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O dualismo do mundo<br />
O propósito final da nossa estadia neste mundo é o de re-conhecer a nossa verdadeira<br />
realidade. As experiências de vida repetir-se-ão até que, o que hoje é uma convicção,<br />
se torne reconhecido como o que verdadeira<strong>mente</strong> é. Uma ilusão. A morte é uma<br />
ilusão. Esta vida também.<br />
A nossa consciência actual em relação à morte provoca-nos um medo profundo<br />
aumentado pela ignorância do momento e das condições em que ela ocorrerá. O efeito<br />
surpresa ajuda o seu objectivo que não é outro senão o de nos manter numa angústia<br />
inconsciente e num sofrimento atroz provocado pelo desconhecimento do que se irá<br />
passar depois. É o nosso maior medo. E é natural que tenhamos medo da escuridão.<br />
Mas também é verdade que quando se acende a luz e tomamos consciência de que<br />
estamos afinal num lugar que sempre conhecemos como a nossa casa, então de que<br />
teríamos medo ?<br />
É natural que o ego não queira que a morte seja compreendida como uma simples<br />
despedida do corpo ao qual devemos estar agradecidos por ter sido o nosso veículo de<br />
comunicação nesta vida e neste mundo, cujas experiências quisemos recordar. Deste<br />
modo ele perderia a sua arma mais ameaçadora e redutora. Dia após dia, ano após<br />
ano, esperamos assustados e com enorme ansiedade a hora da sua chegada pois o<br />
ego diz-nos que quando terminar o tempo de vida do corpo, nós deixamos de ser. Mas<br />
será essa a realidade? O pensamento pode morrer?<br />
É impossível escapar do mundo das ilusões sem uma ajuda que não é desta<br />
dimensão. Mas onde encontrar essa ajuda? Não onde sempre procuramos, ou seja no<br />
exterior, mas sim dentro de nós. Não no corpo, mas além dele. Lá encontraremos a<br />
voz que alegre<strong>mente</strong> nos guiará no mundo das ilusões, aproveitando cuidadosa<strong>mente</strong><br />
cada uma delas para as transformar em amorosas lições de amor e compreensão.<br />
Esta grande viagem, composta por todas as vidas que estamos a re-viver, pode ser<br />
mais longa ou mais curta dependendo da nossa abertura a essa ajuda que, silenciosa<br />
e paciente<strong>mente</strong> aguarda a nossa inevitável decisão. Esta escolha só é livre no que<br />
refere ao momento em que decidimos faze-la. É o livre arbítrio, característica inerente<br />
a um Ser perfeito que é o Efeito duma Causa perfeita. No inicio deste livro foi dito que<br />
só o medo nos impede de questionar esta realidade. O medo é a arma que mantém a<br />
nossa crença neste mundo do qual temos consciência. O mundo rege-se por ele.<br />
Respiramo-lo diaria<strong>mente</strong>. O poder baseia-se nele. Disfarça-se das maneiras mais<br />
insuspeitas.<br />
Aquilo a que chamamos amor neste mundo também é uma das faces do medo.<br />
Relacionamo-nos com outras pessoas que consideramos especiais, sendo esse<br />
relacionamento o resultado duma procura inconsciente de quem nos poderá completar.<br />
O nosso parceiro ou parceira. O nosso melhor amigo. Quando a satisfação aparente<br />
desse relacionamento se esgota, revela-se final<strong>mente</strong> a sua verdadeira natureza<br />
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