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Espaços educativos e ensino de História - TV Brasil

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décadas do século XX, um processo <strong>de</strong> renovação da pesquisa histórica extremamente rico, que<br />

propiciou o rompimento <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s estabelecidas e iluminou aspectos <strong>de</strong>sconhecidos <strong>de</strong> nosso<br />

passado.<br />

Essa renovação se comunicou ao <strong>ensino</strong>, expressando-se no movimento <strong>de</strong> reforma curricular que<br />

sacudiu e mobilizou professores dos diferentes estados e <strong>de</strong>pois do país, nos últimos quinze anos.<br />

No contexto do processo <strong>de</strong> abertura política, após vinte anos <strong>de</strong> ditadura militar, as propostas para<br />

o <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong> foram, inicialmente, muito marcadas por uma militância que, <strong>de</strong> uma fase<br />

inicial <strong>de</strong> ataque aos aspectos reprodutivistas da escola, passou a vê-la e ao seu <strong>ensino</strong> como os<br />

instrumentos da transformação social, senão da revolução.<br />

Com isso, o <strong>ensino</strong> assumiu uma perspectiva quase proselitista, em que a <strong>de</strong>núncia das situações <strong>de</strong><br />

exploração ocupava gran<strong>de</strong> espaço nas aulas, com o objetivo <strong>de</strong> “conscientizar o cidadão” através<br />

da superação <strong>de</strong> concepções <strong>de</strong> mundo i<strong>de</strong>ologicamente configuradas, i<strong>de</strong>ologia consi<strong>de</strong>rada na<br />

concepção marxista <strong>de</strong> falsa consciência. Muitas vezes esta postura gerou, por parte dos<br />

professores, atitu<strong>de</strong>s voluntaristas e autoritárias voltadas para a afirmação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas verda<strong>de</strong>s<br />

e rejeição <strong>de</strong> saberes e práticas dos alunos, vistos como expressão <strong>de</strong> alienação.<br />

Sem per<strong>de</strong>r a dimensão política e <strong>de</strong> formação da cidadania, fundamental para o <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong>,<br />

e presente em qualquer ato educativo, cabe consi<strong>de</strong>rar as reflexões <strong>de</strong> Moniot quanto à relação<br />

complexa e profunda do <strong>ensino</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong> com a cultura, <strong>de</strong> forma ampla, e com a memória<br />

coletiva.<br />

Elas nos fazem perceber que a relação da educação realizada em espaços formais com aquela<br />

efetivada em espaços não formais, que acontece <strong>de</strong> forma difusa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da ação<br />

docente, é uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo fértil e enriquecedor para professores e alunos.<br />

Acredito que estas consi<strong>de</strong>rações nos ajudam a melhor compreen<strong>de</strong>r tantas dificulda<strong>de</strong>s vividas por<br />

alunos e professores, no dia-a-dia do seu trabalho. Ao mesmo tempo, abrem novas perspectivas para<br />

pensar, com mais humilda<strong>de</strong>, alternativas para o nosso fazer, e para que estejamos mais abertos para<br />

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