O que é a salvação Kenneth Wapnick no seu livro “ Love Does Not Condemn”, diz-nos que, de acordo com “ A Course In Miracles” a salvação é: a correcção do equívoco da separação. É comparada ao processo de correcção que desfaz o erro através da mudança do pensamento, não pela penitência, nem pelo sacrifício do corpo, como normal<strong>mente</strong> é ensinado. O instrumento da salvação (do nosso pensamento egótico) é o perdão (ver o capítulo respectivo), ou seja, a correcção da nossa percepção errada dos outros. Onde julgámos alguém como sendo nosso inimigo, o agente ou causador de uma angústia, agora esse mesmo indivíduo é visto como nosso amigo. Este sistema de pensamento ensina que perdoamos os outros pelo que eles não nos fizeram, mas pelo que pensámos que eles nos fizeram. Significando que a razão pela qual julgávamos estar angustiados não é pelas acções dos outros, mas sempre como percepcionámos as suas acções. Aparentes ataques são corrigidos na nossa percepção de modo a que agora possam ser vistos como um pedido de ajuda ou amor. Assim o sistema de pensamento descrito em “A Couse In Miracles” pretende ensinar uma outra maneira de ver o mundo. Esta visão não nega as acções externas ou comportamentos que os nossos órgãos dos sentidos nos informam, mas simples<strong>mente</strong> reinterpreta o que vimos ou, mais propria<strong>mente</strong>, o que nós acreditámos que vimos. Recordamos também que, o ego, começa por nos convencer da realidade desta trindade, pecado, culpa e medo, culminando na crença de que quem pecou contra Deus procura a punição para si mesmo, e que não deverá de confiar na sua Voz Interior e que deverá libertar-se Dela. O ego efectiva<strong>mente</strong> convenceu o Filho de Deus a negar o seu papel na “raiva de Deus”: nomeada<strong>mente</strong> de que ele atacou Deus primeiro: e este é o seu pecado. Projectando o seu pecado em Deus, o Filho acredita agora que Deus o está a atacar e injusta<strong>mente</strong>. Então, o pecado e a culpa primeiro foram negados e depois projectados. O próximo passo projectará o pensamento da separação da <strong>mente</strong>, fazendo (criando errada<strong>mente</strong>) um mundo físico, Big-Bang, e um corpo para o vivenciar como separado dele, e independente da <strong>mente</strong> que o criou. O ego reconhece de que, se o Filho de Deus se lembra que fez o mundo, também compreenderá que é ilusório e feito para esconder dele o pecado e a culpa, para não mencionar a presença do amor na sua <strong>mente</strong> que, desfaria o pecado através do perdão daquilo que nunca existiu. Por outras palavras o Filho simples<strong>mente</strong> despertaria de um sonho mau de separação do seu Criador. Devido à eficácia da negação de que somos nós que criamos o mundo e das projecções que fazemos nele, o mundo do tempo e do espaço, ao nível da nossa experiência individual, torna-se para nós bastante real que ele pareça ser externo às nossas <strong>mente</strong>s. Por isso inevitavel<strong>mente</strong> consideramos que somos vítimas de forças fora do nosso controlo. Como já foi explicado, a correcção desse erro que nos fez acreditar na realidade deste mundo, em primeiro lugar tem de ocorrer na <strong>mente</strong>, porque é onde o erro ocorre. A 104
<strong>mente</strong>, e não o corpo, é o elemento activo no sonho do mundo separado, e portanto não faria qualquer sentido corrigir o erro onde ele não está; no entanto é claro que o ego tentará, de forma contínua, convencer-nos do contrário. 105