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A <strong>mente</strong><br />
Quantas maçãs caberão num saco de compras? É uma experiência fácil de entender.<br />
E se em vez de maçãs fossem pensamentos?<br />
Não é possível imaginar tal situação pois são realidades diferentes. Quantos<br />
pensamentos teremos por dia? E quantos já tivemos ao longo do tempo que já<br />
vivemos? Não têm conta. Sendo assim tantos, ao ponto de podermos dizer que são em<br />
número infinito, poderemos perguntarmo-nos onde se produzem e onde se guardam.<br />
No corpo não se produzem. O corpo não pensa. Se o corpo não pensa então quem<br />
pensa?<br />
Se a lei mais fundamental do universo é a causa-efeito, então teremos de encontrar<br />
uma causa para o pensamento. A causa do pensamento é a <strong>mente</strong>. E se uma <strong>mente</strong><br />
tem como efeito infinitos pensamentos então, é legitimo concluir que ela própria terá de<br />
ter uma dimensão infinita e portanto impossível de estar contida, como já foi dito, numa<br />
forma limitada como é o corpo.<br />
A <strong>mente</strong> é não física e inatingível, não pode ser dissecada em laboratório, fotografada<br />
ou avaliada por um método impirico . O cérebro, por outro lado, é um órgão físico,<br />
tangível e pode ser dissecado e estudado num laboratório. É o “computador” que<br />
parece governar o corpo, organizando as informações dos sentidos que entram nele<br />
em aparentes padrões de significado e dirigindo todos os sistemas e funções do corpo,<br />
para ada<strong>pt</strong>á-lo ao universo físico. Na verdade, é a <strong>mente</strong> que é a programadora e<br />
dirige o cérebro para funcionar de acordo com essa programação, tal como um<br />
computador faz o que o operador lhe manda fazer.<br />
A <strong>mente</strong> é o centro de comando do qual todas as directivas emanam, pois instruem o<br />
cérebro para estabelecer um realidade experimental do mundo do tempo e do espaço.<br />
Por si mesmo o cérebro não pode fazer nada porque é apenas o órgão rece<strong>pt</strong>or da<br />
<strong>mente</strong>. Clara<strong>mente</strong> então é apenas a <strong>mente</strong> que faz a interpretação, não o cérebro. É a<br />
<strong>mente</strong> que interpreta as mensagens dos olhos e lhes dá significado. Sozinha ela<br />
decide se o que vê é real ou ilusório, desejável ou indesejável, agradável ou doloroso.<br />
E no entanto, se é a nossa <strong>mente</strong> que parece criar a realidade aparente, uma vez que<br />
estamos no mundo das aparências, porque razão o corpo é o herói desta realidade,<br />
onde tudo foi pensado e criado para ele? Casas e roupas para o abrigar, veículos para<br />
o transportar, comida para o alimentar e até médicos para o curar. E se a <strong>mente</strong><br />
comanda o corpo como é possível que ela o deixe adoecer e até morrer? Por<br />
equívoco? E isso significará a morte do nosso ser? Como pode uma <strong>mente</strong> não física e<br />
não tangível morrer? Sabe de alguém que tenha dado um tiro no pensamento de<br />
alguém?<br />
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