Espaços educativos e ensino de História - TV Brasil
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história afro-brasileira.<br />
E, se pensarmos no nosso patrimônio imaterial, este universo se amplia ainda mais: histórias, contos<br />
populares, contos infantis <strong>de</strong> matriz africana e/ou afro-brasileira, cantigas, canções <strong>de</strong> festas<br />
religiosas populares (assim como a Congada, por exemplo) po<strong>de</strong>m tornar-se um mote e o próprio<br />
objeto <strong>de</strong> estudo, trazendo viva a africanida<strong>de</strong> da cultura brasileira. Além <strong>de</strong>stes <strong>de</strong> caráter mais<br />
geral, estão presentes, em diversas <strong>de</strong> nossas comunida<strong>de</strong>s, os mais velhos que po<strong>de</strong>m relembrar e<br />
trazer para nossos alunos muito <strong>de</strong>ste patrimônio em momentos <strong>de</strong> congraçamento e aprendizagem.<br />
Só para lembrar: não importa nossa origem familiar: todos nós, brasileiros, carregamos ‘áfricas'<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós. Essas ‘áfricas' (no plural, pois são múltiplas) são e foram permanentemente<br />
reinventadas aqui no <strong>Brasil</strong>, mas revelam sua profunda origem a cada momento: no vocabulário<br />
(moleque, quitanda, cafuné, cocada, entre tantas palavras – vale uma pesquisa!), nos costumes, na<br />
expressão <strong>de</strong> fé, na comida.<br />
Todos estes aspectos convergem para a abertura <strong>de</strong> muitas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalhar com o <strong>ensino</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>História</strong> em espaços não-formais e em situações não-formais. Estes lugares e momentos<br />
certamente enriquecerão nossos estudos e a aprendizagem que com eles se viabiliza.<br />
Estaremos lidando com uma matéria-prima fascinante e <strong>de</strong>licada: os diversos matizes da nossa<br />
formação cultural, a memória dos nossos ancestrais e, especialmente, suas heranças, tão longamente<br />
invisibilizadas. Todo o cuidado será sempre pouco para não resvalarmos pelas trilhas aparentemente<br />
fáceis do maniqueísmo, da simplificação e da folclorização. Vamos pensar, então, na prevenção<br />
<strong>de</strong>stes perigosos males que po<strong>de</strong>m enfraquecer nossa percepção e nos distanciar dos nossos<br />
objetivos. Alguns <strong>de</strong>stes cuidados po<strong>de</strong>m parecer óbvios, mas muitas vezes o aparentemente óbvio<br />
merece ser re-visto e re-visitado , para refletirmos sobre ele.<br />
Vamos lá...<br />
• Os africanos e seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes nascidos da diáspora no Novo Mundo (as Américas, incluindo o<br />
<strong>Brasil</strong>) eram seres humanos, dotados <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sejos, ímpetos, valores. Eram também<br />
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