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Espaços educativos e ensino de História - TV Brasil

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na <strong>de</strong>finição das opções que orientam os sentidos atribuídos aos acontecimentos (Allieu, 1995, p.<br />

153-4).<br />

Assim, Allieu prefere falar em interpelação, e não transposição, porque para atribuir sentido ao que<br />

ensina, o professor recorre ao saber acadêmico, em suas diferentes escolas e matrizes teóricas, para<br />

buscar subsídios que lhe permitam produzir versões coerentes com seus pontos <strong>de</strong> vista, e que<br />

tenham uma base <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do campo. Aliás, no saber escolar encontramos muito mais<br />

uma síncrese <strong>de</strong> diferentes matrizes teóricas do que filiações <strong>de</strong>finidas a <strong>de</strong>terminadas correntes 9 .<br />

Além do mais, lembra Moniot, diferentemente da Matemática e da Biologia, a <strong>História</strong> tem como<br />

principal aplicação ser comunicada, divulgada, questão essa que tem ressonância tanto na referência<br />

como na transposição. A <strong>História</strong> é fonte <strong>de</strong> referência e está presente em várias dimensões e<br />

espaços da vida social atual, as chamadas “práticas sociais <strong>de</strong> referência” (Martinand, 1986). Ela<br />

não é apenas um objeto, um relato do passado dos homens, ela é uma linguagem partilhada e uma<br />

prática.<br />

Para tantos usos e finalida<strong>de</strong>s contribui a história acadêmica, ou as práticas sociais <strong>de</strong> referência, ou<br />

a história escolar? Ou todas contribuem? Se estas finalida<strong>de</strong>s não são explicitadas nos objetivos do<br />

seu <strong>ensino</strong>, que muitas vezes apresentam formulações mais “nobres” e “politicamente corretas”,<br />

elas estão presentes assim mesmo. Elas permitem compreen<strong>de</strong>r, então, como a <strong>História</strong> escolar tem<br />

diferentes referências muito reais.<br />

Para Moniot, a história escolar não precisa buscar nenhuma prática social <strong>de</strong> referência: ela própria,<br />

no sentido <strong>de</strong> <strong>História</strong> vivida, é a primeira <strong>de</strong>ssas práticas sociais. Mas, além disso, a <strong>História</strong><br />

escolar dialoga com as visões, os textos e as expressões históricas presentes em diferentes e<br />

específicas “práticas sociais <strong>de</strong> referência”: a dos autores, diretores e narrativas <strong>de</strong> filmes históricos,<br />

documentários, programas <strong>de</strong> televisão, novelas ou peças teatrais; na prática social <strong>de</strong> curadores <strong>de</strong><br />

exposições museológicas, artísticas, científicas; dos jornalistas e comentaristas políticos; dos guias<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> turismo; nas práticas e discursos das diferentes religiões; nas práticas cotidianas<br />

dos diferentes grupos sociais, entre eles o familiar, e que servem <strong>de</strong> referência e dialogam com o<br />

saber acadêmico na constituição do saber escolar, chegando à escola através dos diferentes meios <strong>de</strong><br />

comunicação, dos alunos, dos professores e <strong>de</strong> seus pais.<br />

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