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Representações Sociais da Diversidade Cultural na Formação ...

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Em relação ao currículo por exemplo, a maneira de compreender a relação entre currículo e<br />

cultura depende <strong>da</strong> abor<strong>da</strong>gem utiliza<strong>da</strong> <strong>na</strong> análise. Para curriculistas tradicio<strong>na</strong>is, o currículo<br />

é seleção e desenvolvimento de conteúdos e experiências culturais, considerados válidos <strong>na</strong><br />

preparação <strong>da</strong>s novas gerações para a vi<strong>da</strong> em socie<strong>da</strong>de e o mundo do trabalho. Essa visão de<br />

currículo foi questio<strong>na</strong><strong>da</strong> a princípio, por teóricos críticos, que passaram a a<strong>na</strong>lisar as relações<br />

entre conhecimento, ideologia e poder, denunciando a aparente neutrali<strong>da</strong>de e objetivi<strong>da</strong>de <strong>na</strong><br />

seleção de conteúdos escolares. A esse respeito, Young (2000) afirma que “os currículos<br />

acadêmicos são produtos <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong>s pessoas <strong>na</strong> história como qualquer outra forma de<br />

organização social. Eles não são <strong>da</strong>dos nem representam um “padrão ouro” imutável e<br />

obrigatório a ser alcançado. Podem portanto, ser modificados” (YOUNG, 2000, p. 40).<br />

As teorias pós-críticas ampliaram a discussão ao a<strong>na</strong>lisar a relação entre currículo e<br />

linguagem, diferença, identi<strong>da</strong>de e cultura. Conceito de currículo nessa abor<strong>da</strong>gem pode ser<br />

considerado como “local onde o significado é negociado e fixado, onde a diferença e<br />

identi<strong>da</strong>de são produzi<strong>da</strong>s e postas em operação, onde a desigual<strong>da</strong>de é gesta<strong>da</strong>” (MACEDO,<br />

2004 p. 122). Dessa forma, nos últimos vinte anos, surgiram várias propostas de <strong>da</strong>r voz e<br />

visibili<strong>da</strong>de a culturas que foram e vêm sendo silencia<strong>da</strong>s por grupos domi<strong>na</strong>ntes <strong>na</strong> escolha<br />

de conteúdos considerados legítimos. Pi<strong>na</strong>r (PINAR et al, 1995), afirma que desde o início <strong>da</strong><br />

déca<strong>da</strong> de 90, os estudos culturais assumiram uma importância crescente entre curriculistas<br />

numa tentativa de alcançar formas de tradução que permitam o diálogo multicultural.<br />

Discutir a importância do multiculturalismo no currículo de formação de professores implica<br />

portanto, compreender que o docente em formação está submetido a uma diversi<strong>da</strong>de huma<strong>na</strong><br />

e curricular nesse processo, e, depois de formado, <strong>na</strong> docência propriamente dita, vai se<br />

deparar com um currículo a ser desenvolvido ou construído por ele no contexto de uma<br />

reali<strong>da</strong>de multicultural <strong>da</strong> instituição escolar, <strong>da</strong> sala de aula, e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de <strong>na</strong> qual vai<br />

atuar.<br />

Nesse sentido, o trabalho com saberes e representações docentes de modo a “promover uma<br />

atitude de visualização de todos os grupos étnico-culturais como portadores de cultura”<br />

(CANEN, 2001, p.213), é de suma importância. De acordo com Moreira (2002), reconhecer a<br />

diferença cultural <strong>na</strong> socie<strong>da</strong>de e <strong>na</strong> escola, traz para a prática pe<strong>da</strong>gógica o abandono de uma<br />

perspectiva monocultural, e isso favorece atitudes positivas dos docentes em relação à<br />

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