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Representações Sociais da Diversidade Cultural na Formação ...

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pe<strong>da</strong>gógica. De uma maneira mais ampla, <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de, pode-se dizer que to<strong>da</strong>s as mu<strong>da</strong>nças<br />

que vêm sendo implementa<strong>da</strong>s para a<strong>da</strong>ptar a universi<strong>da</strong>de a deman<strong>da</strong>s de ordem econômica<br />

são uma forma de tutela, que pretende acomodá-la ca<strong>da</strong> vez mais a interesses ditos <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong>de em geral, quando <strong>na</strong> ver<strong>da</strong>de expressam priori<strong>da</strong>des de determi<strong>na</strong>dos grupos<br />

sociais. Souza Filho (2006), ao a<strong>na</strong>lisar esse processo de enquadramento universitário às<br />

necessi<strong>da</strong>des do mundo moderno é contundente ao afirmar que<br />

Não se trata aqui de pensarmos a universi<strong>da</strong>de separa<strong>da</strong> do mundo dos problemas<br />

reais e ignorando as deman<strong>da</strong>s concretas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. É legítimo que a<br />

universi<strong>da</strong>de retorne os recursos que são nela investidos <strong>na</strong> forma de produtos que<br />

possam ser apropriados pela socie<strong>da</strong>de, tais como conhecimento, tecnologias,<br />

assessorias, participação em projetos comunitários, formação de profissio<strong>na</strong>is <strong>na</strong>s<br />

mais diversas áreas, etc. – desde que se tenha sempre em vista o interesse público –,<br />

mas “acompanhar mu<strong>da</strong>nças em curso” (no campo tecnológico, social etc.) não<br />

pode significar atrelar o ensino e a produção do conhecimento a interesses<br />

estranhos aos fins <strong>da</strong> educação e <strong>da</strong> ciência. (SOUZA FILHO, 2006, p. 179, grifo<br />

nosso)<br />

Feita essa breve caracterização <strong>da</strong>s políticas públicas para a Educação Superior, cumpre agora<br />

a<strong>na</strong>lisar o impacto <strong>da</strong>s mesmas <strong>na</strong> formação de professores para a Educação Básica.<br />

A complexi<strong>da</strong>de do mundo moderno coloca a escola como protagonista para atender as<br />

deman<strong>da</strong>s culturais, políticas e econômicas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Espera-se que ela seja capaz de<br />

preparar as novas gerações para a compreensão e atuação no mundo em que vivem. No Brasil,<br />

o mau desempenho dos alunos de todos os níveis, em avaliações exter<strong>na</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, tem trazido a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação para o centro dos discursos políticos e<br />

acadêmicos. Evidentemente, a questão <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de do ensino passa por uma série de fatores<br />

que inclui as características e efeitos de uma estrutura econômica que transforma tudo em<br />

mercadoria submeti<strong>da</strong> à lógica do mercado e do lucro. Como afirma Freitas (2007), ao<br />

discutir a formação de professores, “entender estas amarras sociais é importante para que não<br />

criemos ilusões de soluções fáceis para os problemas <strong>da</strong> educação e <strong>da</strong> formação” (FREITAS,<br />

2007, p. 1024).<br />

Claro que em termos de política gover<strong>na</strong>mental, é mais fácil e econômico centralizar a<br />

solução <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de ensino <strong>na</strong> formação de professores do que investir <strong>na</strong> melhoria <strong>da</strong>s<br />

condições de trabalho e carreira docentes. Leher e Lopes (2003) denunciam por exemplo, que<br />

de acordo com a Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho (OIT) e a UNESCO, a carreira dos<br />

professores brasileiros <strong>da</strong> educação básica “está entre as piores em termos de remuneração<br />

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