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NA SENDA DA IMAGEM A Representação ea Tecnologia na Arte

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desenvolvmento dos padrões das asas de borboletas.<br />

Para investigar como o padrão é formado, os<br />

cientistas do laboratório desenvolveram métodos<br />

para interferir com o desenvolvimento normal, para<br />

identificar factores que podem influenciar a<br />

aparencia fi<strong>na</strong>l da asa. É assim possível modificar os<br />

padrões das asas das borboletas ao interferir com o<br />

desenvolvimento normal da asa enquanto a<br />

borboleta ainda está no casulo [18]. Enquanto estive<br />

neste laboratório desenvolvi o projecto “Nature?”<br />

onde procuro investigar não só a intersecção da arte<br />

e ciência, mas também os limites entre o <strong>na</strong>tural e o<br />

artificial [19]. Em “Nature?” criei borboletas vivas<br />

cujos padrões das asas foram modificados com base<br />

em objectivos artísticos. Isto foi conseguido ao<br />

interferir com o desenvolvimento normal das asas<br />

das borboletas, levando ao desenvolvimento de um<br />

novo padrão nunca antes observado <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza<br />

(Fig. 1 e 2). As asas das borboletas continuam a ser<br />

constituídas ape<strong>na</strong>s por células normais, sem<br />

pigmentos artificiais ou cicatrizes, mas desenhadas<br />

por uma artista. São simultan<strong>ea</strong>mente um exemplo<br />

de algo totalmente <strong>na</strong>tural, mas resultante de<br />

Fig. 4. NucleArt, Marta de Menezes, 2002. Núcleos de<br />

células huma<strong>na</strong>s com padrões pintados, utilizando como<br />

tinta moléculas de ADN associadas a partículas<br />

fluorescentes.<br />

intervenção huma<strong>na</strong> [20]. Os genes das borboletas<br />

não são modificados com a intervenção artistica,<br />

assim os novos padrões das asas não são<br />

transmitidos à descendência das borboletas<br />

modificadas. Os novos padrões são algo que nunca<br />

apareceu antes <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza, e que rapidamente<br />

desaparecem para não voltar a surgir. Assim esta<br />

forma de arte literalmente vive e morre. É um<br />

exemplo de arte com um período de vida – a<br />

duração da vida da borboleta. É um exemplo de algo<br />

que é simulta<strong>na</strong>mente arte e vida.<br />

V. RETRATOS FUNCIO<strong>NA</strong>IS –<br />

REPRESENTANDO O INVISÍVEL<br />

Nos últimos anos tenho trabalhado em<br />

colaboração com cientistas no Imperial College em<br />

Londres, e Universidade de Oxford em dois<br />

projectos diferentes. Em Oxford tenho procurado<br />

fazer retratos em que a função do cérebro é parte<br />

integrante da imagem. Para tal utilizo a técnica de<br />

ressonância magnética funcio<strong>na</strong>l, que permite<br />

visualizar as ár<strong>ea</strong>s do cérebro que estão em<br />

actividade enquanto o sujeito está a r<strong>ea</strong>lizar uma<br />

tarefa no interior do aparelho. Assim, pude fazer um<br />

auto-retrato enquanto a desenhar, no qual se pode<br />

ver directamente a actividade do meu cérebro<br />

enquanto desenhava. Em outros retratos da mesma<br />

série representei a actividade do cérebro de outras<br />

pessoas enquanto r<strong>ea</strong>lizavam uma tarefa com a qual<br />

se identificavam. Por exemplo, o Professor de<br />

História de <strong>Arte</strong> Martin Kemp optou por ser<br />

retratado enquanto a observar um quadro do<br />

Re<strong>na</strong>scimento; e a cientista<br />

Fig. 5. NucleArt, Marta de Menezes, 2002. Instalação<br />

<strong>na</strong> Bie<strong>na</strong>l de <strong>Arte</strong> Electrónica de Perth (BEAP) 2002.<br />

Vídeos dos núcleos humanos pintados foram projectados<br />

em ecrãs translúcidos para transmitir a estrutura<br />

tridimensio<strong>na</strong>l dos objectos.<br />

Patrícia Figueiredo preferiu ser retratada enquanto<br />

tocava piano [21] (Fig. 3).<br />

107<br />

Copyright © ARTECH 2004 – 1º Workshop Luso-Galaico de <strong>Arte</strong>s Digitais 12 de Julho de 2004, FC - UL

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