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A cura e as crenças<br />

Num artigo duma revista espanhola ligada a um grupo de investigação bastante<br />

avançado encontrei alguns conceitos sobre a doença que partilho integral<strong>mente</strong> e dos<br />

quais destaco as ideias principais.<br />

A cura do corpo esteve sempre ligada a crenças. Assim, se recordarmos uma tribo da<br />

antiguidade, lembraremos que a pessoa que ostentava o poder era o feiticeiro. Era ele<br />

que se encarregava de proporcionar o remédio adequado, aquele que teria a força<br />

necessária para enfrentar-se aos maus espíritos que provocaram a doença e quem,<br />

por meio dos feitiços, danças, cânticos e rituais lutava tenaz<strong>mente</strong> até que a doença se<br />

fosse.<br />

O enfermo ado<strong>pt</strong>ava aqui uma posição passiva, ele dependia da força do feiticeiro, do<br />

seu conhecimento e das propriedades das plantas, da sua capacidade para invocar os<br />

espíritos protectores da tribo. O feiticeiro era o depositário da sabedoria dos<br />

antepassados, acumulada durante séculos, sobre as forças da natureza. O destino do<br />

enfermo estava nas suas mãos.<br />

Entre esta imagem e a da prática clinica dos nossos dias há muito pouca diferença.<br />

Diaria<strong>mente</strong> os hospitais registam a entrada de centenas de pessoas queixando-se de<br />

todo o tipo de doenças e que se entregam às mãos dos feiticeiros de bata branca, a<br />

quem de forma semelhante, consideram os mais preparados para curar a sua doença.<br />

O doente da era moderna tem o mesmo espírito que o membro da antiga tribo:<br />

entregará ao especialista a responsabilidade da sua cura, aceitará sem duvidar o<br />

tratamento que lhe apliquem, seguirá todas as recomendações, inclusive aquelas que<br />

lhe pareçam pouco acertadas e confiará plena<strong>mente</strong> o seu destino à pessoa que tem<br />

pela frente, avalizada ela própria por anos de estudos e títulos e que, além do mais,<br />

goza do reconhecimento da sociedade.<br />

No entanto, sabemos que há mais de dois mil anos que Hipocrates, o pai da medicina<br />

e inspirador do juramento profissional dos médicos actuais, observou que «alguns<br />

pacientes recuperavam a saúde pelo simples facto de confiarem na capacidade do<br />

médico».<br />

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