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NA SENDA DA IMAGEM A Representação ea Tecnologia na Arte

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multipista, criou-se distância <strong>na</strong>s relações interactivas da<br />

performance musical. A simples variação de parâmetros<br />

no computador provoca um esvaziamento da expressão<br />

musical, o que leva a uma não identificação da fonte<br />

sonora, ou a reduzir a performance ao desafio de perceber<br />

as relações entre as acções do performer e o resultado do<br />

som [4].<br />

Os novos controladores ganham relevo se permitirem ao<br />

músico um aumento de controlo significativo, que o leve a<br />

assumir a presença de um instrumento físico r<strong>ea</strong>l.<br />

Nesta perspectiva é fundamental que o instrumento lhe<br />

permita assumir relações de treino, de controle e de<br />

manipulação, similares às conseguidas com um<br />

instrumento acústico.<br />

Ao imagi<strong>na</strong>r um novo interface digital para uma<br />

composição musical surge ainda outro desafio: como<br />

integrar a tecnologia e relacio<strong>na</strong>r o gesto com o<br />

perceptível e apelativo para o espectador.<br />

O espectador precisa de referências que o liguem ao que<br />

está a acontecer. É requisito no desenvolvimento do<br />

controlador criar pontes que relacionem o som com a fonte<br />

sonora.<br />

O uso de instrumentos musicais acústicos alterados com<br />

a aplicação de sensores e “gadgets” é uma aparente<br />

resposta, quando os sensores são aplicados no sentido de<br />

reproduzir o gesto. O instrumento consegue ser aceite com<br />

<strong>na</strong>turalidade. Contudo se um espectador observa um<br />

violino espera deste um determi<strong>na</strong>do tipo de som que a<br />

síntese elaborada pelo computador pode ou não responder.<br />

Este aspecto mostra a importância da individualidade e da<br />

especificidade a que o novo controlador deve obedecer.<br />

A construção de novos controladores não deve ser um<br />

acto isolado, mas sim a consequência de uma exigência de<br />

composição.<br />

O que deve orientar o desenvolvimento de novos<br />

controladores é a necessidade de responder às exigências<br />

criativas de composição e não o simples acto de<br />

exploração da diversidade sonora e da enorme<br />

disponibilidade que o domínio digital permite [4].<br />

III. SER SÓNICO<br />

É para responder à necessidade de criação sonora<br />

conjunta, consciente das partes e de um todo, que se<br />

partilha e constrói simultan<strong>ea</strong>mente, que o “formato”<br />

performance ganha sentido.<br />

Este “Ser” é constituído por quatro intérpretes e<br />

respectivos mecanismos de geração de som.<br />

Individualmente valem ape<strong>na</strong>s como sons resultantes de<br />

meras experiências isoladas. No entanto, em conjunto, dão<br />

corpo e alma a uma composição sonora que encerra em si<br />

sons de <strong>na</strong>turezas muito distintas e os harmoniza.<br />

Apresenta-se então como um todo, resultante da relação de<br />

“inter-interpretação” e de improvisação dos elementos<br />

sonoros, que se compõem e condicio<strong>na</strong>m mutuamente.<br />

A filosofia que o ser sónico apresenta concretiza-se <strong>na</strong>:<br />

A. Integração de Elementos<br />

A integração de novos controladores vem responder à<br />

necessidade de enriquecer a composição musical. A<br />

utilização de síntese FM; síntese granular; síntese aditiva e<br />

samplagem, permite a manipulação de novas fontes<br />

sonoras, bem como a aplicação de sonoridades muito<br />

diversificadas e complementares a elementos acústicos de<br />

composição.<br />

B. Improvisação<br />

Existe uma valorização premeditada do acto de criar em<br />

relação ao objecto criado, ou se preferirmos, à composição<br />

sonora resultante. No entanto foram impostas marcações<br />

temporais à peça, que estabeleciam a inter-ligação dos<br />

músicos. Serviam ape<strong>na</strong>s como linha condutora e<br />

estruturante. O acto de criar, compor, ganha prioridade e<br />

revela-se. Valoriza -se a criação, ou processo de<br />

composição em si, como forma de arte.<br />

Fig. 2. Imagem extraída do vídeo da performance. Detalhe do<br />

controlador de mão.<br />

C. Integração Visual<br />

A questão cénica da dis posição dos músicos no espaço,<br />

bem como o facto de se ter colocado o público também no<br />

palco, não foi descuidada. Era importante que se sentissem<br />

envolvidos <strong>na</strong>quele processo de composição e que<br />

percebessem a relação entre os movimentos, a expressões<br />

e o som que era produzido.<br />

Ao desejo de integração visual numa performance<br />

sonora respondeu-se com um vídeo como elemento<br />

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Copyright © ARTECH 2004 – 1º Workshop Luso-Galaico de <strong>Arte</strong>s Digitais 12 de Julho de 2004, FC - UL

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