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Espaços educativos e ensino de História - TV Brasil

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pretensão <strong>de</strong> serem exaustivas.<br />

A memória na berlinda<br />

Aceleração da história (...). Fala-se tanto <strong>de</strong> memória somente porque ela não existe mais.<br />

(Nora, 1993)<br />

É nos momentos <strong>de</strong> ruptura da continuida<strong>de</strong> histórica que as alterações mais se voltam para a<br />

memória e a duração. (Duvignaud. Apud D'Aléssio, 1992)<br />

Memória e <strong>História</strong> são formas <strong>de</strong> “visitar” o passado, que durante muito tempo, no âmbito da<br />

trajetória <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sta disciplina – seja na sua versão acadêmica, seja na versão escolar e, em<br />

particular, no que se refere à <strong>História</strong> Nacional – ten<strong>de</strong>ram a serem confundidas.<br />

Essa (con)fusão já estava presente no momento da própria emergência <strong>de</strong>ste campo disciplinar no<br />

século XIX, na medida em que a sua constituição po<strong>de</strong> ser explicada e justificada pela necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma memória nacional que pu<strong>de</strong>sse garantir e legitimar a consolidação dos<br />

Estados nacionais mo<strong>de</strong>rnos. Tratava-se <strong>de</strong> inventar naquele presente um passado comum, isto é, <strong>de</strong><br />

fazer esquecer e <strong>de</strong> fazer lembrar as experiências passadas que interessavam à construção dos<br />

projetos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> estruturados em torno <strong>de</strong> cada um dos Estados-Nação reconhecidos como tais,<br />

no cenário político daquela época.<br />

Com efeito, o período que vai do século XIX até as primeiras décadas do século XX correspon<strong>de</strong>u<br />

ao apogeu da <strong>História</strong>-memória , da <strong>História</strong> Nacional, na qual memória, nação e história eram<br />

percebidas através <strong>de</strong> uma relação <strong>de</strong> "circularida<strong>de</strong> complementar, uma simbiose em todos os<br />

níveis: científicos, pedagógico, teórico e prático" (Nora, 1993). Essa história-memória, a <strong>de</strong>speito<br />

das particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada contexto, <strong>de</strong>sempenhou um papel central na constituição do nacional e,<br />

por conseguinte, da construção do sentimento <strong>de</strong> pertencimento a essa marca i<strong>de</strong>ntitária. A história e<br />

o seu <strong>ensino</strong> se apresentavam, <strong>de</strong>ssa forma, como guardiãs importantes da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional<br />

concebida até então como um elemento unificador e homogeneizador das diferenças regionais,<br />

políticas, sociais e culturais consi<strong>de</strong>radas indispensáveis para a construção e manutenção dos<br />

Estados-Nacionais mo<strong>de</strong>rnos. Até época relativamente recente não havia, pois, espaço para o<br />

questionamento ou problematização <strong>de</strong>sta forma <strong>de</strong> significar esse tipo <strong>de</strong> relação.<br />

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