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Representações Sociais da Diversidade Cultural na Formação ...

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procurando identificar as tensões, realizar hibridizações possíveis, promover sempre a luta<br />

contra preconceitos de qualquer tipo e valorizar a diversi<strong>da</strong>de huma<strong>na</strong> em todos os níveis.<br />

Observa-se, através desse rápido apanhado, a riqueza <strong>da</strong>s propostas para a construção de uma<br />

instituição educativa – em qualquer nível – em consonância com os princípios do<br />

multiculturalismo crítico. Para quem ain<strong>da</strong> questione a necessi<strong>da</strong>de dessa abor<strong>da</strong>gem <strong>na</strong><br />

educação, é importante lembrar que no processo de formação huma<strong>na</strong> é que se constroem a<br />

identi<strong>da</strong>de e as representações e que essa construção pode ou não se basear no respeito às<br />

diferenças. O papel <strong>da</strong> educação e do currículo em qualquer instância deve ser o de favorecer<br />

a apreciação e o diálogo com a diversi<strong>da</strong>de e colaborar <strong>na</strong> elimi<strong>na</strong>ção de preconceitos. Como<br />

afirma Mclaren, “precisamos promover um diálogo com mais do que falar para ou pelo<br />

outro” (MCLAREN, 1999, p.97 ).<br />

2.1.5 Tensões e categorias do campo<br />

Em relação às categorias debati<strong>da</strong>s no campo, algumas tensões discuti<strong>da</strong>s são considera<strong>da</strong>s<br />

fun<strong>da</strong>mentais e se consubstanciam em três binômios: globalização x multiculturalismo;<br />

igual<strong>da</strong>de x diferença e universalismo x relativismo cultural. A relação globalização x<br />

multiculturalismo se caracteriza pela complexi<strong>da</strong>de e movimento dialético entre a<br />

padronização, reforça<strong>da</strong> pela primeira e a valorização <strong>da</strong>s particulari<strong>da</strong>des culturais e as<br />

diferenças proposta pelo segundo. A questão igual<strong>da</strong>de x diferença também suscita acalorados<br />

debates entre autores do campo. Alguns autores afirmam que ao enfatizar e valorizar a<br />

diferença, corre-se o risco de secun<strong>da</strong>rizar a luta <strong>da</strong>s minorias historicamente discrimi<strong>na</strong><strong>da</strong>s –<br />

étnicas, de gênero, de classe, etc. - pela igual<strong>da</strong>de e com isso colocar a luta pelos direitos<br />

iguais em segundo plano. Boaventura de Sousa Santos (2001) define de forma magistral e<br />

oportu<strong>na</strong> essa tensão ao propor que “as pessoas e os grupos sociais têm o direito a ser iguais<br />

quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igual<strong>da</strong>de os<br />

descaracteriza” (SANTOS, 2001, p. 10).<br />

O terceiro binômio universalismo x relativismo cultural se relacio<strong>na</strong> mais diretamente a<br />

questão do currículo escolar e dos conteúdos que são propostos nos diferentes níveis.<br />

Discute-se se existe um conjunto universal de conhecimentos e valores que devam ser<br />

transmitidos pela escola independentemente <strong>da</strong> cultura onde ela está localiza<strong>da</strong> ou se esses<br />

devem ser extraídos exclusivamente de ca<strong>da</strong> cultura em particular. Forquin (2000), por<br />

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