Clique aqui e confira na íntegra o documento - Ocepar

Apesar das limitações da malha ferroviária, 33% da produção brasileira de
grãos destinadas à exportação são transportados por via férrea. No entanto, o custo
do transporte ferroviário no Brasil não obedece necessariamente os custos de
operação da ferrovia e baseia-se em cálculo relativo ao percentual do custo de frete
rodoviário (com média atual de 83% no Estado do Paraná).
Os custos de transporte no Brasil são comparativamente mais caros que
aqueles observados na Argentina e Estados Unidos. Os custos dos transportes de
grãos para os modais, rodoviário, ferroviário e hidroviário para o Brasil, Argentina e
Estados Unidos são apresentados abaixo:
Tabela 1. Custo de transporte de grãos nos modais rodoviário, ferroviário e hidroviário
no Brasil, Argentina e Estados Unidos
Modal Brasil – Paraná Brasil – Mato Grosso Argentina Estados Unidos
Rodoviário 31 60 14 15
Ferroviário 25 50 15 10
Hidroviário 12 8 5
O Paraná é um bom exemplo da precariedade do transporte ferroviário no
Brasil. A limitada malha férrea no Estado em sua maior parte tem mais de 100 anos de
implantação. No trecho Guarapuava a Ponta Grossa, por exemplo, as locomotivas são
obrigadas a reduzir o numero de vagões de 70-80 para 30-40 para poder seguir
viagem. Como consequência disso a velocidade média de viagem reduz de 40/50 para
10/20 Km/hora. A construção de uma nova ferrovia para esse trecho consta das obras
prioritárias do PAC, porém, até o momento o projeto continua parado. No trecho que
vai de Curitiba ao porto de Paranaguá, a ferrovia tem sua capacidade de tráfego
limitada sinuosidade da via. Na época de sua construção, em 1885, a ferrovia era
destinada principalmente ao transporte de passageiros, e portanto não comporta
locomotivas trafegando em plena carga. Em outras regiões do país o transporte
ferroviário é ainda mais precário. Portanto, são necessárias medidas estruturantes
para alavancar o transporte rodoviário no país e possibilitar ganhos em
competitividade do agronegócio.
O Brasil ocupa posição de destaque na produção e comércio internacional de
commodities agrícolas. O país é o primeiro na exportação de açúcar, café, suco de
laranja, etanol e tabaco. As exportações brasileiras de produtos originários do
agronegócio foram próximas a 100 milhões de toneladas em 2009. Na próxima
década, esse volume será acrescido de cerca de 70 milhões de toneladas. Com isso,
58
P r o p o s t a s d a s c o o p e r a t i v a s a o s c a n d i d a t o s à P r e s i d ê n c i a d a R e p ú b l i c a - J u l h o 2 0 1 0
94