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Representações Sociais da Diversidade Cultural na Formação ...

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Uma vez que, o futuro educador já ingressa no curso de formação inicial, carregado de<br />

sentidos em relação ao papel <strong>da</strong> escola <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de e demais aspectos sociais e pe<strong>da</strong>gógicos<br />

do cotidiano escolar, é de se esperar que, no percurso de sua preparação para a ativi<strong>da</strong>de<br />

docente, ele tenha oportuni<strong>da</strong>de de explicitar e discutir essas representações, inclusive para<br />

ressignificá-las, o que nem sempre acontece, como afirmam Gonçalves e Gonçalves (1998),<br />

Os professores e professoras entram em sala de aula com uma bagagem de<br />

suposições, crenças e valores implícitos e não articulados sobre o contexto <strong>da</strong><br />

escolarização. Este conhecimento social nem sempre tem sido levado em<br />

consideração <strong>na</strong> formação dos professores e professoras. (GONÇALVES e<br />

GONÇALVES, 1998, p. 267)<br />

Quando se pensa <strong>na</strong>s representações sociais de futuros professores, parte-se do argumento que<br />

as representações docentes têm impacto direto <strong>na</strong> forma pela qual estes visualizam seu<br />

trabalho, recompõem seus saberes e interpretam a diversi<strong>da</strong>de cultural de seus futuros alunos<br />

(ALVES-MAZZOTTI, 2000; CANEN, 2001; GILLY,2001; MADEIRA, 2001). Neste<br />

sentido, defende-se que as representações sociais sobre os universos culturais plurais dos<br />

alunos, bem como sobre formas de articular o currículo e a avaliação a estes universos, são<br />

centrais para práticas docentes volta<strong>da</strong>s à promoção do sucesso escolar, <strong>na</strong> tentativa de<br />

superar as visões que tendem a associar diversi<strong>da</strong>de cultural com déficit cultural .<br />

A interpretação sobre a diversi<strong>da</strong>de cultural e formas de promover respostas à mesma, é a<br />

base do multiculturalismo (CANEN, 2007, 2005b; CANEN & CANEN, 2005; CANDAU,<br />

2006; MOREIRA, 2001a, 2002). O multiculturalismo surge no bojo do pensamento pós-<br />

crítico, voltado à superação <strong>da</strong>s desigual<strong>da</strong>des e elimi<strong>na</strong>ção de preconceitos e discrimi<strong>na</strong>ções<br />

contra aqueles percebidos como “outros”, “diferentes” (CANEN, 2007, 2005; CANDAU,<br />

2006; MOREIRA, 2001a, 2002). Este enfatiza a relevância <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de cultural – incluí<strong>da</strong><br />

a diversi<strong>da</strong>de racial, étnica, religiosa, de linguagem, de gênero, orientação sexual, histórias de<br />

vi<strong>da</strong> e outros marcadores – <strong>na</strong> constituição <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des, incluindo as identi<strong>da</strong>des docentes<br />

e discentes.<br />

Tais representações passam pela forma como se concebem os próprios processos<br />

pe<strong>da</strong>gógicos, incluindo de que modo o currículo e a avaliação são interpretados e a extensão<br />

em que a pesquisa representa eixo mobilizador <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des docentes em formação.<br />

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