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Representações Sociais da Diversidade Cultural na Formação ...

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de poder. Ao considerarem que identi<strong>da</strong>de/diferença são enti<strong>da</strong>des inseparáveis, Moreira e<br />

Macedo (2002) argumentam que<br />

A afirmativa se justifica <strong>na</strong> medi<strong>da</strong> em que é ape<strong>na</strong>s por meio <strong>da</strong> relação como outro<br />

que nossa identi<strong>da</strong>de se produz. Ao compartilhá-la com outros, estabelecemos<br />

também o que nos é próprio, o que nos distingue dos demais. A marca <strong>da</strong> diferença,<br />

portanto, está presente no processo de construção identitária: a identi<strong>da</strong>de elabora-se<br />

sempre em oposição ao que não se é, constrói-se sempre por meio <strong>da</strong> diferença, não<br />

fora dela. (MOREIRA e MACEDO, 2002, p. 19)<br />

O conceito de identi<strong>da</strong>de assumido aqui portanto, refere-se a uma forma de sentir a<br />

subjetivi<strong>da</strong>de como algo constituído pela posse de determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s características construí<strong>da</strong>s a<br />

partir de experiências sociais concretas e de modelos normativos estabelecidos socialmente.<br />

Possuir uma identi<strong>da</strong>de é estar consciente de uma <strong>na</strong>rrativa sobre si próprio (SACRISTÁN,<br />

2001). A construção <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de, além de envolver marcadores plurais como raça, etnia,<br />

classe, religião etc. também não é algo fixo e essencializado; ela está em constante<br />

composição e transformação.<br />

O desafio que se apresenta <strong>na</strong>s socie<strong>da</strong>des atuais em relação à diversi<strong>da</strong>de/diferença, é<br />

justamente realizar em to<strong>da</strong>s as instâncias sociais, o reconhecimento, valorização e diálogo<br />

inter/multiculturais. É necessário construir uma postura ética de não hierarquização <strong>da</strong>s<br />

diferenças, entendendo que nenhum grupo humano é melhor que outro e contribuir para<br />

desvelar como algumas diferenças foram <strong>na</strong>turaliza<strong>da</strong>s e inferioriza<strong>da</strong>s em processos de<br />

colonização e domi<strong>na</strong>ção que produziram discrimi<strong>na</strong>ções, preconceitos e desigual<strong>da</strong>des de<br />

varia<strong>da</strong> ordem, como afirma McCarthy ao definir diferença como conjunto de princípios que<br />

tem sido empregados <strong>na</strong>s práticas e políticas para margi<strong>na</strong>lizar grupos e indivíduos<br />

(MCCARTHY, 1998).<br />

Canen e Canen (2005) alargam o conceito de identi<strong>da</strong>de, ao introduzir uma classificação que<br />

inclui: identi<strong>da</strong>de individual – constituí<strong>da</strong> pela plurali<strong>da</strong>de de marcadores que perfazem a<br />

constituição dos sujeitos; identi<strong>da</strong>de coletiva – algum marco <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de percebido como<br />

central <strong>na</strong> construção <strong>da</strong> história de vi<strong>da</strong> e a identi<strong>da</strong>de institucio<strong>na</strong>l – que abrange o<br />

conjunto de marcadores que caracterizam um ambiente institucio<strong>na</strong>l. Assim, a incorporação<br />

do conceito de identi<strong>da</strong>de institucio<strong>na</strong>l pode abrir novas perspectivas <strong>na</strong> compreensão <strong>da</strong>s<br />

culturas e ambientes que influem <strong>na</strong> construção <strong>da</strong>s identi<strong>da</strong>des individuais e coletivas.<br />

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