15.04.2013 Views

A hermenêutica do sujeito - OUSE SABER!

A hermenêutica do sujeito - OUSE SABER!

A hermenêutica do sujeito - OUSE SABER!

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

.<br />

126 A HERMENtUTlCA DO SUJEITO<br />

aei therapeuoménous) se quisermos viver de maneira salutar (bioun<br />

tous sózesthai méllontas)" (Du contrôle de la colére, 453d, in Plutarque,<br />

Oeuvres morales, I.VII-l, trad. fr. J. Dumortier & Defradas, ed. cit.,<br />

p. 59; fragmento 36 da edição de O. Hense das Reliquae de Musonius,<br />

Leipzig, Teubner, 1905, p. 123).<br />

22. Trata-se <strong>do</strong> primeiro desenvolvimento <strong>do</strong> diálogo de Sêneca<br />

(De la tranquillité de I'âme, I, 1-18, in Dialogues, I. N, trad. Ir.<br />

R. Waltz, ed. cil., pp. 71-5).<br />

23. Estes três trata<strong>do</strong>s (De la constance du sage, De la tranquillité<br />

de I'âme, De l'oisivete') representam, tradicionalmente, a trilogia da<br />

conversão (sob a influência de Sêneca) de Serenus, <strong>do</strong> epicurismo ao<br />

estoicismo. Entretanto, P. Veyne ("Préface" a: Séneque, Entretiens,<br />

Lettres à Lucilius, Paris, Robert Laffont, 1993, pp. 375-6) data este trata<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s anos 62-65 (o que exclui que tenha si<strong>do</strong> dedica<strong>do</strong> a Serenus,<br />

morto antes de 62), no momento em que Sêneca se resigna ao<br />

retiro e começa a considerá-lo como uma probabilidade.<br />

24. Sobre a relação entre Serenus e Sêneca, além <strong>do</strong> que diz<br />

Foucault em Le Souci de sai, lYfJ. cit., pp. 64 e 69 [O cuida<strong>do</strong> de si, 1Jfl. cito<br />

pp. 54 e 59 (N. <strong>do</strong>s T.)] deve-se lembrar, sobretu<strong>do</strong>, na obra clássica<br />

de P. Grimal (Séneque ou la Conscience de l'Empire, Paris, Les Belles<br />

Lettres, 1979), as páginas consagradas a esta relação (pp. 13-<br />

1114,26-8 e, em particular, 287-92 a propósito de sua carreira e de<br />

seu suposto epicurismo). Presume-se que Serenus tenha si<strong>do</strong> um<br />

parente de Sêneca (traz o mesmo nome de família que ele) a quem<br />

deve sua carreira (cavaleiro, ocupou nos anos cinqüenta o cargo de<br />

prefeito das vigr1ias). Morto em 62, envenena<strong>do</strong> por um prato de<br />

cogumelos - é lastima<strong>do</strong> por Sêneca em sua carta a LUC11io 63, 14.<br />

25. Trata-se de Actéia, cujos amores com o Príncipe, Serenus<br />

acoberta: "[Nero] deixou de ser obediente a sua mãe e pôs-se nas<br />

mãos de Sêneca, de quem, um <strong>do</strong>s familiares, Annaeus Serenus,<br />

fingin<strong>do</strong>-se enamora<strong>do</strong> da mesma libertina [ActéiaJ, contribuiu<br />

para esconder os primeiros desejos <strong>do</strong> jovem Nero e emprestou<br />

seu próprio nome para que os presentes que o príncipe dava em<br />

segre<strong>do</strong> à jovem mulher, tivessem a aparência de larguezas de sua<br />

parte" (facite, Annales, XIII, 13, trad. Ir. P. Grimal, Paris, Gallimard,<br />

1990, p. 310).<br />

26. Para a relação entre Sêneca e Lucílio (e a idade deste último)<br />

reportamo-nos a P. Grimal (Sénéque ... , op. cit., pp. 13 e 92-3),<br />

assim como ao artigo, mais antigo, de L. Delatte, "Lucilius, l'ami de<br />

;1<br />

AULA DE 20 DE JANEIRO DE 1982 127<br />

Séneque", Les Études classiques, IV; 1935, pp. 367-545; cf. também<br />

Le Souci de sai, op. cit., pp. 64 e 69. [O cuida<strong>do</strong> de si, op. cit., pp. 54 e<br />

59. (N. <strong>do</strong>s T.)]<br />

27. Para os problemas de datação das Questões naturais, o texto<br />

básico continua sen<strong>do</strong> o prefácio de P Oltramare à sua edição<br />

da obra na Belies Lettres (I. I, Paris, 1929). Neste texto, P. Oltramare<br />

situa a redação das Questões entre 61 e 64 (ou melhor, <strong>do</strong> fim de<br />

63 ao começo de 65), o que leva à conclusão" que elas precederam<br />

a maior parte das Cartas a Lucz1io"(p. VII). Quanto à datação das<br />

cartas a Lucílio, está longa e detalhadamente discutida por P Grimal<br />

em Sénéque ... (pp. 219-24; cf. sobretu<strong>do</strong> o apêndice I: "Les Let­<br />

Ires à Lucilius. Chronologie. Nature", pp. 435-41).<br />

28. Flavius Arrianus (por volta de 89-166), nasci<strong>do</strong> na Bitínia<br />

de uma família de aristocratas, toma Epicteto como mestre em Nicópolis.<br />

Dedica-se então a retranscrever fielmente a palavra <strong>do</strong><br />

mestre (cf. os Diálogos que constituem um testemunho único <strong>do</strong><br />

ensino oral de Epicteto). Segun<strong>do</strong> Simplicius, Arrianus é também<br />

o autor <strong>do</strong> Manual que constitui uma espécie de antologia das melhores<br />

proposições <strong>do</strong> seu mestre. Mais tarde, aquele que queria<br />

ser o Xenofonte de seu tempo tomar-se-á pretor e cônsul no reina<strong>do</strong><br />

de Adriano, antes de instalar-se em Atenas como notável.<br />

29. Foucault retomará to<strong>do</strong>s estes exemplos no quadro de<br />

uma análise sistemática de textos na aula de 27 de janeiro, primeira<br />

hora.<br />

30. Dion de Prosa (40-120), chama<strong>do</strong> "Crisóstomo", o boca<br />

de ouro, originário de uma das mais importantes famí1ias de Prusa,<br />

inicia uma brilhante carreira de retórico durante o reina<strong>do</strong> de Vespasiano<br />

(perío<strong>do</strong> sofístico, segun<strong>do</strong> Von Armim, que segue Themistius),<br />

antes de ter que exilar-se durante o reina<strong>do</strong> de Domiciano.<br />

A<strong>do</strong>ta então o mo<strong>do</strong> de vida cínico, erran<strong>do</strong> de cidade em cidade,<br />

e exortan<strong>do</strong> seus contemporâneos à moral, em longos sermões<br />

que nos restaram. Cf. a informação completa sobre Díon,<br />

por Paolo Desideri no Dictionnaire des philosophes antiques, sob a<br />

dir. de R. Goulet, I. lI, Paris, CNRS Éditions, 1994, pp. 841-56.<br />

31. Cf. discurso 20: Peri anakhoréseos (in Dion Chrysostom,<br />

Discourses, I. 11, trad. ingl. J. W. Cohoon, Londres, Loeb Classical Library,<br />

1959, pp. 246-69). Este discurso é objeto de um estu<strong>do</strong> aprofunda<strong>do</strong><br />

nos <strong>do</strong>ssiês de Foucault que nele vê o conceito de retiro<br />

para fora <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ordena<strong>do</strong>, sob a condição de apercebermonos<br />

(lógon apodidónai) permanentemente daquilo que fazemos .

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!