excessivamente otimistas, e <strong>de</strong> certo modo ingênuas, sobre as potencialida<strong>de</strong>s do <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong> para a transformação social e que <strong>de</strong>ixam transparecer resquícios do historicismo. 22
PROGRAMA 2 MEMÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA Carmen Teresa Gabriel 1 Um novo olhar sobre o passado e o futuro se elabora sob as pressões do presente vivido. A partir do presente, a visão do passado se altera e age sobre a visão e a produção do futuro. (Reis, 1994) Como em toda discussão sobre um <strong>de</strong>terminado tema, existem diferentes “portas <strong>de</strong> entrada” para participar do <strong>de</strong>bate em torno da relação que po<strong>de</strong> ser estabelecida entre Memória e <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong>. Essas entradas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do lugar do qual falamos, dos nossos olhares, dos nossos interesses, das nossas escolhas políticas, das utopias pelas quais lutamos. É, pois, do lugar <strong>de</strong> professora <strong>de</strong> <strong>História</strong>, tendo que muitas vezes, na sala <strong>de</strong> aula, “agir na urgência e <strong>de</strong>cidir na incerteza” (Perrenoud, 2001), apostando, ainda, na potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta disciplina para pensar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança e na viabilida<strong>de</strong> da construção <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> menos dogmático e mais justo que me proponho a entrar neste <strong>de</strong>bate Optei começar este texto enunciando a questão que serviu <strong>de</strong> eixo em torno do qual <strong>de</strong>senvolvi minhas argumentações. O que ensinamos nas aulas <strong>de</strong> <strong>História</strong> tem alguma relação com Memória? Aparentemente simples e mesmo óbvia, essa questão exige, portanto, algumas reflexões e posicionamentos prévios. Reflexão, em primeiro lugar, sobre a própria razão <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> questionamento isto é, sobre o próprio contexto histórico no qual essa questão é formulada, que permite explicar a centralida<strong>de</strong>, nas últimas duas décadas, da temática da memória e sua relação com a história, e, conseqüentemente, também com o seu <strong>ensino</strong>. Esse esforço <strong>de</strong> contextualização é importante, na medida em que nos leva a explicitar o que estamos chamando <strong>de</strong> memória e como percebemos sua articulação com essa área <strong>de</strong> conhecimento. Em seguida, trata-se <strong>de</strong> pensar sobre o papel <strong>de</strong>sempenhado pela memória no processo <strong>de</strong> construção dos saberes históricos escolares e na relação que os sujeitos envolvidos – professores/as e alunos/as – estabelecem com esses saberes ensinados e aprendidos. As breves consi<strong>de</strong>rações que se seguem são apenas um ponto <strong>de</strong> partida para futuras reflexões mais aprofundadas, sem a menor 23
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