conjunta pode proporcionar. Participar de um PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com 68
grupo associativista requer uma grande transformação na cultura do pequeno empreendedora que vê com dificuldades o concorrente como aliado. Um exemplo claro desta realidade está relatado pelo SEBRAE (Biblioteca Temática do Empreendedor) na cidade de Franca/SP, onde um grupo de empresários do setor calçadista se associou para comprar cola de forma conjunta. Conquistaram um desconto na negociação em grupo, entretanto, a fornecedora logo em seguida entrou em contato com cada um dos clientes, separadamente, oferecendo vantagens mais significativas, porém, em negociações individuais. Como resultado, muitos empresários passaram a comprar de forma isolada, na tentativa de obter, uma vantagem extra e imediata, frustrando o ensaio da associação que se formava, pelo motivo cultural. Nesse cenário, Souza (2004), destaca as diferenças e mudanças de posturas entre uma empresa de perfil associativista e outra individualista, conforme o Quadro 10: QUADRO 10 – Mudança de perfil de empresa individualista versus associativista Empresa de perfil individualista Empresa de perfil associativista Esconde dados e idéias Compartilham informações e idéias Administração fechada Tem gestão transparente Tem visão imediatista Busca resultados de longo prazo Tem dono personalista, centralizador, que tenta resolver tudo sozinho Vê o concorrente/fornecedor como um adversário a ser superado Empreendedor não se considera dono da verdade 69 Vê no concorrente ou fornecedor um aliado com quem pode aprender a fazer parcerias Preocupa-se apenas com os resultados finais do negócio O processo produtivo ou de vendas é tão importante Entende que tudo deve ser fruto de projeto nascido internamente quanto os resultados Não tem receios de copiar bons exemplos de outras empresas Evita assumir compromissos com os parceiros È sempre solidária com os colaboradores As decisões são tomadas isoladamente Tomam decisões de forma colegiada Fonte: Souza (2004, p.125) Conforme já mencionado anteriormente, nas últimas décadas diversas modificações ocorreram no setor supermercadista brasileiro. A composição do setor se encontrava polarizada. De um lado as grandes empresas, com grande poder de atuação junto aos consumidores e fornecedores, organizadas e com facilidade de captar investimentos. De outro, os pequenos e PDF Creator - PDF4Free v2.0 http://www.pdf4free.com
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