Espaços educativos e ensino de História - TV Brasil
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comemora e memoriza e dos interesses que estão em jogo no presente em que a relação com o<br />
passado é estabelecida.<br />
Saberes históricos escolares: entre o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> memória e a reflexão crítica<br />
Se a disciplina “história” (matéria <strong>de</strong> <strong>ensino</strong> ou domínio <strong>de</strong> pesquisa) está particularmente exposta<br />
aos solavancos da história viva, é porque ela coloca em questão a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva, e mais<br />
precisamente a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional (Colliot-Thélène, 1997).<br />
Em que medida essas mudanças na forma <strong>de</strong> apreensão da relação entre memória e história e suas<br />
implicações para pensar a questão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m influenciar o <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong>? A<br />
citação acima <strong>de</strong>ixa transparecer que essas influências são inevitáveis e diretamente relacionadas à<br />
função social <strong>de</strong>ssa disciplina.<br />
Como já mencionado, tanto a <strong>História</strong> produzida por pesquisa acadêmica como a <strong>História</strong> ensinada<br />
nas escolas <strong>de</strong> educação básica são vistas como portadoras <strong>de</strong> uma missão formadora, pedagógica,<br />
muito forte e estreitamente relacionada com a construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s individual, social e cultural<br />
dos cidadãos. Atualmente, entre os objetivos mais apontados para o estudo <strong>de</strong>sta disciplina se<br />
encontram os <strong>de</strong> reconstruir memórias coletivas, sejam elas nacionais ou <strong>de</strong> um grupo social e<br />
cultural mais restrito, <strong>de</strong> formar cidadãos críticos, e <strong>de</strong> explicar ou dar um sentido ao presente em<br />
que se vive.<br />
Essa função político-cultural da disciplina <strong>de</strong> <strong>História</strong> é fundamental para enten<strong>de</strong>r a especificida<strong>de</strong><br />
do saber histórico, em termos da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção das diferentes tensões como, por<br />
exemplo: afirmação <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s versus construção <strong>de</strong> sentidos, explicação versus compreensão,<br />
objetivida<strong>de</strong> versus subjetivida<strong>de</strong>, universalismos versus relativismos; ciência versus consciência<br />
etc.<br />
Como professores <strong>de</strong> <strong>História</strong>, enfrentamos no cotidiano das nossas aulas as implicações<br />
<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssas tensões inerentes à natureza do conhecimento histórico e que estão diretamente<br />
vinculadas à forma privilegiada <strong>de</strong> equacionarmos memória e projeto, passado e futuro no processo<br />
<strong>de</strong> reelaboração didática. Esse processo diz respeito tanto à seleção dos conteúdos históricos a<br />
serem ensinados, das tramas a serem narradas, quanto à escolha dos sujeitos envolvidos, enfim, das<br />
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